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38% dos americanos usa termômetro em casa quando prepara carnes

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De acordo com o Relatório de Inquérito de Segurança Alimentar de 2016, conduzido nos Estados Unidos, em colaboração com a FDA e USDA, o conhecimento do consumidor aumentou sobre as práticas de consumo de segurança alimentar. O governo americano vem conduzindo esta pesquisa desde 1988.

Foram avaliados alguns pontos como a porcentagem de americanos que possuem termômetros para alimentos em casa, a taxa de lavagem de mãos durante a manipulação de alimentos, qual a visão do consumidor em relação a contaminação de carnes e vegetais, e o que este consumidor acha mais suscetível a transmissão de doenças, através do preparo de alimentos em casa ou em restaurantes.

O relatório apontou que a porcentagem de americanos que possuem um termômetro de alimentos em casa manteve-se constante, mas o uso de aparelho aumentou ligeiramente. Em 2016, 38% relatam que sempre usam um termômetro de carne para assados e que usam mais este instrumento para averiguar a temperatura de frangos cozidos inteiros do que outras carnes, como hambúrgueres.

Avaliou-se a lavagem de mãos durante a manipulação de alimentos em quatro momentos específicos: antes de preparar os alimentos, depois de manusear carne crua ou aves, depois de manipular peixe cru e depois de quebrar ovos crus. De 2010 a 2016, 85% dos consumidores relataram estar mais propensos a lavar as mãos com sabão depois de tocar em carne crua ou peixe cru do que antes de preparar os alimentos ou depois de quebrar ovos crus.

Houve também uma descoberta na pesquisa com relação ao uso de smartphones ou tablets durante o preparo de alimentos. Cerca de metade dos entrevistados usa esses dispositivos durante a manipulação de alimentos, mas apenas cerca de um terço dessas pessoas lavam as mãos com sabão depois de tocarem nesses objetos.

Não é de se espantar que celulares e tablets sejam objetos capazes de transportar microrganismos patogênicos, já que estes aparelhos passam por diversos ambientes, estão constantemente próximos a boca e poucas pessoas tem o costume de higieniza-los. O Relatório de Inquérito de Segurança Alimentar de 2016 destaca também a necessidade de mais pesquisas para entender como a tecnologia é usada na cozinha.

O estudo constatou que os consumidores estão mais preocupados com a contaminação de frango cru e carne crua do que os vegetais crus. Apenas 6% dos consumidores acharam que os vegetais crus eram mais prováveis de terem bactérias do que a carne de frango crua (66%) e a carne bovina crua (41%). A higienização e cuidado com vegetais deve ser tão grande quanto com frangos e carne bovina, uma vez que vegetais também transportam bactérias que podem colocar em risco a suade do consumidor.

Observou-se que, aumentou, sim, a preocupação do preparo de alimentos em casa, mas a grande parte dos consumidores, 54%, acha que é mais comum contrair uma intoxicação alimentar através de restaurantes.

Agora, fazendo um paralelo, relacionando este estudo com a indústria, no que se diz respeito ao uso de celulares durante o preparo de alimentos, você, gestor de qualidade, já deve ter notado que esses aparelhos também estão (mas não deveriam estar) mais próximos dos colaboradores de uma indústria de alimentos e que, vez ou outra, você já “flagrou” alguém usando celular em local de manipulação. Que políticas estão sendo adotadas pra controlar o uso desses aparelhos no chão de fábrica? Realmente você consegue restringir o uso?   

O estudo apresenta uma realidade americana. Vocês acham que os números no Brasil seriam parecidos? Vocês têm termômetro para alimentos em casa? Costuma pegar em celulares durante o preparo de alimentos? Deixo essas indagações pra que reflitam sobre a realidade brasileira, no que diz respeito ao que foi apresentado no post de hoje.

Veja também um post aqui no blog sobre uma iniciativa muito bacana do governo americano, que criou uma cartilha didática para auxiliar o consumidor no preparo de alimentos em casa, de forma a evitar as doenças transmitidas por alimentos.

Referências:

Food Poisoning Bulletin. Acesso em 23 de Novembro, 2016.

Créditos de imagem: Food Safety.

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Validação de processo térmico – segurança de alimentos na indústria e no churrasco feito em casa

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Recebi uma dúvida de um leitor sobre validação de um processo térmico industrial, na qual ele me pedia referências de temperatura para alimentos em geral. Respondi que para a validação de um tratamento térmico, se faz necessário conhecer quais são os micro-organismos alvos, qual é a carga microbiológica inicial esperada, qual é a carga microbiológica considerada segura e aceitável para o produto acabado (depende do público alvo e intenção de uso), quais características físicas, químicas e biológicas o alimento possui e detalhes sobre o processo produtivo. Sem estes dados não é possível indicar ou determinar padrões específicos e seguros de tempo por temperatura, para se fazer uma validação em escala industrial.

Após responder a este dúvida, fiquei pensando… e o consumidor final? Como pode garantir que sua preparação é segura? 

Em um churrasco, conversando com familiares e amigos, percebi que a maioria das pessoas que não atua na área de alimentos desconhecem a importância de consumir produtos cárneos bem cozidos para se evitar uma infecção ou intoxicação alimentar. Outros até reconhecem a importância desta prática, mas desconhecem os parâmetros indicados. Em casa, utilizo frequentemente um termômetro para preparações inteiras ou em grandes pedaços, e sempre utilizei como parâmetro as referências indicadas para serviço de alimentação. 

É sabido que no Brasil temos algumas legislações que estabelecem padrões para o preparo de alimentos em serviços de alimentação. A Resolução RDC 216/04, de abrangência nacional, estabelece que  “tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a temperatura de, no mínimo, 70ºC”. Já a Portaria CVS5/13, válida para os estabelecimentos situados no estado de São Paulo, indica que a “cocção é a etapa onde os alimentos são submetidos a tratamento térmico por um tempo determinado ao produto, devendo atingir no mínimo setenta e quatro graus Celsius no seu centro geométrico. Outras operações, combinando-se um tempo de duração sob determinada temperatura, podem ser utilizadas, desde que sejam suficientes para assegurar a qualidade higiênico-sanitária do alimento em questão”.  

Procurando referências mais especificas para produtos cárneos, encontrei no site do FDA quais seriam as recomendações de temperatura no centro do produto para diferentes tipos de carnes. Veja a tabela abaixo:

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Ainda durante o churrasco em família, me perguntaram sobre duas matérias vistas na televisão aberta. Uma associava o consumo de churrasco ao câncer devido à formação de acrilamida durante o assamento da carne com gordura, e a outra ensinava o preparo de arroz na grelha utilizando como utensílio garrafas plásticas de refrigerante (Atenção: não façam isso!), mas estes são assuntos para outros posts!

Até a próxima e bons churrascos para vocês!

Fonte: FDA.

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