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Comunicação interna – Como utilizar durante a implementação da FSSC 22000?

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Mais uma vez inspirada pela introdução da ISO 22000 que fala sobre comunicação em geral e no requisito 5.6.2 descrito abaixo, trago um post para compartilhar sobre a importância de comunicar, comunicar e comunicar durante o processo de implantação e certificação.

Relembrando o requisito:

5.6.2 Comunicação interna: A organização deve estabelecer, implementar e manter métodos efetivos para comunicação com o pessoal relacionado com assuntos que tenham impacto sobre a segurança de alimentos.

Hoje meu foco ficará em um público que considero muito especial e que são como uma esponjinha seca, sedenta de informação sobre o processo de certificação e quando utilizamos a comunicação interna para levar conhecimentos a eles, recebem com muito carinho e avidez: nosso público operacional.

O que comunicar?

Tudo aquilo que os envolve e que precisam saber, como por exemplo: O que é PCC e PPRO? O que é APPCC? O que é FSSC 22000? O que são as sopas de letrinhas que utilizamos em sistema de gestão? Quando ocorrerá a auditoria? Qual o resultado da auditoria? O que o auditor pode perguntar para a operação? Como você contribui para mostrar que pratica a Política de qualidade e segurança de alimentos? Onde ficam as instruções e formulários que descrevem suas atividades?

Como comunicar?

Defina um padrão visual para divulgar conhecimento e comunicados. 

Um logotipo feito com suporte de uma agência, do marketing e da área de comunicação ajuda e muito. Fizemos um logotipo lindo para o projeto, mas por questão de política da empresa, não posso compartilhar aqui. Fiz o desenho abaixo apenas como representação da ideia. Lembre-se de que também pode haver funcionários talentosos na empresa para desenvolverem um logotipo. Mas lembre-se de consultar sempre a política de sua organização para o tema comunicação visual.

Estabeleça uma identidade visual para seu projeto, como por exemplo, definindo um logotipo com as cores da empresa. O logotipo passa a fazer parte do dia a dia de comunicação, das apresentações, dos brindes, das camisetas, dos adesivos, das pastas que armazenam documentos e registros.

Abaixo, dois exemplos de comunicados de auditoria que podem ser divulgados nos quadros de aviso, por e-mail, no jornal da empresa, na inicialização dos computadores, etc.

Outra dica: Utilize a estratégia lúdica para estudarem a sopa de letrinhas que utilizamos:


Mensagem
: Quem não comunica se estrumbica. (Chacrinha)

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Uma nova experiência e um novo olhar para o processo de implantação da FSSC 22000

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Leitores, amigos e profissionais que acompanham meus posts vão observar que ao longo deste ano estarei compartilhando algumas experiências numa série de posts que poderão ser úteis ou servir de inspiração em seus diálogos de segurança de alimentos com as equipes.

No ano de 2017 entrei de corpo e alma em uma implementação de sistema de gestão de segurança de alimentos com prazo curto para obter a certificação FSSC 22000 e conquistamos após 11 meses de trabalho.

Vou contar para vocês ao longo de 2018, criações, aprendizados, facilidades e dificuldades sobre mais um capítulo da minha história profissional com sistemas de gestão.

Iniciei o processo de implantação da FSSC 22000 como consultora e depois recebi a proposta e oportunidade de seguir no projeto, fazendo parte oficial do time de implantação da empresa com o papel de coordenadora da equipe de segurança de alimentos e coordenadora de qualidade assegurada, concretizando assim, meu retorno para o mundo corporativo.

Sim, voltei para a indústria depois de 10 anos atuando como consultora e após meu sim a esta empresa, por amor à causa Segurança de Alimentos e por acreditar na possibilidade de ajudar na melhoria da cultura, de processos, pessoas e produtos, assumi junto com uma equipe de segurança de alimentos o  processo de implantação da FSSC 22000 em 9 meses. Sim! 9 meses! Para quem conhece esta norma, sabe que não é um desafio fácil implementar e certificar em tão pouco tempo.

Nosso projeto iniciou de fato com uma auditoria de diagnóstico realizada em 2016, que permitiu à minha gerência estruturar o plano de investimento 2017, a estratégia de trabalho, a definição da equipe de segurança de alimentos, a escolha de uma consultoria especializada e a definição de um plano de ação agressivo que foi acordado com a alta direção, o cliente que nos solicitou a certificação e todos os departamentos da empesa diretamente envolvidos no processo.

O que você acha? Certificamos ou não em 9 meses?

Infelizmente não! Afinal, seria o recorde da minha vida em certificação!

E… Felizmente não, porque foi a partir de uma auditoria interna que acordamos (caiu a ficha…) e enxergamos claramente nossas fragilidades técnicas, de infraestrutura e comportamentais (4 meses antes da certificação que seria em agosto).

Foi uma auditoria e uma reunião de fechamento inesquecível para muitos. Serviu para acordar alguns que estavam adormecidos. Foi um momento de enxergar o lado cheio do copo como motivação, pois muito já tinha sido construído, mas momento de focar o lado vazio  do copo, para solucionar o que era imprescindível.

Neste momento a gestão, junto com a alta direção, decidiu mudar nosso prazo de certificação de agosto para outubro. Deixamos para trás o símbolo da “gestação de uma criança” para o símbolo da garra e união para busca do objetivo que seria a marca e conquista do ano para todos!

Neste processo, confirmei o que venho falando sobre a importância da alta direção em processos de implantação de sistemas de gestão, pois foi o empenho, envolvimento e comprometimento da alta direção que fez a diferença neste processo. Todos os recursos necessários foram disponibilizados. Uma verdadeira equipe de segurança de alimentos foi criada. Verdadeira, porque uniu colaboradores da produção, da qualidade, da manutenção, engenharia, RH, de compras que foram deslocados de suas funções para ter dedicação total ao projeto. Além de outras áreas que, embora não estivessem na Equipe de Segurança de Alimentos estavam atuando em campo com os projetos de infraestrutura, manutenção, calibração, homologação de fornecedores, entendendo e implantando os novos requisitos, etc.

Outro ponto de que sempre falo como forma de alavancar o processo de certificação é a demanda do mercado e esta também era uma realidade nossa. O mercado nos requisitando a implementação de uma norma aprovada pelo Global Food Safety Iniciative (GFSI) para continuarmos como fornecedores e foi o que fizemos.  Escolhemos a FSSC 22000, que como se sabe é composta pela ISO 2200:2006, ISO TS 22002-1 e Requisitos Adicionais.

Enfim, concluo este post, afirmando a vocês com base em mais esta experiência vivenciada na prática, que com paixão pela causa de promover o crescimento das pessoas através da implantação de sistemas de gestão, um bom planejamento, alta direção focada no resultado e disponibilizando recursos, uma equipe multidisciplinar comprometida e bem treinada, a organização como um todo compreendendo a importância de seu papel e do projeto e uma boa dose de comunicação clara, você consegue atingir os desafios de um processo de implantação de uma norma complexa em pouco tempo.

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Material de contato: como iniciar este tema ao implementar a FSSC 22000 – Parte 1

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Nesta série de posts, meu foco será compartilhar algumas experiências ao longo do processo de implantação da FSSC 22000 em 2017 e responder às perguntas de leitores feitas durante meu período de ausência no blog.

Hoje inicio com base no texto abaixo, da introdução da ISO 22000:

“Comunicação é essencial para garantir que todos os relevantes perigos sejam identificados e adequadamente controlados em cada etapa durante a cadeia dos alimentos. Isto implica na comunicação entre as organizações do início ao fim da cadeia. A Comunicação com clientes e fornecedores sobre perigos identificados e medidas de controle auxiliará a esclarecer requisitos de clientes e fornecedores (por exemplo, com relação a viabilidade e necessidade destes requisitos e seu impacto no produto final). Reconhecimento do papel da organização e posição na cadeia produtiva de alimentos é essencial para assegurar uma efetiva comunicação interativa através da cadeia a fim de entregar produtos alimentares seguros ao consumidor final.”  

Vou contar neste post como estruturamos este item tão importante da norma e que é muito difícil de atender, devido a nossas legislações serem uma das mais completas do mundo para o tema, o baixo conhecimento do mercado (tanto fabricantes como dos auditores e auditados), o elevado custo de análises e a falta de maturidade do tema em nosso país.Foi lendo este trecho da norma e a partir do desafio que me foi dado pela consultora do projeto Ana Cláudia Frota, que me desafiou a enfrentar um dos meus gaps de conhecimento e medo de não dar conta do recado para lidar com o tema material de contato no projeto, que desenvolvi com muito carinho e hoje tenho orgulho de dizer, um dos mais importantes trabalhos da minha vida para influenciar a cadeia de fornecimento de material de contato.

Iniciamos o tema contratando um engenheiro de segurança com conhecimento em materiais, devido aos seus longos anos atuando como engenheiro na manutenção de diferentes empresas, que em conjunto com um dos funcionários mais antigos da manutenção da empresa em que estou atuando percorreram todos os cantos da fábrica para mapear cada material de contato existente na empresa. Aqui, vale mencionar a importância de valorizarmos o conhecimento dos antigos colaboradores da empresa, pois eles tem em sua memória, informações que são fundamentais para o trabalho de exploração e reconhecimento de cada parte da fábrica, dos equipamentos, das mangueiras, da tubulação, dos tanques, etc., que muitas vezes foram instalados há anos e alguns detalhes que não foram documentados muitas vezes são resgatados pela memória humana. Outro ponto que devo enfatizar: valorize os anos de vida e conhecimento de profissionais sexagenários que podem auxiliar e muito com sua especialidade de engenharia da vida. Enfim, seguem abaixo os passos percorridos no início do trabalho de levantamento de material de contado:

Passo 1 – Elaboração do fluxograma do processo

Passo 2 – Mapeamento dos equipamentos e materiais de contato

Passo 3 – Levantamento dos fornecedores dos equipamentos e materiais de contato

Passo 4 – Fotografar e registrar as informações mapeadas

Segue aqui, para você baixar e utilizar, um modelo para iniciar seu mapeamento de material de contato.

