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Olimpíadas Rio 2016 | Legado para a Segurança de Alimentos

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Desde outubro de 2009, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o Rio como a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, dava-se início a uma forte preparação em busca de qualidade para receber atletas e turistas no evento. Foram mais de 6 anos de preparo, muito treinamento e vários investimentos em diferentes áreas.

Terminada as Olimpíadas, qual o legado deixado? Quais os ganhos que a Rio 2016 trouxe para a segurança dos alimentos?  Mesmo com o sucesso e todo trabalho feito na Copa do Mundo em 2014, ainda tínhamos a dúvida sobre o padrão e as boas práticas de serviços de alimentação que seriam praticadas nas Olimpíadas do Rio em 2016.

Foram qualificados um grande número de proprietários de bares, restaurantes, hotéis, pousadas e padarias que ofereceram serviços de alimentação durante a Rio 2016. Esse era um dos objetivos, capacitá-los em Boas Práticas para Serviços de Alimentação.

Além da capacitação destes empresários que atuam no ramo alimentício, fizeram também como público-alvo, nutricionistas, chefes de cozinha e demais profissionais envolvidos na preparação de alimentos, tanto em estabelecimentos comerciais como ambulantes, como Food Trucks, que serviriam alimentação próximo as arenas olímpicas. As diversas atividades foram promovidas pelo governo do estado em parceria de universidades, ANVISA e conselhos.

O governo ressaltava a importância dos estabelecimentos em preparar-se para atender um público mais exigente: turistas que buscam serviços com qualidade superior, e para isso era importante que todos estivessem preparados para atuar de forma correta no manuseio dos alimentos.

A qualificação foi conduzida por grandes professores, mestres e consultores da área. Os especialistas abordaram diversos temas como a legislação, procedimentos operacionais, higienização, manual de boas práticas alimentares, instalações, controle da água, controle de tempo, temperatura dos alimentos, regras básicas de manuseio de alimentos, acondicionamento e esterilização de equipamentos.

Durante a capacitação, os participantes receberam orientações para corrigir erros identificados em alguns estabelecimentos durante as primeiras inspeções realizadas. Orientado que primeiramente um diagnóstico fosse feito da situação de todos os pontos críticos, e assim identificar as falhas partindo-se para um plano de ação em cima das falhas identificadas.  

Parte desse projeto foi criado e desenvolvido ainda em 2014, quando sediamos a Copa do Mundo, quando os estabelecimentos, produtores e manipuladores de alimentos também receberam capacitação para receber turistas e atletas esportivos. Agora, ampliados e replicados para a Rio 2016.

Como legado, ficamos com a implantação de várias ações voltadas para o aprimoramento do sistema de vigilância em saúde, com ações de fiscalização sanitária e educativas nos setores de Alimentação, Saúde, Hotelaria; bem como um sistema de monitoramento diário de possíveis emergências em saúde pública, para intervenção imediata, quando necessário. Muitos estabelecimentos e serviços foram capacitados em função do risco sanitário de acordo com as normas e diretrizes nacionais, permitindo maior acesso às informações sobre qualidade e segurança de alimentos. Novos critérios de avaliação sanitária para hotéis foram criados, bem como equipes de vigilância capacitadas para tal atividade. Foram desenvolvidas muitas ações de promoção da saúde com participação dos setores da Secretaria Municipal da Saúde e entidades parceiras.

Grande parte do planejado foi cumprido. O mundo elogiou, e o Brasil ficou orgulhoso, quando os jogos foram declarados abertos no dia 5, e encerrados no dia 21 de agosto. Nem todos os desafios foram vencidos completamente. Ainda muito trabalho para ser desenvolvido, continuado e implementado.

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Rio 2016 terá pescados certificados!

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As Olimpíadas Rio 2016 estão chegando e junto dela a estimativa de oferecer 14 milhões de refeições para os atletas. Como se sabe, os Jogos olímpicos são considerados o maior desafio de segurança alimentar e segurança do alimento em tempos de paz.

A iniciativa Rio Alimentação Sustentável, composta por organizações da sociedade civil, governo e instituições de pesquisa, apoia o Comitê Rio 2016 na viabilização da oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis para os Jogos Olímpicos de 2016. Essa iniciativa elaborou uma listagem de fornecedores, priorizando sustentabilidade e alimentos orgânicos.

