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Influenza Aviária no Brasil: o que o consumidor e a indústria precisam saber após o foco em Montenegro (RS)

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Em maio de 2025, foi confirmado o primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no Brasil, especificamente em uma granja de matrizes pesadas no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

A ocorrência foi detectada após a notificação de mortalidade elevada pela empresa integradora em 11/05/2025. O Serviço Veterinário Oficial (SVO) realizou a interdição da granja, coleta de amostras e envio ao LFDA-Campinas, com confirmação positiva no dia 15/05/2025. Lembramos que, em 21 de julho de 2024, foi notificada a ocorrência de um foco da doença de Newcastle (DNC) em frangos de corte no município de Anta Gorda, Rio Grande do Sul. A DNC é outra doença aviária, uma das Síndromes Respiratórias (SR) que fazem parte do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).

A resposta ao surto foi imediata e seguiu rigorosamente o Plano Nacional de Contingência para IAAP, incluindo o abate sanitário das aves remanescentes, descarte de ovos férteis relacionados ao foco e início dos processos de desinfecção e vigilância. Foram delimitadas zonas de contenção em um raio de 3 km (perifoco) e de vigilância até 10 km, com instalação de barreiras sanitárias permanentes e visitas técnicas a propriedades rurais nas áreas afetadas.

Como medida preventiva adicional, o MAPA determinou a destruição de todos os ovos férteis (incubados ou não) enviados, nos 28 dias anteriores ao foco, a incubatórios localizados no Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais que tiveram vínculo epidemiológico com a granja infectada. A rastreabilidade permitiu rápida identificação e controle dos materiais potencialmente contaminados.

Do ponto de vista da saúde pública, é importante destacar que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos devidamente inspecionados. A Influenza Aviária não é transmitida por alimentos, especialmente considerando que as aves doentes são removidas ainda nas granjas e que há rigorosos controles de inspeção ante e post mortem nos abatedouros brasileiros.

O maior impacto imediato está na esfera comercial. Como medida cautelar, foi decretado estado de emergência zoossanitária por 60 dias na região de Montenegro e suspensa temporariamente a certificação sanitária internacional para a exportação de carne de aves à China e a outros países que exigem regionalização em casos de IAAP. As restrições afetam tanto produtos in natura quanto subprodutos de origem animal.

As principais medidas de prevenção envolvem vigilância ativa, notificação imediata de mortalidade anormal em aves (acima de 10% em menos de 72 horas), controle rígido de biosseguridade nas granjas e ações coordenadas entre os serviços estaduais, federais e privados. O Brasil segue adotando uma postura transparente e técnica na condução do caso, o que é essencial para garantir a confiança dos mercados e da população no sistema de defesa sanitária nacional.

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Gripe aviária como risco potencial em alimentos

Gripe aviária: o que é preciso saber

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Gripe aviária: o que é preciso saber

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A gripe aviária é uma doença causada por um vírus classificado como orthomixovirus do grupo A, do tipo aviário.

É uma doença que foi reportada em 1878, na Itália, identificada como Praga Aviária. Em 1955, o vírus foi identificado como influenza A aviário.

A ocorrência da gripe aviária em humanos, causada pelos vírus H5N1, só foi relatada pela primeira vez em 1997, em Hong Kong. Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. O que aconteceu é algo raro, que pode ser explicado pela existência de um contato muito próximo entre uma ave doente e uma pessoa, por exemplo, durante o manejo desses animais.

No ciclo natural do vírus ocorre a transmissão viral entre as aves silvestres e destas para as aves domésticas. Há relatos de transmissão de aves para suínos e posteriormente de suínos para humanos.

Já foram relatados 862 casos em humanos no mundo com 455 óbitos. Em 2008 e 2009, uma pandemia ocorreu, originada por um vírus de influenza proveniente de suínos e que continha genes do vírus aviário. O vírus manteve-se circulando em suínos e então se adaptou e foi transmitido a humanos.

Esse vírus tem alta taxa de letalidade e por isso existe  a preocupação de que humanos se infectem, o que pode representar um risco à população mundial.

O que está relacionado à possibilidade de transmissão desse vírus:

– as aves migratórias/silvestres são os principais reservatórios desse vírus, por serem os hospedeiros naturais. Um ponto importante é que essas aves não costumam adoecer por influenza e têm hábito de se deslocar por grandes distâncias, o que possibilita que esse vírus também se “desloque” para diferentes regiões.

– a globalização e o comércio internacional – além de pessoas, mercadorias também transitam por diferentes regiões do mundo, o que pode levar a uma mais rápida propagação de diferentes vírus.

– condições inadequadas de venda de animais vivos em feiras e exposições. Nestes locais, diferentes espécies animais podem ficar em contato muito próximo. Como o vírus da influenza sofre rápidas mutações genéticas, essas condições possibilitam recombinações genéticas, permitindo que o vírus adapte-se a diferentes hospedeiros.