A comunicação interna, através do diálogo com os profissionais de maior experiência da fábrica e a externa com os fornecedores, fabricantes e profissionais com conhecimento em legislação é fundamental para o sucesso deste mapeamento. A comunicação interativa com a cadeia de fornecedores é fundamental neste processo e estarei falando um pouco mais sobre este tema num próximo post de material de contato.

Mensagem: Não tema! Mergulhe e aprenda cada detalhe da infraestrutura, da legislação aplicada aos equipamentos e materiais de sua produção e leve este conhecimento para toda a vida!

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Revisão da ISO 22000 progride mais um passo

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A Norma ISO 22000 – Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos está em revisão, desde meados de 2015, conforme abordado pela colunista Ana Luisa Fernando, aqui neste post. As colunistas Ana Claudia Frota e Silvana Chaves também já escreveram sobre este tema, como pode ser relembrado aqui e aqui.

Dando continuidade ao cronograma de revisão da ISO 22000, o Comitê TC34/SC17/WG8 da ISO, responsável pelo tema de gestão em segurança de alimentos, anunciou que foi publicado em junho/2017 o atual estágio da revisão, o DIS (Draft International Standard), que seria a Norma na versão “rascunho”, mas já com a nova estrutura esperada, seguindo-se o modelo da ISO 9001:2015, com dez capítulos. Esta versão “DIS” ficou aberta para comentários até o mês de julho de 2017. Em breve, teremos o FDIS (Final Draft International Standard), que seria o “rascunho final” da Norma aprovada. A versão revisada final e oficial está prevista para ser publicada em junho de 2018.

Como mudanças importantes, está uma melhor compreensão do termo “risco”, onde haverá distinção entre o risco no nível operacional (através do estudo do APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), e o risco no nível estratégico ao sistema de gestão (risco ao negócio), que é a habilidade da organização em identificar e incorporar oportunidades para atingir os objetivos específicos do negócio. A Norma também esclarecerá o conceito de dois Ciclos PDCA (Plan, Do, Check, Act – Planejar, Executar, Verificar e Atuar): um é o PDCA aplicado ao sistema de gestão como um todo, e o outro, que está incluído dentro deste primeiro, seria o PDCA que trata das operações cobertas na Cláusula 8 da Norma, que cobre os princípios do APPCC determinados pelo Codex Alimentarius. Veja aqui como funciona o processo de revisão da Norma ISO 22000, e a notícia oficial sobre a revisão aqui (links em inglês).

Vamos continuar acompanhando as novidades para manter nossos leitores atualizados. Teremos muitas mudanças em 2018, com impacto principalmente para as organizações que estão em busca da certificação (ou estão certificadas) na ISO 22000 ou FSSC 22000. Preparem-se!

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Food defense como requisito para certificação FSSC 22000: bioterrorismo e biovigilância na indústria de embalagens

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Uma das principais exigências estabelecida pela ISO 22000:2005 para empresas de alimentos e embalagens foi implementar PPRs para eliminar os riscos em relação à segurança dos alimentos da embalagem utilizada por indústrias alimentícias no processo de fabricação.

A ISO/TS 22002-1-2009 é focada na complementação dos programas de pré-requisito para a produção de ingredientes e alimentos. A ISO/TS 22002-4:2013 é utilizada para os programas de pré-requisitos para a fabricação de embalagens para alimentos. Para manter o objetivo de ser um esquema de certificação de segurança de alimentos baseado somente em normas ISO, a Fundação (FSSC) anunciou em maio de 2014 a substituição da PAS 223 pela ISO/TS 22002-4. A partir de 01/11/14 não foi mais permitido usar a PAS 223 para novas certificações. Para empresas já certificadas, o prazo de transição foi até 31/10/15.

A ISO/TS 22002-4 para produção de materiais de embalagem para alimentos engloba:

Estabelecimentos
Layout e Espaço de Trabalho
Utilidades
Disposição dos Resíduos
Adequação de Equipamentos, Limpeza e Manutenção
Gerenciamento de Materiais adquiridos e Serviços
Medidas para Prevenção da Contaminação
Limpeza
Controle de Pragas
Higiene Pessoal e Instalações para Empregados
Retrabalho
Procedimento de Recolhimento
Estocagem e Transporte
Informação da Embalagem de Alimentos e comunicação ao consumidor
Defesa dos Alimentos, Biovigilância, Bioterrorismo
Projetos

Um dos requisitos para a certificação FSSC 22000 é o item de Food Defense, biovigilância e bioterrorismo. Define-se como o objetivo desse item estabelecer a sistemática de proteção das embalagens produzidas, bem como fornecer orientações sobre abordagens para a proteção do negócio contra ataques maliciosos, ataques ideologicamente motivados, mitigando e minimizando o impacto destes ataques caso venham a ocorrer. Tem ainda como objetivo avaliar os perigos que possam atingir as matérias primas e embalagens produzidas relacionadas a atos de sabotagem em potencial, vandalismo ou terrorismo, colocando em prática medidas proporcionais de proteção.

Como documento de referência, pode ser utilizado o PAS 96 – Defending Food and Drink – Guidance for the deterrence, detection and defeat of ideological motivated and others forms of malicious attack on Food and their supply arrangements. 

Como critérios para defesa da embalagem, está a contaminação intencional maliciosa com materiais tóxicos causando problemas de saúde e até mesmo a morte, a sabotagem da cadeia de abastecimento levando a escassez das embalagens e o uso indevido de materiais de embalagens (matérias primas e ou produtos acabados) para finalidades terroristas ou criminosas.

Todos os produtos químicos utilizados devem ser inerentes às áreas e processos de fabricação. Os produtos químicos utilizados nas áreas de processamento (impressão, gofragem, laminação e corte), manutenção, devem ser direcionados a áreas específicas de processamento. Todos os colaboradores devem ser treinados sobre o real risco de contaminação dos produtos que utilizam e possuir conhecimento de que os produtos químicos devem ser utilizados de acordo com sua finalidade e propósito.

Os produtos químicos perigosos devem ser controlados pelos órgãos competentes (Policias Federal e Militar) e mantidos fechados e com acesso restrito, sendo utilizados somente quando solicitados pelos responsáveis pelas áreas de produção.

Para evitar a escassez de embalagem ou falta de abastecimento junto aos clientes, o ideal seria trabalhar com mais de um fornecedor para cada tipo matéria prima utilizada no processamento. Outro fator importante para o Food Defense é o controle de fornecedores e controle de rastreabilidade e recall. Os fornecedores devem ser avaliados e os produtos devem ser produzidos a partir de matérias primas adquiridas de fornecedores com alta capacidade técnica e aptas a entrar em contato com alimentos, não conferindo de forma alguma contaminantes ao produto que se deseja embalar. Deve ser garantida a ausência de contaminação nas embalagens, seja ela intencional ou não. A cadeia de segurança deve ser mantida até que o material chegue à área final de expedição. Os controles de rastreabilidade implantados na empresa devem permitir uma identificação completa de todo o histórico de produção.

Outro foco da Food Defense deve ser a concepção de edifícios e infra-estruturas para impedir a entrada de pessoas não autorizadas. A empresa deve ter segurança de pessoal e controle de acesso às áreas de fabricação e estocagem de insumos e matérias primas.

As áreas potencialmente sensíveis, como portas de acesso à produção, as áreas de estoque tanto de matéria prima como de produtos acabados, devem ser corretamente identificadas, mapeadas e submetidas a controles de acesso. Os setores sensíveis devem ser monitorados por câmeras 24 horas por dia e as imagens armazenadas sobre controle da área de TI. As embalagens com marcas registradas, promocionais, materiais gráficos sigilosos devem sempre estar seguros e devidamente armazenados quando não estão em utilização.

A empresa deve avaliar também a Ameaça ao Ponto Crítico de Controle (TACCP), possuindo um time formado pelos colaboradores. Esse time deve ter conhecimento necessário sobre segurança das instalações, recursos humanos, tecnologia de embalagens, engenharia de processo, produção e distribuição. Este time tem a função de identificar e solucionar qualquer ocorrência de modo a minimizar os impactos negativos aos consumidores.

Outro item importante é o controle de informações confidenciais. O indicado é que para acessar os computadores, os colaboradores possuam seu login e senha e que somente com esses dados seja possível acessar o sistema da empresa para impedir o acesso de pessoas não permitidas. A gravação de dados deve ser proibida em qualquer mídia, pendrive, cd, etc, evitando o acesso às informações fora da empresa. Somente à área de TI deve ser permitido instalar softwares em qualquer computador utilizado durante o trabalho. Os documentos do sistema deverão estar disponíveis somente para leitura e somente alguns funcionários habilitados podem modificar arquivos.

Caso o visitante precise acessar a internet, deve usar o próprio computador, utilizando o seu provedor ou o wifi no setor administrativo. Em relação à segurança das áreas de armazenagem e produção e controle do transporte e distribuição, a área de armazenagem deve ser monitorada por câmeras 24 horas por dia para verificar sinais de vandalismo.

Para o transporte e distribuição, não havendo caminhão próprio da empresa, para evitar fraudes durante o transporte e distribuição, os caminhões devem ser lacrados. Os caminhões devem ser dedicados para o transporte e distribuição dos produtos. Os responsáveis pelo recebimento registram a placa do caminhão, horário, data, nome do motorista e coletam a assinatura do mesmo. As indústrias no Brasil ainda não estão adotando as práticas de Food Defense, porém esse assunto está crescendo no Brasil e no mundo, e deve ser implantado pelas empresas que buscam a certificação.