Em 2013 o Comitê Rio 2016 assinou um acordo com autoridades do setor de Pesca para que sejam utilizados apenas pescados provenientes de Pesca Sustentável e certificados por entidades globais reconhecidas pelo setor. Se você acompanha o blog Food Safety Brazil, não é novidade que pescados são alvos fáceis de fraudes no Brasil e no mundo. Já falamos disso em “A fraude por substituição de espécies de pescado”, em “Será que você está comendo bacalhau?” e também em “Fraudes em alimentos: punições e desfechos”.

Da mesma forma, a preocupação com a procedência de outros insumos também tem sido uma constante para a preparação dos Jogos.

Veja abaixo a recomendação da iniciativa Rio Alimentação Saudável:

olimpiadas

LEGENDA DE SIGLAS: CAR – Cadastro Ambiental Rural DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), GTPS – Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável SIF – Serviço de Inspeção Federal SIE – Serviço de Inspeção Estadual.

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Estudo confirma contaminações em alimentos apreendidos nos aeroportos brasileiros

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Viagens aéreas favorecem a disseminação de doenças e o Brasil será sede, em breve, do maior evento esportivo mundial, as Olimpíadas. Receberemos, portanto, um grande fluxo de pessoas vindas de todas as partes do mundo. A entrada de agentes que possam comprometer a saúde pública é um dos riscos envolvidos neste tipo de situação, sendo que os alimentos trazidos nas bagagens dos visitantes podem ser veículos para isto. Um grupo de cientistas brasileiros realizou um estudo sobre este assunto, publicado na revista científica Preventive Veterinary Medicine. Na pesquisa, foram feitas análises microbiológicas de bactérias importantes para a saúde pública em 322 alimentos apreendidos nos aeroportos de São Paulo (Guarulhos) e Rio de Janeiro (Galeão). O trabalho se concentrou apenas em laticínios e produtos à base de carne, pela maior susceptibilidade à contaminação. Entre os alimentos, havia diversos tipos de queijos, salsichas, presuntos e carnes moídas.

Dos 322 alimentos analisados, 48 (15%) apresentaram algum tipo de contaminação acima dos limites estabelecidos, sendo que:

  1. Foram constatados altos níveis de contaminação por coliformes totais em presuntos, carnes, salsichas e queijos. Considerando que o máximo tolerado é de 100 UFC/g, a contagem média entre os laticínios contaminados foi de 5021 UFC/g e, entre as carnes, a contagem média foi de 30.000 UFC/g;
  2. Entre os produtos contaminados com coliformes totais, 83% também testaram positivo para coliformes fecais, com destaque para os laticínios (95% positivo para coliformes fecais);
  3. O segundo tipo de microrganismo mais encontrado foi a Listeria monocytogenes, com 11 contaminações, sendo 6 em laticínios;
  4. Sete produtos apresentaram contagem de Staphylococcus aureus acima do permitido (100 UFC/g), sendo que 6 eram laticínios;
  5. Apenas uma amostra – uma salsicha suína de origem italiana – apresentou contaminação por Salmonella.

Os pesquisadores destacaram que os produtos de origem animal eram, em sua maioria, de origem artesanal e estavam acondicionados em diversos tipos de embalagens, até mesmo em jornais. Apenas alguns deles tinham rótulos indicando tratar-se de alimentos industrializados, porém não foi possível checar a veracidade das informações dos rótulos.

O que aprendemos com isto? Por estes resultados, pode-se concluir que trazer estes tipos de alimentos do exterior, sobretudo os caseiros ou artesanais, além de ser ilegal, também representa um risco para a saúde. Além disso, laticínios podem estar tão ou mais contaminados que as carnes.

Agradecimentos ao colega e colunista deste blog Dafné Didier pela indicação da pesquisa.

Referência do estudo: de Melo, C.B., et al., Microbiological detection of bacteria in animal products seized in baggage of international air passengers to Brazil. PREVET(2014)

Créditos da imagem: Eduardo Gregori | Blog

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