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A autonomia da Equipe de Segurança de Alimentos – ESA

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Creio que desde que nascemos convivemos com o conceito de responsabilidade e autoridade… É assim na relação com nossos pais, irmãos, com a família em geral. Depois esta experiência volta a se reforçar na escola, no relacionamento com os professores, colegas, e mais tarde ainda no relacionamento profissional.
Percebo com muita clareza que responsabilidade e autoridade está intimamente relacionada com a autonomia. E muitas vezes esta proporção “direta” vai aumentando conforme a maturidade que temos em um determinado assunto, seja ele um assunto de cunho individual ou mesmo coletivo.
Com a Equipe de Segurança de Alimentos – ESA, isso não é diferente. A ISO 22.000:2005 define algumas atribuições para este grupo de pessoas que deve ser multidisciplinar. Ou seja, deve ser diversificado para garantir que vários pontos de vista sejam avaliados quando tratamos de algum assunto que interfere na segurança do alimento produzido.
A norma estabelece inclusive que esta combinação de conhecimentos deve ser usada para o desenvolvimento e implantação dos critérios e conceitos de segurança de alimentos para produtos, processos, equipamentos e perigos à segurança de alimentos de uma organização. Mas este grupo de pessoas que são considerados “experts” em seus processos possui autonomia para absolutamente tudo?
Entendo que não.
Costumo dizer que não existe um “Deus” que está acima do bem e do mal quando tratamos de assuntos organizacionais. Até porque, muitas vezes o que está sendo discutido tem mais de um aspecto… tudo tem os prós e os contras. Por isso é imprescindível sempre trabalhar na análise de risco. Em linhas gerais entendo que temos dois cenários, avaliando a perspectiva do risco ao produto, onde a ESA precisa demonstrar a sua responsabilidade, autoridade e autonomia: produtos potencialmente inseguros (ou inseguros) identificados durante o processo de fabricação e armazenamento interno E/OU produtos inseguros que foram disponibilizados no mercado.
Considerando estas duas possibilidades, a ESA tem autonomia e responsabilidade para identificar, analisar riscos e recomendar / bloquear produtos potencialmente inseguros e não conformes durante o processo e armazenamento interno (produtos intermediários ou produtos finais). Quando passamos este cenário a uma abrangência externa, onde o produto já está disponível no mercado, seja em um armazém intermediário, distribuidor, ponto de venda ou mesmo na casa do consumidor, esta responsabilidade, autoridade e autonomia passa a ser da alta administração. Principalmente se consideramos que este risco pode envolver recolhimento, notificação oficial aos órgãos competentes, mídia e consequentemente pode impactar a estabilidade do negócio e este tipo de análise de impacto a ESA (em geral) não tem conhecimento ou expertise para analisar.

Para situações que podem envolver uma crise organizacional, a ESA tem o seu papel importante e imprescindível que vai desde avaliar a causa do desvio quanto o impacto potencial e real para a saúde do consumidor, mas tem a sua limitação quando falamos do impacto externo que uma situação como esta pode acarretar. Já falamos aqui sobre como estruturar uma equipe de gerenciamento de crises e este é o momento de atuação deste grupo. 
Após todas estas considerações, minha conclusão é que muitas vezes é fácil ou comum pensar somente na autonomia ou na autoridade. Estabelecer um “faça porque eu sou da ESA”! Mas juntamente com esta autoridade está a responsabilidade do membro da equipe ou da equipe como um todo. E esta responsabilidade deve considerar o respeito e preocupação com o consumidor, o atendimento aos requisitos legais e internos da organização, o impacto no processo, imagem, etc.

Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior, mas também de acordo com uma necessidade interior.
Albert Einstein

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O quebra-cabeças

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Sim. Dá um trabalhão. Montar (e participar!) de uma equipe de trabalho que objetiva implementar um Sistema de Gestão não é nada fácil. Esta tarefa pode caber à Alta Direção mas, antes mesmo, os nomes já foram escolhidos entre aqueles que desempenham função de destaque na Organização. Com um ou outro ajuste, o time já estava sendo preparado há tempos. Exemplo do famoso: “É o que temos para jantar!”. Um espelho de quem sempre fomos, agora refletindo para o mundo nossa imagem.

Uma grande habilidade do líder desta turma é saber escolher (ajustar) os participantes para que a equipe possua mesclas de juventude e experiência, ímpeto e planejamento, técnicos e generalistas, e por aí vamos…

Em particular, uma Equipe de Segurança de Alimentos, a ESA, que conduz boa parte dos trabalhos de implementação do Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, está definida na Norma ISO 22000 como “multidisciplinar”. Seria bom que isto fosse bem além do que simplesmente contar com colaboradores de diferentes áreas. De fato, a melhor receita está em equilibrar a multidisciplinaridade fiel ao termo com os aspectos psicológicos de cada um dos eleitos.

Uma boa ESA, bastante multidisciplinar, pode ser composta por: um membro da Diretoria (demonstra o comprometimento da Organização), uma Alta Gerência (sua presença mantém acelerado o ritmo dos trabalhos), gestores e pessoal da qualidade (normalmente técnicos e principais interessados), supervisores e pessoal de produção (conhecem o processo e suas armadilhas), entre outros que podem oferecer valiosas informações ou palpites preciosos, como colaboradores dos setores de Compras, Manutenção, Almoxarifado, Expedição ou Transporte, SAC, Limpeza e Higienização, RH, Administrativo e Marketing.

Os perfis psicológicos devem, somados, dar força ao conjunto. Este é o “pulo do gato” que prometemos no encontro anterior. Em qualquer grupo que funciona bem (de amigos, inclusive) sempre vamos ter:

O Brigador: Expõe e defende de modo feroz as necessidades do grupo. Bate-boca, fala alto, incomoda. Se não possuir cargo de liderança, deve ser fortemente apoiado por sua chefia;

O Articulador: Negocia concessões e obrigatoriedades entre a ESA e outros grupos. Inteligente e bom orador, costura a teia de relacionamentos da Equipe com os demais colaboradores. Atua normalmente na base da troca. As pessoas confiam nele. É um líder natural;

O Pacificador: Deve acalmar os ânimos de toda a Organização, transmitir tranqüilidade, ser bom ouvinte e acolhedor. É um “cuca-fresca”. È visto como a “Ouvidoria” da ESA;

O Executor: Trabalha pela implementação sem cessar. Implementa melhorias, ajusta documentos, pesquisa na internet, convoca reuniões, divulga atualizações etc. É o “faz-tudo” do grupo. Normalmente é alguém da área de Qualidade;

O Propagandista: Divulga a imagem da ESA e do Sistema para toda a Organização, sempre de forma positiva. É o “Relações Públicas” do grupo;

 O Organizado: Mantém tudo funcionando corretamente dentro da Equipe. É o “secretário” do time;

 O Decisor: Encerra as discussões do grupo. Com base nas informações que chegam, decide pela ação mais adequada. É interessante que possua poder de decidir sobre investimentos e foi a figura principal de nossa última coluna.

 Até a próxima!

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