Andressa Pietszekovski é engenheira de alimentos, formada pela PUC de Curitiba, com pós-graduação em Engenharia de Produção Enxuta/Lean Manufacturing pela PUCPR.  Possui certificado Green Belt pela PUCPR, com atuação em projeto de DMAIC. Possui experiências nas áreas de Controle de Qualidade e Garantia de Qualidade em indústria de alimentos e embalagens. Hoje atua na área da Garantia da Qualidade em uma multinacional de embalagens flexíveis. Conduz implementação de certificações, estruturação de sistemas de Gestão de Qualidade e Segurança de Alimentos. É responsável pela parte de documentação, auditorias, treinamentos, fornecedores, análises, controle de pragas, entre outras atividades. Integra o Pilar de Qualidade, focado em melhoria contínua e controle de não conformidades.

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Que norma de certificação escolher?

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No VI Encontro da sbCTA , dias 30 e 31/05/17, com o tema “Expectativas, desafios e demandas”, o palestrante Fernando Ubarana, da Nestlé, introduziu seu tema com as perguntas: Estamos em busca de uma certificação ou uma referência para o estabelecimento de um SGSA consistente e que traga benefícios reais para a nossa organização? Quais os fatores que influenciam a escolha da Norma de Certificação? Há internos e externos: cultura (normas técnicas ou com elementos de gestão), requisitos internos (diferentes estruturas das normas com bases técnicas de PPR’s fortes), tipos de produtos (cárneos que exportam optam nesse setor pela norma BRC), integração com outros sistemas de gestão (alimentos é um dos aspectos do sistema de gestão), maturidade do sistema e competências internas em segurança de alimentos. Os externos: necessidades de acreditação (local é o INMETRO, UKAS é na Inglaterra), mercado e clientes (se exportam para Inglaterra é BRC, já Alemanha e França a IFS, que é um fator que está caindo pelo GFSI) e valores (o quanto custa essa ou aquela norma?). Aproveitou e mostrou um estudo de caso apresentado em nosso blog com custos da certificação (veja aqui).
O GFSI é uma fundação sem fins lucrativos, criada em maio de 2000, com versão atual dos requerimentos GFSI Benchmarking Requeriments na version 7 Guidance Document, cuja atividade chave é o processo de benchmarking ou reconhecimento de equivalência, através de comparação dos requisitos de sistema de gestão, controles de produto e processo, BPF, análise de riscos, dentre outros. As classes de organização na cadeia de alimentos por setores são de acordo com ISO 22.003 ou na versão 4 da FSSC 22.000.
Exemplo de requisito para fornecedores Nestlé para aprovação baseada no FSMS reconhecido pela GFSI, não necessitando mais auditoria completa do SGSA (já realizada por Organismo Certificador) para Política, controle de documentos, auditoria interna, assim a visita é mais focada, por exemplo: vírus em alimentos nos processos produtivos (tema emergente), ou seja, prevenção em termos de higiene, foco nos processos térmicos, ou seja, um valor com foco em precauções específicas e reais necessidades.
Com muita propriedade o palestrante explicou cada norma de SGSA:
– SQF apareceu em 1999 na Austrália, envolvendo Qualidade na versão atual 7.2 em 2 níveis (nível 2 é segurança de alimentos e a nível 3 engloba Qualidade, a Organização quem escolhe. Ela permite o nível básico). Há somente 6 certificações no Brasil com total de 5.536 certificações nos EUA. O limite de transição da versão 7.2 para a versão 8 é janeiro de 2018.
– BRC foi desenvolvida por varejistas e é aplicável a vários segmentos, desde 1996. Há 150 certificações no Brasil contra 2.244 Estados Unidos e contra 4.268 no Reino Unido. A norma atual está na versão 7 de janeiro de 2015. Proporciona o módulo de avaliação voluntária em Cultura de Segurança de Alimentos (Pessoas incluindo a Alta Direção). BRC não segue sequência muito lógica, com gestão e requisitos técnicos alternados (comprometimento da Gestão, Plano de Segurança de Alimentos – HACCP, SGSA, requisitos para a Unidade, controle de produto, controle de processo, pessoal), mas vai além “do que” e entra no “como”.
– IFS gerenciada por International Featured Standards para varejistas Alemanha, França e Itália iniciada em 2003 com 8 normas. Há 25 certificados no Brasil na versão 6 de abril/2014 com o draft na versão 7 pedida pelo GFSI. Requisitos são 6 com visão interessante de PDCA e requisitos adicionais de defesa de alimentos.
– FSSC 22.000 no Brasil são 332 certificações contra 1.161 nos Estados Unidos. Na versão 4 de janeiro de 2017 com limite de transição da nova versão em janeiro de 2018. FSSC 22.000 usa como base a ISO 22.000-5 mais pré-requisitos do segmento e requisitos adicionais que são 11 na versão 4. Norma com visão geral para implementação norma SGSA com revisões de requisitos adicionais para inserir o que o GFSI solicita (incorpora requisitos na estrutura). Deficiências na prevenção de fraudes e rotulagem do país de destino: como está sendo avaliado nas auditorias? Ponto de atenção, alerta o palestrante.
Comentou sobre a futura revisão da ISO 22.000 com nova estrutura prevista alinhando o PDCA (4. Contexto da Organização, 5. Liderança, 6. Planejamento e 7. Apoio, 8. Operação – PDCA dentro do PDCA), Check (9. Avaliação de desempenho) e Act (10.) – Anexo SL da ISO 9001:15.
Fez comparação entre Normas: requisitos técnicos específicos (PPR e medidas de controle), requisitos relacionados à aplicação dos princípios HACCP e de Sistemas de Gestão. Ex.: Equipamentos de Detecção na SQF item 3.7.5 (com aspectos técnicos não detalhados), no BRC 4.10.3 (extremamente detalhada), assim, considerar requisitos internos, há a necessidade de detalhamento, daí optar pela BRC. Na IFS abordam o tema nos requisitos 4.12.3 até 4.12.6 e na FSSC 22.000 não tem nada sobre, na ISO 22.000 há menção apenas no 10.4 da ISOTS 22.002-1. O recado é observar as estruturas das normas, assim aderir à Gestão interna da Organização para decidir qual utilizar. Reparem nos pesos da Normas técnicas! Conceito novo de zoneamento de higiene que é mencionado nos requisitos adicionais da FSSC 22.000, mas o BRC v.7 tem bastante detalhamentos desse tema. Na ISO22.000 o HACCP está espalhado, mas também incorporado, diferentemente das outras normas.
Aspectos de Gestão todas as normas cobram: foco no cliente, abordagem de processos, liderança, engajamento de pessoas, melhoria, decisão baseada em evidência, gestão de relacionamento. FSSC 22.000 por ter base a ISO, tem mais estrutura, mais transparente para Sistemas de Gestão, as demais normas podem ser mais favoráveis nos casos de sistemas de gestão mais maduros.
Retomando a questão do tema da palestra, Fernando orienta para 3 aspectos: requisitos técnicos, princípios do HACCP e princípios de gestão. Conclusivamente, buscar uma norma reconhecida pela GFSI, mas não há uma norma “melhor que a outra”, depende dos fatores internos e externos para a adequação à cultura e maturidade  organizacionais com relação à segurança dos produtos. Citou o exemplo da PCA com Salmonella nos processos, ambiente e produtos. Matou 9 pessoas e afetou 700, metade crianças; com reconhecida certificação, mas que liberou produtos sabidamente contaminados. Assim, a lição é ter um sistema de gestão consistente e não apenas certificado.

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Segurança de Alimentos no Debate do Fórum FISPAL de Tecnologia 2017

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O Fórum FISPAL de Tecnologia que aconteceu paralelamente à FISPAL Tecnologia 2017, nos dias 27 e 28 de junho, no São Paulo Expo, abordou temas atuais no âmbito de qualidade e otimização de processos e contou com a presença dos principais representantes da indústria de alimentos e bebidas.

Vamos transmitir para você, leitor, os detalhes relacionados à Food Safety mais importantes do Fórum, por meio deste post.

Na programação do evento estava um rico debate abordando o tema Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos e adequação à norma FSSC 22000,  no qual a Dra. Ellen Lopes, General Manager da Food Design Group, foi mediadora. A mesa foi composta por:

Juliana Kitakawa, Gerente da Área de Alimentos e Bebidas da DNV GL;

Fernando Ubarama, Expert de HACCP da Nestlé, Zona américa da Nestlé;

Marco Tulio Bertolino, Gerente de Operações da Ducoco Alimentos e Bebidas.

Fizemos uma síntese envolvendo as respostas dos três para cada pergunta. Os pontos fortes da discussão vocês podem conferir abaixo:

– A preparação que uma empresa deve ter para atendimento de órgãos fiscalizadores é a mesma exigida no preparo para uma certificação?

À medida que uma empresa implementa um sistema de gestão de segurança de alimentos consistente, o cumprimento legal vem como consequência, já que para FSSC 22.000 ou normas compatíveis a ela, um dos aspectos básicos é o cumprimento das legislações, seja referente a Boas Práticas de Fabricação ou a padrões de segurança dos alimentos, levando-se em conta aspectos físicos, químicos e microbiológicos.

Um sistema de gestão vai muito além de atender a órgãos regulamentadores, ele traz inúmeros benefícios, como a redução de custos oriundos da “não qualidade” e proporciona meios para as BPF e o HACCP funcionarem de fato. O sistema de gestão garante melhoria contínua.

