Sal e conservantes sem necessidade, além de bactérias, foram os principais problemas encontrados
A tapioca pode ajudar a manter a forma, já que não exige gordura no preparo. Porém, análise com nove marcas de farinhas prontas, realizada pela PROTESTE, Associação de Consumidores, mostra que você pode estar consumindo sal e conservantes sem necessidade. Os produtos A, B, C, D e E não são recomendados para compra (confira as marcas, assim como o estudo completo, aqui).
As marcas C e D trazem bactérias acima do permitido por lei, o que pode causar intoxicação alimentar. A farinha A, por exemplo, traz 36,7mg de sódio em 100g, ou seja, mais de três vezes do que o segundo maior do teste (C, com 12mg em 100g).
Os produtos mais bem avaliados foram das marcas F, G, H e I.
Foram verificadas a qualidade dos produtos, levando-se em conta o teor da umidade da farinha e a presença de glúten, além da análise de micro-organismos. Para testar a higiene das tapiocas, foram verificados, entre outros itens, bolores, leveduras e coliformes fecais. Além disso, foram analisados se os rótulos das embalagens estavam completos, inclusive considerando a questão nutricional para constatar, por exemplo, a adição de sal e conservantes.
Diante do aumento do consumo da goma (como é conhecida a tapioca), você pode estar colocando no prato uma tapioca fora dos padrões de segurança alimentar.
E no que se refere a alterações por micro-organismos, vimos na análise de higiene que os produtos com esses conservantes se saíram pior: C, D, A e B. Cabe ressaltar que as duas primeiras marcas apresentaram bactérias acima das quantidades permitidas.
Na avaliação da rotulagem, foram identificados ainda problemas na maioria das embalagens. Alguns fabricantes não informam, de forma clara e de fácil compreensão, que o alimento está pronto para consumo ou semipronto, como C, D, H e E.
A lista de ingredientes é outra informação que deve constar do rótulo. Neste caso, por se tratar de um produto hidratado, a água é um item obrigatório, só que isso não vem na embalagem da I, que nem traz a relação. Já a F apresenta um texto muito pequeno, quase imperceptível, além de citar na lista que apresenta “fécula de mandioca especial” (termo que não existe no mercado).
Na avaliação, foi levada em conta ainda a data de fabricação, que não é uma informação obrigatória, mas que a PROTESTE entende que faz a diferença na hora de comprar um produto mais fresco.
Apenas quatro rótulos ideais
Foi verificado também se as marcas citavam o número do lote e o modo de conservação adequado do produto, principalmente depois de abertas. Só as marcas A, G, B e H se saíram bem nesse critério.
Avaliamos ainda o nível de umidade das farinhas. Ela varia conforme o preparo da mandioca para a moagem e as condições de estocagem e climáticas. Você percebe que a goma está úmida em excesso quando forma caroços. Esse percentual de água é essencial para manter a qualidade do produto; porém, quando muito alto, pode ajudar a desenvolver fungos e bactérias. Nisso, todas as marcas se saíram bem.
E a outra boa notícia do teste se refere à ausência de glúten nas gomas. Isso porque muitas pessoas, sobretudo celíacas (intolerantes ao glúten), optam pela tapioca justamente por não conter a proteína, presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada e no malte.
Pedida unificação das normas
Há atualmente duas normas para diferentes grupos de alimentos, como, por exemplo, a tapioca. Elas são contraditórias em alguns aspectos microbiológicos, como higiene.
A PROTESTE solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a unificação das duas normas, na questão microbiológica; e a inclusão de parâmetros de identidade e qualidade da tapioca, como a umidade, já que hoje está sendo bastante consumida em todo o País.
Créditos de imagem: Mundo Boa Forma.
Gabriela Back
Tem certeza que está certo essa frase?
“Ela varia conforme o preparo do TRIGO? para a moagem e as condições de estocagem e climáticas. ”
Tapioca não é da mandioca?
Marcelo Garcia
Gabriela, obrigada pelo alerta. Corrigimos. Juliane Dias