No dia 15 de maio de 2023, a gripe aviária foi detectada pela primeira vez em território brasileiro, diagnosticada em aves silvestres.

Os principais sintomas da gripe aviária em galinhas são: tosse, espirros, muco nasal, queda de postura ou na produção de ovos, ou alterações nas cascas dos ovos, hemorragias nas pernas e às vezes nos músculos, inchaço nas juntas das pernas ou na crista, falta de coordenação motora, diarreia e desidratação.

Em casos de infecções causadas pelos subtipos altamente patogênicos, a morte súbita das aves é o principal sintoma e pode ser detectada por uma taxa de mortalidade muito acima da normal em lotes de aves, chegando a valores superiores a 60%, Em casos mais graves pode atingir de 80 até 100% de mortalidade.

No caso de suspeita da doença, um médico veterinário deve ser chamado para avaliação clínica dos animais e coleta de amostras para análise laboratorial. O serviço de inspeção animal do município deve ser acionado.

O Ministério da Agricultura publicou uma cartilha para avicultores que traz os passos que os produtores devem tomar em casos de suspeita e prevenção.

Como forma de prevenção, a identificação de animais doentes acometidos por esse vírus é primordial, o que tem sido reportado esse ano no Brasil e pode ser verificado nesse material: Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN).

Além da identificação, é importante não misturar aves de diferentes espécies, não alojar aves silvestres junto com aves domésticas e sempre comprar aves registradas. Jamais se deve comprar ou alocar aves de procedência duvidosa ou adquiridas de forma ilegal junto ao plantel.

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Gripe aviária como risco potencial em alimentos

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Vamos desenvolver a ideia da gripe aviária como potencial risco alimentar.
O vírus da Influenza Aviária (IA) afeta basicamente diferentes espécies de aves silvestres e também aves domésticas e pode ser transmitido ao homem. É, portanto, uma zoonose (uma doença que é transmitida de animais para humanos e vice-versa).

Sobre o vírus
Até agora, mais de 12 tipos de gripe aviária foram identificadas, 2 das quais são perigosas para os seres humanos: H5N1 e H7N9. Essas infecções podem ser fatais para os seres humanos. Embora alguns casos isolados de transmissão do vírus de humano para humano tenham sido descritos, isso parece ser raro até agora, mas é um risco potencial significativo para a saúde pública.
O vírus pode afetar galinhas, perus, patos e gansos e a via de transmissão é pelo contato com aves infectadas, seus excrementos e sua carne e ovos crus ou mal cozidos.

Controle
Para inativar o vírus durante o consumo de carne e ovos de aves infectadas, é recomendado e necessário cozinhar a uma temperatura interna de pelo menos 74°C. Evite ovos crus ou mal cozidos em certas preparações culinárias quando sua origem é desconhecida. Sempre que forem consumidos produtos derivados de aves, devemos nos certificar de que sejam provenientes de frigoríficos ou de produtores de ovos que tenham inspeção sanitária oficial da autoridade competente.
Evite o contato com aves doentes ou superfícies contaminadas com excrementos. Por exemplo: o exterior dos ovos deve ser lavado com água potável antes do uso. Evite a contaminação cruzada com outros alimentos. As mesmas considerações são válidas para evitar a transmissão de salmonela pelo consumo de aves e seus derivados.

Sintomas
O maior perigo é representado por aves infectadas. Quando as pessoas são infectadas podem ter complicações como: pneumonia, insuficiência respiratória, disfunção renal e problemas cardíacos.

Recomendações
As recomendações conhecidas sobre higiene na manipulação de alimentos devem ser aplicadas como forma de prevenção rotineira.
As 3 principais recomendações ao preparar alimentos à base de carne de aves e ovos são:
1- Evite a contaminação cruzada.
2- Cozinhe completamente a carne de aves (74°C no centro do produto, por pelo menos 3 minutos)
3- Evite comer ovos crus ou mal cozidos.

Referências:

https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/bird-flu/symptoms-causes/syc-20368455

https://espanol.cdc.gov/flu/avianflu/virus-transmission.htm#:~:text=Las%20infecciones%20en%20humanos%20por,cuando%20la%20persona%20lo%20inhala.

https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2022-E000111

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Sanidade do frango brasileiro

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A sanidade do frango brasileiro foi destaque da apresentação da Conferência Internacional da Eurofins “Produção de carne e desafios para exportação – de higiene e medicamentos veterinários aos obstáculos dos países nas importações: como os produtores brasileiros enfrentam esses desafios.”

Pelas imagens abaixo, podemos confirmar que estamos “limpos” no que diz respeito à gripe aviária e doença de Newcastle. 

 

Observe com a Europa encontra situação de comprometimento, sendo um de nossos principais mercados.

Ricardo Santin, UBABEF, na palestra “Indústria do Frango: perspectivas de exportação e barreiras para o comércio, no dia 08 de agosto de 2013. 

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