Um ponto relevante nessa discussão foi acrescentado por Juliana: muitas vezes, aos olhos da companhia ela tem fiscalizadores, seja da certificadora ou o órgão regulamentador. Como exemplo, Juliana citou a indústria de produtos de origem animal, onde HACCP é lei, mas a visão de um agente fiscal e um auditor são diferentes, com relação a pontos críticos de controle.

 – Visão com relação aos programas que vão além da gestão e da certificação das normas, como por exemplo, cultura de Food Safety.

Este é um tema muito discutido porque apesar de algumas empresas possuírem rigorosos sistemas de gestão, ainda assim ocorrem problemas relacionados a descumprimento de Boas Práticas de Fabricação e produtos não conformes.

Os especialistas ressaltaram que nenhuma norma é infalível e que uma variável muito importante dos processos são as pessoas.

Tão importante quanto treinar os colaboradores é criar, gerar neles a cultura Food Safety, nas áreas diretamente ligadas ao processo produtivo e em áreas próximas a eles, como a manutenção. Salientou-se ainda que a cultura deve ser permeada também em setores que parecem distantes do processo produtivo, como o setor de compras, mas que influenciam diretamente a segurança de alimentos.

Ellen, a mediadora, acrescentou: para que as pessoas se motivem a ter cultura food safety elas precisam abraçar e enraizar a causa. As fórmulas não são únicas e variam de empresa para empresa.

– Mudanças no novo esquema de certificação FSSC 22.000 que começa a vigorar em janeiro de 2018.

  • As empresas deverão implementar um requisito específico para fraude;
  • Auditorias não anunciadas depois da auditoria de certificação ou recertificação;
  • Mudanças nos requisitos relacionados a competência dos auditores, que terão que ter 5 auditorias, podendo no máximo auditar uma mesma empresa por dois ciclos;
  • Novos escopos, como transporte e distribuição, restaurantes e varejo. 

A partir de 1 de janeiro de 2018 já irão valer essas novas regras.

– Minha empresa não tem certificação, por onde começar?

Hoje em dia existem cada vez mais ferramentas facilitadoras para empresas obterem a certificação.

Quando se fala em normas GFSI, existe o processo chamado Global  Markets, que permite um caminho modulado e planejado até a certificação.

A promoção de debates desse nível cria uma conexão entre os diversos elos da cadeia de alimentos e proporciona a ampliação da visão food safety. Sem dúvidas, a certificação em normas de gestão de segurança de alimentos coloca a empresa em um patamar diferenciado, tornando-a apta a ampliar a confiança do consumidor, conquistar novos clientes e sobretudo, mantê-los.

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Novidades FSSC 22000: lançada a versão 4.1 do Esquema

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Há alguns meses, em dezembro de 2016, escrevemos este post sobre a publicação da versão 4 do Esquema de Certificação de Sistema de Segurança de Alimentos FSSC 22000. Em 21 de julho de 2017 (hoje!), a Foundation, proprietária do esquema FSSC 22000, publicou mais uma revisão, lançando a versão 4.1, de acordo com o comunicado aqui.

Após a publicação da versão 4, alguns desenvolvimentos e acontecimentos levaram a FSSC à publicação da versão 4.1, incluindo os seguintes motivos:

  • A versão 7.0 do Documento-Guia do GFSI, que contempla os critérios mínimos para sistemas de gestão da segurança de alimentos, foi lançada em março de 2017. Em seguida, em maio, publicou-se a versão 7.1, e agora em setembro, está prevista a publicação da versão 7.2. O esquema FSSC deve manter-se alinhado às expectativas do GFSI e demais partes interessadas para continuar sendo aceito.
  • A avaliação do esquema FSSC 22000 versão 4.1 pelo procedimento de Acreditação Europeia (EA), EA-1/22, liderado pelo Conselho de Acreditação Holandês (Dutch Accreditation Council – RvA).
  • Necessidade de esclarecimento e correção do texto da versão 4.0 da FSSC 22000 conforme feedback da indústria e organismos de certificação e acreditação.

Uma visão geral do que mudou na versão 4.1 pode ser verificada aqui, mas colocamos os principais pontos a seguir:

  • O requisito de “supervisão do pessoal”, que já era existente na versão 3 e também na versão 4, foi retirado. Entendeu-se que este tema está coberto pelo requisito 6.2 da ISO 22000.
  • Os requisitos sobre food defense e prevenção à fraude foram reescritos da versão 4 para a versão 4.1, para que ficassem mais claros e condizentes com o Documento-Guia do GFSI (versão 7.1).
  • Os requisitos de gestão de alergênicos e monitoramento ambiental microbiológico ficaram restritos somente às categorias C (produção de alimentos e bebidas), I (produção de embalagens) e K (fabricação de bioquímicos – aditivos, vitaminas, ingredientes, etc.).

A FSSC espera publicar em meados de agosto o comparativo detalhado das mudanças entre as versões. Outro ponto muito importante é que todas as empresas já certificadas deverão ser auditadas na versão 4.1 a partir de 01 de janeiro de 2018. Os requisitos de certificação das empresas na versão 4.1 da FSSC podem ser acessados através deste link.

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A acessibilidade da segurança de alimentos no Brasil

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Com certeza o maior desejo de todo profissional que trabalha na área de segurança dos alimentos é que as indústrias de alimentos do Brasil possam ser reconhecidas pelo mais alto nível de qualidade e eficiência neste tema tão importante para os consumidores atualmente. E qual a melhor forma para se alcançar isso se não pela certificação nas normas rigorosas do BRC, FSSC 22000 ou ainda outra qualquer reconhecida pelo GSFI?

Até aí tudo bem, visto que o número de empresas que têm alcançado certificações deste tipo só tem aumentado em nosso país conforme já foi inclusive noticiado aqui no blog Food Safety Brazil. Isso demonstra a evolução da nossa indústria de alimentos neste ponto. São dados que comprovam a busca das empresas por esse reconhecimento por diversas motivações, mas quem sai ganhando com tudo isso logicamente é o consumidor por dispor de uma variedade maior de alimentos que são produzidos de forma segura. A evolução deste tema é constante e basta comparar as indústrias de alimentos no país de hoje com aquelas de 30 anos atrás, ou até mesmo de um período mais curto e recente de nossa história.

Para as grandes empresas que dispõem de um sistema de segurança e qualidade robusto e bem implementado e profissionais altamente qualificados não parece ser tão difícil alcançar este feito (e teoricamente não é), mas as pequenas e médias indústrias que almejam alcançar este patamar de “excelência” muitas vezes enxergam uma certificação como um status inatingível.

Sabemos que nossas legislações que tratam especificamente da produção e comercialização de alimentos são bastante exigentes e por questões adversas (seja financeira, estrutural, organizacional ou outras) algumas empresas não conseguem atender ou se adequar a tantos requisitos exigidos. Com exceção de algumas que sabidamente não cumprem porque não querem, existem várias indústrias de alimentos menores espalhadas de Norte a Sul do Brasil que demonstram boa vontade em seguir por este “bom caminho”, mas que dificilmente conseguirão chegar lá.

Um exemplo recente e que posso citar é de um gestor da qualidade de uma pequena agroindústria de polpa de frutas. A indústria tinha tudo para implementar um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, mas o gestor, em um primeiro contato com a Norma e seus inúmeros itens, logo se deu conta de que por maior que fosse seu esforço juntamente com a direção da empresa, não seria possível cumprir integralmente a Norma por questões financeiras e infraestrutura ainda inadequada para o processamento mínimo do seu produto. E que mesmo participando de um treinamento sobre uma Norma de segurança de alimentos bastante requerida pela maioria das empresas, demonstrou sua frustração ao perceber que para aquela norma infelizmente não conseguiria certificar-se. Este caso bem que poderia ser raro, no entanto é mais comum do que se possa imaginar. São situações como estas que nos fazem indagar: “E a culpa é de quem?” Com certeza não é uma boa pergunta, pois o melhor seria questionar: “Como fazer com que essas indústrias consigam enxergar uma certificação FSSC 22000, por exemplo, como algo acessível?” Também não é tarefa fácil responder a isso, mas certamente nos leva a pensar seriamente neste assunto. Ainda mais agora, que esta norma passou por uma nova revisão e acrescentou mais alguns requisitos aos seus não tão poucos itens já existentes.

Algumas exceções poderiam ser abertas, obviamente desde que não prejudiquem a finalidade da certificação propriamente dita, ou seja, a segurança de alimentos. Poderiam direcionar alguns requisitos para uma empresa previamente classificada pelo seu porte, quantidade de funcionários ou outro parâmetro. Enfim, buscar medidas para que a acessibilidade à segurança de alimentos e principalmente a uma certificação possa ser alcançada por todos (grandes e pequenos).

Difundir ainda mais este conceito de segurança de alimentos e sua importância para os produtores e consumidores de alimentos também seria uma forma para que canais de discussão fossem abertos e que seu aperfeiçoamento pudesse ocorrer. 

Espero que, assim como eu, outros profissionais possam pensar neste assunto com maior frequência e dedicação e que possamos encontrar uma forma de reverter essa realidade indesejada pela qual ainda passam muitas indústrias de alimentos do nosso Brasil.

José Gonçalves de Miranda Junior é tecnólogo agroindustrial de alimentos pela  Universidade do Estado do Pará e pós-graduado em engenharia de alimentos e desenvolvimento de produtos pelo Instituto Mauá de Tecnologia. É Gestor da Qualidade na empresa Caiba Indústria e Comércio S/A. 

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Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos – por onde começar? Parte 1

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A implantação de um sistema de gestão da segurança de alimentos é um desafio e tanto! Algumas empresas possuem uma cultura já mais madura para o tema, outras precisam de uma dedicação reforçada na base para no futuro colher frutos mais permanentes. Um dos nossos leitores relatou que apesar de fazer um curso de especialização em segurança de alimentos, não se sente preparado para implantar um sistema de gestão da segurança de alimentos e nos pediu ajuda para descrevermos quais seriam os primeiros passos.

Por se tratar de uma dúvida comum e que muitos dos nossos leitores têm a missão de participar do processo de estruturação de um sistema de gestão, resolvemos fazer este post.  Implantar sistema de gestão da segurança de alimentos em empresas de diferentes portes, contextos e estágios fez parte do meu dia-a-dia nos últimos 14 anos e compartilho com vocês algumas dicas. Devido à complexidade do assunto, vamos apresentar este conteúdo em 3 partes. Boa leitura e depois nos conte se este post ajudou, ok?

Passo-a-passo para implantar um Sistema de Gestão da Segurança dos Alimentos:

  1. Levantamento dos requisitos legais aplicáveis ao negócio, processo e produto:

A base de qualquer sistema de gestão é o atendimento aos requisitos legais de segurança de alimentos aplicáveis ao negócio, processo e produto. No Brasil, temos legislações de Boas Práticas bem pormenorizadas para diversos segmentos. Estas devem ser consideradas durante o estabelecimento dos procedimentos da empresa, assim como durante o projeto de infraestrutura do negócio. É necessário que a empresa identifique os requisitos aplicáveis para promover uma avaliação de conformidade legal. Estes requisitos legais serão posteriormente controlados como documentos de origem externa para que sejam mantidos sempre atualizados. A identificação dos requisitos legais aplicáveis pode ser feita internamente por colaboradores da empresa após consulta em sites das agências reguladoras (Anvisa e Mapa), sites de associações técnicas aplicáveis ao segmento em que atua e após consulta a sites reconhecidos como fontes seguras de informação. Caso a empresa prefira,  existem no mercado algumas empresas que prestam o serviço de identificação e avaliação de conformidade de requisitos legais aplicáveis.

2. Estudo dos requisitos normativos e escolha da norma que melhor atende às necessidades da empresa

Existem no mercado diversas normas ou esquemas de sistema de gestão da segurança de alimentos que podem ser implementados em uma empresa inserida na cadeia produtiva de alimentos. Alguns são reconhecidos pelo GFSI (leia mais sobre GFSI aqui), outros não. Cada esquema possui características próprias e devem ser avaliados para que se possa eleger qual atende às necessidades e expectativas da empresa, de clientes e de outras partes interessadas. Sem dúvida, trata-se não só de uma decisão técnica, mas também estratégica! Abaixo há uma lista que não esgota o assunto, mas visa auxiliar neste processo de escolha:

APPCC Codex:

  • Reconhecido pelo GFSI: Não
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Não
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Não
  • Apresenta requisitos de gestão: Não

ISO22000:

  • Reconhecido pelo GFSI: Não
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Não
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Não
  • Apresenta requisitos de gestão: Sim

FSSC 22000:

  • Reconhecido pelo GFSI: Sim
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Sim, mas permite flexibilidade
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Não
  • Apresenta requisitos de gestão: Sim

IFS:

  • Reconhecido pelo GFSI: Sim
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Sim
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Sim
  • Apresenta requisitos de gestão: Sim

BRC:

  • Reconhecido pelo GFSI: Sim
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Sim
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Sim
  • Apresenta requisitos de gestão: Sim

SQF:

  • Reconhecido pelo GFSI: Sim
  • Apresenta requisitos de BPF pormenorizados: Sim
  • Trabalha requisitos de qualidade, além da segurança de alimentos: Sim
  • Apresenta requisitos de gestão: Sim

Temos aqui no blog diversos posts sobre os principais protocolos de sistema de gestão da segurança de alimentos. Este aqui é um bom exemplo.  Navegue por aqui e boa escolha!

Continue nos acompanhando e até breve!

A segunda parte deste post pode ser acessada clicando aqui. 

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Best-Practices e aprendizados da indústria que influenciam a qualidade do produto brasileiro

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O IV Simpósio 3M Food Safety foi realizado dia 15/05/17, com o tema Análise de Riscos na Indústria de Alimentos – Impactos e Tendências. O evento contou com palestra da engenheira de alimentos Juliane Dias, editora do blog Food Safety Brazil, sob o título Best-Practices e aprendizados da indústria que influenciam a qualidade do produto brasileiro. 

A palestrante iniciou explicando o significado de best-practices: “as melhores práticas para realizar determinada tarefa”. Antes de tudo, para implementar uma norma de segurança de alimentos é preciso motivação: não implemente um requisito porque a norma X, ou a Anvisa, ou o FDA exigem. Faça porque faz sentido para a missão da empresa, bem como para a saúde financeira. Implementar as Boas Práticas tem que ser um objetivo estratégico!

Juliane apresentou o perfil das empresas certificadas em segurança de alimentos no Brasil. Em maio de 2016, havia 416 empresas certificadas, sendo 60% em FSSC 22.000, 33% em BRC, 5,5% em IFS e 1,7% em SQF. Segundo relatório da ABIA, havia 48.900 empresas de alimentos no país em 2016, demonstrando assim que há muitas oportunidades de mercado (81,9% são microempresas).

Na sequência, Juliane dividiu, com expertise e didática, as melhores práticas em três pilares: Pessoas, Processos e Ferramentas.

Pessoas

Foi apresentado um vídeo no qual uma manipuladora soprava cada forma de papel que embalaria as coxinhas de frango que estava acomodando e o respectivo retorno no site Reclame Aqui da rede Angeloni. A empresa informou ter aplicado 60 horas de treinamento em 2015 e a funcionária envolvida no episódio foi reciclada e recebeu apoio psicológico após a disseminação do fato nas mídias. Também foi mostrada uma pesquisa de 2016 com 25 mil empresas do mundo todo sobre os métodos de treinamentos em segurança de alimentos: 88% das empresas dão treinamentos e nessas, 74% dos funcionários receberam, no mínimo, 4 horas ou mais de treinamento por ano, mas 62% deles não cumpriram os procedimentos. Isto é consequência da “curva de esquecimento”, segundo a qual as pessoas após uma semana esquecem  90% dos conteúdos. A qualidade do treinamento também é importante e certos fatores devem ser evitados: 
– curso complexo;
– não atraente para a geração do milênio (manter foco e atenção com algo surpreendente);
– segurança de alimentos não partilhada, ficando somente nos gestores;
– o treinamento em segurança de alimentos não é consistentemente reforçado;
– comportamentos dos funcionários não são avaliados no chão de fábrica para verificar o conhecimento e aplicação, devido a não estar vinculado com supervisores. 

Sugestões que podem melhorar a qualidade dos treinamentos:
– reduzir o tempo e aumentar a frequência de treinamento (diálogos de segurança são bem-vindos);
– uso de modernos mecanismos de treinamentos com interatividade, jogos, dinâmicas de grupo, incentivo ao supervisor e outras técnicas de experiências revivendo o conteúdo, como cartazes, gravações, teatros, dentre outras técnicas.

Processos

Foram dados vários exemplos de Poka-Yoke (técnica da Toyota do pós-guerra) para minimizar o erro humano: investimentos em barreiras sanitárias inteligentes (catracas que abrem após higienizar as mãos), leitores de temperaturas com softwares estratégicos, etc. Mas e se ocorrerem contaminações? Sem dúvida, uma contaminação pode culminar em recall. A palestrante abordou casos de recalls voluntários no Brasil e questionou se é preferível iniciar um recall ou correr o risco de o recall ser determinado pela Anvisa. O Brasil teve 15 recalls em 10 anos antes da RDC 24/15. Hoje há casos iniciados pela Anvisa, como o da geleia de morango com pelo de roedor e o pescado com quantidade de mercúrio acima do nível aceitável. Outros recalls são voluntários, porém mal explicados, como o do queijo parmesão ralado com impossibilidade de garantir a total qualidade e inocuidade. Nos casos voluntários, o desvio não é claramente descrito, o que compromete a transparência. 

Outro pilar são os fornecedores. Eles podem gerar a transformação numa empresa ao pressionar para obter certificações, realizando webinars, seminários, oferecendo material educativo, solicitando auditorias de segunda parte com programas evolutivos e follow-up de planos de ações.

Ferramentas: a importância da comunicação

O brasileiro gosta de “trocar figurinha”: Whatsapp e LinkedIn são bons exemplos. Hoje as agências regulatórias, como a Anvisa, estão com canal de comunicação mais aberto, gerando respostas em 48 h. Blogs interativos são outras ferramentas atuais.

Existem também as ferramentas de zoneamentos de riscos de higiene, envolvendo as frequências de higienização, uso de toucas e mangotes, sempre com base nos riscos vindos da pensamento baseado em risco da ISO 9001:2015. Por exemplo: as etapas para destruição de microrganismos têm risco alto e as etapas após a embalagem do alimento podem requerer outro grau de BPF. A norma BRC, por exemplo, tem perguntas na árvore decisória baseadas em áreas de riscos. O uso de planos de amostragem mais inteligentes também é uma boa ferramenta. Trabalhos já demonstraram que existe correlação entre a contaminação do piso e a do alimento.

Na Europa, existe há 27 anos o Projeto EHEDG, uma ONG que define desenhos sanitários, assim como a 3A e NSF, que são outras fontes de conhecimentos. 

Como evoluir nas melhores práticas? Com conhecimento evolutivo e de olho no passado. É possível aplicar desde ferramentas de comunicação mais simples, como cartazes, testes de perguntas e respostas, entrevistas com funcionários passando na TV do refeitório até o uso de softwares sofisticados.

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Procedimento de reclamação da FSSC 22000 e contato com a Foundation

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Algumas pessoas já nos perguntaram como fazer para entrar em contato com a Foundation, proprietária do esquema FSSC 22000, para registrar uma reclamação sobre uma organização certificada ou sobre um organismo de certificação.

A Foundation descreveu um procedimento específico sobre como ela gerencia estes tipos de reclamação. Nos casos de reclamações sobre uma organização certificada, como por exemplo, se um reclamante detecta falhas no cumprimento dos requisitos do esquema FSSC 22000, o reclamante deve inicialmente entrar em contato com o organismo de certificação responsável pela certificação da empresa reclamada. A Foundation em si não lida com reclamações desta natureza, mas auxilia o organismo de certificação na investigação das causas. Se o reclamante não estiver satisfeito com as tratativas apresentadas pelo organismo de certificação, a Foundation pode ser informada, mas ações alternativas poderão ser discutidas conforme os detalhes do caso forem conhecidos.

Quando a reclamação for referente a um organismo de certificação, o reclamante deve entrar em contato com o organismo acreditador responsável pela acreditação do organismo de certificação, seguindo-se o procedimento do organismo acreditador. A Foundation em si não lida diretamente com reclamações desta natureza, mas auxilia o organismo acreditador na investigação das causas. Se o reclamante não estiver satisfeito com as tratativas apresentadas pelo organismo acreditador, a Foundation pode ser informada, mas ações alternativas poderão ser discutidas conforme os detalhes do caso forem conhecidos.

É importante salientar que além destas orientações, há regras específicas a serem seguidas, e destacamos duas delas:

  • As reclamações somente poderão ser registradas por pessoas ou organizações que sejam diretamente afetadas pelas atividades do esquema ou pelos organismos de certificação associados.
  • Espera-se que os reclamantes tentem encontrar a solução para a reclamação junto ao acusado, antes de fazer uma reclamação formal à Foundation. Uma falha em resolver a reclamação dentro de um período razoável (máximo 30 dias) justifica escalar a reclamação para a Foundation.

Acesse o procedimento completo de reclamações da Foundation, por meio deste link.

Se o seu caso não é especificamente realizar uma reclamação sobre uma organização certificada ou sobre um organismo de certificação, mas você deseja entrar em contato com a Foundation para consultas, dúvidas, solicitar informações não encontradas no site da FSSC, comunicar sobre fraudes, denúncias, etc., entre outros assuntos, sugerimos utilizar este link.

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Qual o custo de uma certificação reconhecida pelo GFSI?

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Uma das primeiras perguntas que os tomadores de decisão fazem diante da necessidade de obter uma certificação em segurança dos alimentos é saber qual é seu custo.

Para responder a esta pergunta, realizamos com a colaboração de uma empresa voluntária, uma série de orçamentos, o que nos permite ter uma ordem de grandeza para um escopo específico. Os valores podem variar de acordo com o porte da empresa, linhas de produção e número de estudos de APPCC.

Foram solicitadas cotações para as 3 normas mais procuradas no Brasil: FSSC 22000, BRC Food e IFS Food, de acordo com o levantamento do blog Food Safety Brazil sobre o perfil das empresas certificadas no Brasil.

Os valores de honorários de auditoria variaram entre R$ 18.525,00 e R$ 42.000,00 para um ciclo de 3 anos de certificação, já considerando taxas de administração e acreditação a serem pagas aos respectivos esquemas. A base de 3 anos foi estabelecida pois a “regra do jogo” para o esquema FSSC 22000 é a contratação de um plano que inclui a auditoria de certificação nas suas fases 1 (predominantemente documental) e 2 (predominantemente auditoria em campo) e as auditorias de manutenção. As normas IFS e BRC são recertificáveis a cada ano e o orçamento recebido foi multiplicado por 3 para uma comparação adequada.

Este investimento não inclui despesas de viagem e hospedagem do auditor que, claro, podem variar bastante devido à localização da planta em relação ao ponto de partida do auditor. As políticas de cobrança de tempo do auditor em viagem oscilam entre R$ 450,00 por período de 4 horas até R$ 200,00 a hora.

Também compilamos o tempo de auditoria in loco, ou seja, quantos homem-dia (ou HD, que corresponde a 8 horas úteis) o auditor passaria dentro da planta executando a avaliação num período de 3 anos. O evento orçado de maior duração foi no esquema FSSC 22000, com um total de 12,5 HD para o triênio e o mais curto, em BRC, com 6 HD.

Abaixo você pode ver a compilação do levantamento. Só uma certificadora oferece certificação nos 3 esquemas solicitados.

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Dados do estudo de caso:

Produção de misturas secas como achocolatados, refrescos, sopas, risotos, gelatinas, condimentos.
Número de linhas de produção: 08
Número de estudos de APPCC: 01
Número de colaboradores na área industrial: 100

Importante: os custos aqui apresentados se restringem à auditoria em si, não cobrindo investimentos em treinamento, consultoria, reformas, aquisição de tecnologias e contratação de pessoal para adequação às normas. Costumo dizer que a auditoria é como pagar o exame para tirar uma habilitação para dirigir: antes do exame houve a necessidade de se investir em aulas e, provavelmente, na compra e manutenção de um carro!

Convido os leitores mais experientes a comentarem o quanto o custo da auditoria de certificação representa em relação ao custo da preparação da certificação como um todo.

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Webinar com esclarecimentos sobre o Programa “Global Markets” da FSSC 22000

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O Programa Global Markets da FSSC 22000 foi lançado em fevereiro de 2017, e comentamos sobre ele neste post. Como muitas dúvidas apareceram, a FSSC fez um webinar no dia 21/03/2017. O webinar foi gravado em inglês, e pode ser acessado neste link. Para ouvir o webinar, é necessário fazer o download e a instalação do programa Adobe Connect Add-in, mas o link já leva a isso. A página que se abre está escrita em holandês, mas basta clicar em “Nu downloaden”, baixar e instalar o Adobe Connect, e depois clicar no botão azul à direita do site, onde diz “Adobe Connect Starten”. Já a apresentação Power Point utilizada no webinar, também em inglês, pode ser obtida diretamente aqui.

O escopo atual para o Programa está estruturado apenas para fabricação de alimentos, bebidas e ingredientes para a indústria alimentícia, mas a FSSC provavelmente irá aumentar este escopo no futuro. Os documentos necessários para a implementação e avaliação, tanto do nível básico, quanto do nível intermediário do Programa, incluindo os checklists para auditoria (em inglês), podem ser obtidos gratuitamente neste link.

De forma geral, o Programa Global Markets traz três grupos de requisitos: Requisitos do Sistema; Programa de Pré-Requisitos; Perigos à Segurança de Alimentos (APPCC). Ele representa uma ferramenta interessante para as pequenas e médias empresas iniciarem a implementação de um sistema de gestão da segurança de alimentos. Se desejarem, podem passar por auditorias de avaliação da conformidade por organismos reconhecidos, e ter seu nome publicado no banco de dados da FSSC 22000, proporcionando visibilidade aos clientes, fornecedores e outras partes interessadas. A organização deve inicialmente conduzir uma autoavaliação, utilizando os checklists. Posteriormente, deve tratar as não conformidades e implementar quaisquer requisitos faltantes ou que se apresentem insuficientes. Por fim, entrar em contato com os organismos aprovados para a avaliação de conformidade, e passar pela auditoria. A organização pode escolher se passará primeiramente pela auditoria no nível básico, ou se já pretende ser avaliada no nível intermediário. Também pode decidir permanecer no nível básico, se assim for conveniente. Uma declaração de conformidade, com validade de um ano, é emitida e fica publicada no site da FSSC 22000. Dúvidas poderão ser enviadas para o e-mail globalmarkets@fssc22000.com, disponibilizado pela FSSC para auxiliar as empresas.

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FSSC 22000 lança o Programa “Global Markets” para pequenas e médias empresas

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O Programa “Global Markets” é uma ferramenta que tem como objetivo auxiliar pequenas e médias empresas fabricantes de alimentos, em especial aquelas que não possuem nenhum sistema de gestão, a alcançar uma base consistente em segurança de alimentos, melhorando seus processos e preparando-se para uma certificação futura. Já comentamos sobre este tema aqui, aqui e aqui.

Recentemente, em 15/02/2017, o esquema mais popular em sistemas de gestão da segurança de alimentos, a FSSC 22000, lançou seu próprio programa, com foco principal nas indústrias de alimentos, ingredientes para alimentos e alimentação para cães e gatos (pet food). Ele foi desenvolvido a pedido de um grande número de interessados, incluindo indústrias alimentícias multinacionais amplamente conhecidas. O “FSSC Global Markets Program” é baseado nos requisitos do Global Markets do GFSI e nos princípios de higiene alimentar recomendados pelo Codex Alimentarius.

O programa foi concebido para ser aplicado em três passos, com o objetivo final de que a empresa possa alcançar a certificação no Esquema FSSC 22000. Apresenta requisitos para sistemas de segurança de alimentos e avaliação da conformidade nos níveis básico e intermediário, a partir dos quais a empresa já poderia alcançar um desenvolvimento adequado e buscar a certificação completa na FSSC 22000. Também traz diversos requisitos para os organismos de avaliação da conformidade, incluindo a estrutura necessária para o relatório, qualificação dos auditores, conformidade, controle e gestão da integridade do processo de avaliação. O programa provê uma ferramenta de auto avaliação e um módulo de treinamento e capacitação para as empresas.

Um aspecto interessante do programa é que a empresa pode decidir por manter-se no nível básico de conformidade, se isto for suficiente para si própria e para seus clientes, passando por uma auditoria anual de manutenção da conformidade no nível básico. Esta informação ficará disponível na base de dados pública da FSSC. A empresa pode também optar por buscar a certificação FSSC 22000 em duas etapas, realizando uma auditoria no nível intermediário um ano depois da avaliação no nível básico, e após mais um ano, passar pela auditoria de certificação. Também é possível, em uma única etapa, já solicitar a certificação FSSC 22000 após passar pela avaliação de conformidade do nível básico. A organização pode definir se pretende manter-se no nível básico, nível intermediário ou se deseja se candidatar para a certificação FSSC 22000.

Mais informações sobre o tema podem ser obtidas neste link.

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Entrevista Beach Park III: Homologação e qualificação de fornecedores

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O Food Safety Brazil teve a oportunidade de entrevistar a Gerente de Desenvolvimento de Alimentos e Bebidas do Beach Park, Luciana Adriano, e a Supervisora de Qualidade e Segurança de Alimentos, Maciella Gamma, que também é colunista do blog. O Beach Park é um complexo turístico à beira-mar, localizado em Aquiraz, Ceará, formado por parque aquático, hotéis e resorts. A empresa é uma das únicas do setor hoteleiro nacional a possuir certificação ISO 22000 em seu Sistema de Gestão e nos recebeu para uma entrevista antes do Workshop Food Safety na Prática.

A entrevista foi separada nos seguintes temas:

O assunto de hoje é a Homologação e qualificação de fornecedores.

FSB: Como é a questão de homologação de fornecedores?

Maciella: A analista de qualidade cuida da qualificação de fornecedores. Antes de entrar um novo produto, há uma avaliação de segurança de alimentos e gastronomia. Após passar por esta etapa, vai para o setor de Desenvolvimento, onde um Chef Corporativo, uma Gerente de Desenvolvimento e outros membros irão avaliar se este produto está apto a entrar no Beach Park. Se receber o OK, este fornecedor será qualificado – fará visita e tratará dos demais pontos da qualificação.

FSB: Qual é a rotatividade de fornecedores?

Maciella: As profissionais que cuidam disso tem por meta manter qualificados os fornecedores atuais e qualificar os novos. Pode acontecer de o departamento de  Compras precisar de um novo fornecedor, por competitividade de preço ou por ausência do produto no mercado – então ela precisa refazer toda esta qualificação.

entrevista beach III

FSB: E isso afeta a sua validação de processos?

Maciella: Ainda não fizemos isso, porque estes produtos são comprados diretamente dos fabricantes – e, neste caso, são fornecedores fixos. É mais comum ter rotatividade de distribuidores ou de fornecedores de secos.

FSB: Hoje, a qualificação de fornecedores é por unidade da empresa ou pela empresa-mãe?

Maciella: Qualificamos os fornecedores de fora do estado do CE por documentação, e pedimos a documentação da central, desta forma validando toda a empresa. Nos fornecedores dentro do estado, fazemos a visita do local onde se faz a industrialização.

Luciana: No início, íamos em todos os fornecedores, porém ficou muito oneroso para o processo e tivemos que dividir. Somos bastante rigorosos na documentação.

FSB: Vocês apenas qualificam fornecedores que têm certificação ISO 22000?

Maciella: Se eles tiverem, melhor ainda. Mas se não tiverem, pedimos uma lista grande de documentação, como análises microbiológicas, de potabilidade, controle de pragas, registro sanitário e outras que são específicas do setor (como por exemplo, o controle de defeso em pescado). E ficamos acompanhando a validação desta documentação.

No próximo trecho da entrevista, vamos abordar o assunto Gestão de Alergênicos. Aguarde a publicação para os próximos dias. 

Veja também a entrevista com a Gerente de Food Safety do Copacabana Palace, aqui.

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Como saber se uma empresa é certificada em segurança de alimentos?

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Logo que estão se familiarizando com o mundo das certificações, muitos se perguntam como saber se uma empresa é realmente certificada em segurança dos alimentos.

Se estivermos falando das certificações do Global Food Safety Initiative, ou GFSI, podemos ir direto ao site da maioria dos sistemas de certificação. Segundo um post que publicamos em 2016, as normas para segurança de alimentos com maior adesão no Brasil são, em ordem de representatividade:

FSSC 22000

BRC Food Safety

IFS Food Safety

SQF

Com exceção da IFS, que exige login e tem restrição de acesso, todos os esquemas acima possuem diretório público para consulta das empresas certificadas em segurança de alimentos pelo GFSI, com filtros para país e escopo (tipo de alimento que produzem). No caso da FSSC 22000, é possível ainda verificar o status, ou seja, saber se o certificado está válido ou se foi suspenso.

Sempre que aplicável, é válido pesquisar também as empresas de embalagens que são certificadas em segurança dos alimentos.

Clique nos links acima para acessar a informação que você precisa.

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Como controlar documentos do Sistema de Gestão da Qualidade

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De acordo com a ISO 9000, documento é a informação (manual, procedimento, especificação, etc) e o meio (papel, eletrônico, fotos, gráficos) no qual está contida. Os objetivos de termos documentos dentro de um Sistema de Gestão são:

  • Fornecer informações de forma padronizada e concisa;
  • Facilitar o controle das mudanças;
  • Padronizar a informação;
  • Garantir a permanência na execução, mesmo com a mudança de pessoas;
  • Facilitar atividades de monitoramentos e evidências para auditorias.

A ISO 22000, na seção 4, Requisitos de documentação, diz que fazem parte de um Sistema de Gestão e Segurança de Alimentos os seguintes documentos:

  • Política;
  • Procedimentos documentados requeridos pela Norma; e
  • Documentos necessários para assegurar o planejamento, implementação e atualização do sistema.

Acompanhe a seguir, um passo a passo para implementar a gestão de documentos.

1° Passo – Definir quais documentos farão parte do Sistema de Gestão. Exemplos: Manual, Procedimentos, Instrução de trabalho. Fica a critério da empresa definir o nome dos documentos.

2º Passo – Padronizar as siglas para codificação dos documentos e definir a sequência das mesmas.

Tipo de documentos: F – Formulário / M – Manual / IT – Instrução de Trabalho

Setor: PRO – Produção / DCQ – Departamento Controle Qualidade / ALM – Almoxarifado / EXP – Expedição

Assunto: LIMP – Limpeza / CONT – Controle / PROC – Processo

Exemplo:

Tipo de documentos Setor Assunto Sequência numérica
F DCQ CONT 1
IT PRO LIMP 2

3° Passo – Estruturar os documentos. Os tipos de documentos estabelecidos devem seguir um padrão estrutural, de forma a garantir que todos contenham o mínimo de informações básicas. É importante definir o ciclo de aprovação de um documento, ou seja, todo documento emitido deve ter, no mínimo, um elaborador e um aprovador, que não deve ser a mesma pessoa. Caso a empresa ache importante, outras pessoas podem fazer parte deste fluxo. O fluxo de aprovação deverá ser o mesmo para emissão e para revisão.

LOGO TIPO DE DOCUMENTO Codificação
TÍTULO Número de Revisão
ELABORADOR: Data de Aprovação
APROVADOR: Número de Páginas

Estrutura do documento:

Instrução de trabalho:

  1. Objetivo: qual o propósito do documento.
  2. Abrangência: onde será utilizado.
  3. Definições: descrever termos técnicos/siglas.
  4. Responsabilidades: quem são os responsáveis por executar as atividades.
  5. Descrição das atividades: passo a passo de como fazer. Pode ser necessário criar subitens neste capítulo.
  6. Documentos complementares: referenciar outros documentos que estão relacionados a este, como por exemplo, um formulário ou manual.
  7. Referências: normas, legislações.
  8. Histórico de revisões: manter o histórico do que foi alterado. Quanto mais detalhado este histórico, melhor; evite utilizar o termo “revisão geral do documento”.
Revisão Data Histórico de Revisão
00 01/04/2015 Emissão do documento.
01 03/06/2016 Alteração do item 4. Responsabilidades. Inclusão do item 5.3.

4º Passo – Estabelecer cronograma e responsáveis pelo desenvolvimento e disponibilização dos documentos. É importante que os responsáveis sejam pessoas envolvidas com os processos e conheçam bem as atividades.

5º Passo – Disponibilizar o documento na área de uso. Em caso de revisão, recolher a versão anterior, para prevenir o uso não intencional de documentos obsoletos. Outro ponto importante é que o documento disponibilizado seja controlado. Para isso, ele deverá ter um carimbo de cópia controlada ou marca d´água.

Alguns documentos, como especificações técnicas que são enviadas para clientes/fornecedores e os formulários não precisam da identificação de cópia controlada.

6º Passo – Controlar a documentação através de uma lista mestra. Esta deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

Código Documento Revisão Data Local e Quantidade de Cópias

É importante estabelecer uma frequência para revisão dos documentos, de forma a garantir que a informação esteja sempre atualizada.

Interessou-se pelo assunto controle de documentos? Leia também o post Utilizar ou não um software para documentos e registros eis a questão.

 

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Dúvida do leitor: descrição de insumos para análise de perigos

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Todos os meses recebemos diversas comunicações de leitores comentando sobre o blog Food Safety Brazil. São elogios, algumas sugestões de melhorias e muitos compartilhamentos de dúvidas.

Em dezembro recebemos o e-mail de uma leitora, a qual nos contava que estava em processo de implementação do esquema FSSC 22000 e que se encontrava com muitas dúvidas sobre a caracterização das matérias primas, ingredientes e materiais de contato conforme a ISO 22000. Escrevo este post a fim de esclarecer suas dúvidas, que imagino serem as de diversos leitores também.

A análise de perigos dos insumos utilizados é uma das etapas previstas pela metodologia APPCC. Ressalta-se que esta ferramenta (APPCC) não garante a segurança absoluta dos alimentos e sim que os perigos previamente identificados estejam controlados e mantidos em níveis aceitáveis. Logo, se houver uma falha no levantamento perigos, haverá uma falha na segurança do mesmo.

Um bom estudo dos materiais, que contemple as características físicas, químicas e biológicas ou o método de produção por exemplo, é fundamental para que se possa entender e identificar quais perigos são possíveis de estarem presentes nos insumos utilizados na fabricação de um alimento.

Costumo brincar que o insumo “açúcar refinado” para minha mãe (uma pedagoga leiga em segurança de alimentos) possui apenas os perigos de engordar, e podendo no máximo ter como contaminante as temidas formigas. Já após avaliação técnica, estudo do material e do processo de fabricação que o originou, perigos como fragmentos metálicos, pesticidas, chumbo, arsênio, acrilamida, dioxina, HPA, sulfito e salmonela, entre outros, podem ser identificados.

Para auxiliar este estudo, a ISO 22000 estabeleceu que todas as matérias primas, os ingredientes e os materiais de contato com o produto devem ser descritos, contemplando os seguintes itens:

  • Características biológicas, químicas e físicas;
  • Composição de ingredientes formulados, incluindo aditivos;
  • Origem;
  • Método de produção;
  • Métodos de embalagem e entrega;
  • Condições de estocagem e vida de prateleira;
  • Preparação/manipulação antes do uso ou processamento;
  • Critérios de aceitação relacionados à Segurança dos Alimentos ou especificações.

É válido destacar que a norma indica que tal descrição deve ser realizada na extensão necessária para a condução da análise de perigos. Cabe uma avaliação da abrangência e o detalhamento necessário pode variar caso a caso, podendo a descrição de um material de contato ser distinta de uma descrição de uma matéria prima crítica. É necessário ainda que a legislação aplicável seja identificada e que a descrição seja mantida sempre atualizada.

Conforme solicitado pela nossa leitora, abaixo segue um exemplo de preenchimento. Ressalto que o mesmo possui apenas a finalidade de auxiliar a compreensão, não devendo ser copiado na íntegra.

  • Nome do material: Açúcar Cristal;
  • Características físicas: Atividade de água (Aw): + – 0,65; pH: 6,90 a 7,10; Granulometria: 0,60mm; Grânulos pequenos de coloração clara;
  • Características químicas: Umidade: máx. 0,05%; Sulfito: máx. 15ppm; Cinzas: 0,07%;
  • Características biológicas: ND. Possíveis contaminantes biológicos e especificações: Coliformes a 45ºC – ausente ou menor que 1 UFC/g; Salmonela sp – ausente; Bolor/Leveduras – 20 UFC/g; Bacillus Cereus – ausente;
  • Composição: Sólidos cristalinos, orgânicos, constituídos basicamente por cristais de sacarose, envolvido, ou não, por película de mel de alta ou baixa pureza;
  • Origem: Brasil, São Paulo;
  • Método de produção: Recebimento da matéria-prima > Desfibrilação > Esmagamento > Clarificação > Pré-evaporação > Evaporação > Cristalização da sacarose > Centrifugação > Lavagem > Secagem > Envase em big bags > Armazenamento em depósito fechado > Expedição em caminhões lonados. Maior detalhamento sobre o processo produtivo é apresentado na pasta de homologação do fornecedor.
  • Validade: 24 meses;
  • Tipo de embalagem primária: Big Bag de nylon com 1200 Kg;
  • Condição de estocagem: Sobre pallet, em local seco, fresco e ao abrigo de sol;
  • Condição de distribuição e transporte: Caminhão lonado em big bag;
  • Preparação e manipulação antes do uso: Não aplicável;
  • Critérios de aceitação ou especificações: Umidade, Sulfito, Cinzas, Pontos pretos, partículas magnetizáveis. Parâmetros conforme especificação do material.

Este ponto também era uma dúvida sua? Mande para o nosso time a sua dúvida! Para isso basta comentar neste post qual é o assunto do interesse, e esta pauta poderá ser encaminhada para o colunista com maior experiência no assunto. Quem sabe não vira um post aqui no Blog?

Abraços e até a próxima!

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Normas reconhecidas pelo GFSI: qual escolher?

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Um requisito bastante comum observado em processos de homologação de fornecedores da cadeia produtiva de alimentos tem sido a certificação acreditada em alguma norma reconhecida pelo GFSI.

GFSI (Global Food Safety Initiative), conforme já apresentado aqui no blog, é uma entidade sem fins lucrativos criada para promover a segurança dos alimentos globalmente. Uma das principais ações desta fundação é o reconhecimento de normas de certificação aceitas por grandes empresas da área de alimentos e varejo após um comparativo realizado com um guia de referência (GFSI Guidance Document Sixth Edition Issue 2 disponível em www.globalfoodsafetyinitiative.com).

Realizada de forma independente e imparcial, a comparação dos requisitos de sistema de gestão, BPF, controles de produto, controle de processo, análise de riscos, dentre outros, garante que todas as normas reconhecidas, mesmo não sendo iguais tenham seus fundamentos equivalentes.

Os esquemas atualmente reconhecidos são apresentados no site da entidade (http://www.mygfsi.com/about-gfsi/gfsi-recognised-schemes.html). São diversas as opções, então logo surge a dúvida: Qual esquema escolher, visto que todos atendem a necessidade do meu cliente?

O grande ponto é que agora esta decisão deixa de ser definida pelo cliente. A organização passa a poder considerar qual esquema melhor atende as suas próprias necessidades. Trata-se sem dúvida de uma decisão estratégica.

Em comum, todos os esquemas recomendados pelo GFSI abordam os seguintes tópicos:

  • Política de Segurança de Alimentos
  • Manual de Segurança de Alimentos
  • Sistema de Gestão
  • Comprometimento da Alta Direção
  • Análise Crítica do Sistema (incluindo APPCC)
  • Requisitos Gerais de Documentação
  • Especificações
  • Procedimentos
  • Auditorias Internas
  • Ações Corretivas
  • Controle de Não Conformidades
  • Liberação de Produto
  • Aquisição
  • Avaliação de Fornecedores
  • Tratamento de Reclamação de Clientes
  • Rastreabilidade e Recall
  • Medidas de Controle e Monitoramento
  • Análise de Produto

Apesar dos esquemas apresentarem fundamentos similares, há algumas diferenças significativas que devem ser consideradas no momento da escolha. Diante disso, fizemos um breve comparativo entre os três esquemas mais utilizados aqui no Brasil. Veja:

BRC:

  • Norma revisada em 2015. Atualmente está na transição entre 6 e 7ª edição.
  • Atua em três pilares: qualidade, legalidade e segurança de alimentos.
  • Apresenta requisitos para implementação do Sistema de Gestão, de modo pormenorizado, apresentando claramente como proceder para que os objetivos propostos sejam atingidos.
  • Norma apresentada em 7 seções (Comprometimento da Alta direção; Plano de Segurança de Alimentos; Sistema de Gestão da Qualidade e Segurança de alimentos; Padrões de instalação; Controle de produto; Requisitos de pessoal).
  • Auditoria ocorre em 1 única fase.

IFS:

  • Norma revisada em 2014. Atualmente está na 6ª edição.
  • Atua nos pilares: qualidade em produtos e processos e segurança de alimentos.
  • Apresenta requisitos para implementação do Sistema de Gestão, de modo pormenorizado, apresentando claramente como proceder para que os objetivos propostos sejam atingidos.
  • Norma apresentada em 6 seções (Responsabilidade da Direção; Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentos; Gestão de recursos; Planejamento e Processo de Produção; Medições, Análises e Melhorias e Food Defense e Inspeções Externas).
  • Auditoria ocorre em 1 única fase.

FSSC 22000:

  • Esquema revisado em 2013. Atualmente está na 3ª edição.
  • Os requisitos auditáveis são distribuídos em 3 documentos: norma ISO22000, uma especificação técnica de Programa de pré-requisitos e documento da FSSC (Foundation for Food Safety Certification) contendo requisitos adicionais.
  • Atua em um único pilar: segurança de alimentos.
  • Apresenta requisitos para implementação do Sistema de Gestão, de modo mais genérico, sem detalhar o como proceder para que os objetivos propostos sejam atingidos. A especificação ISOTS22002 apresenta requisitos um pouco mais detalhados (específicos sobre programa de pré requisitos).
  • Esquema composto pela norma ISO22000 – 8 seções (Objetivo; Referência normativa; Termos e Definição; SGSA; Responsabilidade da direção; Gestão de recursos; Planejamento e produção de produtos seguros e Validação, verificação e melhoria do SGSA); por uma especificação técnica contendo 18 ou 19 itens sendo: Construção e leiaute de edifícios e utilidades associadas; Leiaute das instalações; Suprimento de ar, água, energia e outras utilidades; Serviços de suporte, incluindo descarte de resíduos e efluentes; Adequação de equipamentos e sua acessibilidade; Gestão de materiais; Medidas de prevenção da contaminação cruzada; Limpeza e sanitização; Controle de pragas; Higiene pessoal; Disposição dos resíduos; Adequação, limpeza e manutenção dos equipamentos; Higiene Pessoal e instalações dos funcionários; Retrabalho; Processo de recolhimento dos produtos; Armazenamento; Informações do produto/ conscientização do cliente; Food defense, biovigilância e bioterrorismo e Projeto e desenvolvimento de embalagens (aplicável para indústria de embalagens) e pro 6 requisitos adicionais.
  • Auditoria ocorre em 2 fases.

É bastante importante que antes da definição pelo esquema a ser adotado, a empresa estude o conteúdo dos requisitos estabelecidos em cada caso para que a decisão tomada seja assertiva e aderente ao contexto e as necessidades de cada organização. Conversar com colegas que já vivenciam a realidade de sistemas de gestão é sempre válido, mas devemos sempre nos lembrarmos que cada empresa é única. O que é bom / inadequado para uma, não necessariamente será para a outra.

Sua empresa já escolheu um esquema reconhecido pelo GFSI para implementar? Conte- nos aqui qual foi!

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