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Teste de armadilha “T-Rex” para controle interno e indicação de veneno externo para inibir a neofobia de roedores

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Vamos dividir o texto em duas partes: Controle interno e Controle externo.

1 CONTROLE INTERNO

Em um determinado post aqui no FSB, sugeri o uso de ratoeiras tipo gaiolas como meio de controle interno quando o setor possuir grande quantidade de pó. Essa armadilha apresenta dois grandes problemas:

Escape. O roedor pode escapar dependendo do seu tamanho, força, espaçamentos das grades, força da porta e habilidade de quem for retirá-lo da gaiola.

Acidente. O roedor ao ser retirado pode morder o responsável por tirá-lo da gaiola, visto que ele está vivo.

Diante destes problemas busquei no mercado uma armadilha que não fosse afetada pelo pó e conheci a Armadilha “T-rex” através da prestadora de serviço em controle.

Ela tem esse apelido por capturar o roedor como se fosse uma mordida. Seu funcionamento é semelhante ao de uma ratoeira doméstica comum: é colocada uma isca atrativa e ao tocar na sua plataforma de acionamento ela fecha capturando/abatendo o roedor. Seu acionamento é totalmente seguro, visto que é necessário apenas apertar sua parte traseira para acionar a armadilha, conforme a imagem acima.

Visando confirmar suas vantagens sobre a armadilha tipo gaiola, realizei um teste.

Objetivo: Testar a força de impacto da armadilha. Ela deve abater o roedor para ter um diferencial positivo em relação à armadilha tipo gaiola, evitando acidentes com mordidas e evitando que o roedor escape. Em contrapartida, a força de impacto não deve cortar o corpo do animal, pois causaria riscos biológicos com sangue semelhantes a ratoeiras caseiras.

Método: Devido ao seu peso, tamanho e força ser maior na fase adulta, foi utilizado um roedor adulto de aproximadamente 20 cm. Dessa forma a armadilha não precisou ficar instalada em um local capturando roedores de diversas idades, o teste foi focado no desafio maior: fase adulta.

O animal foi colocado propositalmente na armadilha para que a mesma o golpeasse e pudesse ser avaliado se ele seria abatido. Levando em consideração que o animal vai tocar a plataforma de acionamento com o focinho ou as patas dianteiras foi acionada a armadilha em sua cabeça. Foi avaliado se o impacto abateu o animal. Levando em consideração também que a armadilha pode decepar partes mais frágeis como patas, a armadilha foi acionada nas patas do animal para testar a reação do seu impacto. Foi avaliado se o impacto decepou o membro.

Após cada teste o animal foi colocado sobre uma folha branca para avaliar se há cortes em seu tecido.

Resultado:

TESTE ABATE DO ANIMAL CORTES NO TECIDO ou DECEPAÇÃO
CABEÇA NÃO NÃO
MEMBRO NÃO NÃO

No teste na cabeça do animal foi evidenciado que a força de impacto não é suficiente para abater um animal na fase adulta, deixando-o livre para causar acidentes com mordidas e até escapar.

Nos dois testes pode ser evidenciado que a força de impacto não corta o animal, não gerando riscos biológicos com sangue.

Conclusão: A força de impacto não é suficiente para abater o animal na fase adulta. Não são necessários testes com animais menores, pois a eficácia da armadilha deveria vigorar em todo tamanho de roedor.  Além disso, é possível considerar que roedores muito pequenos podem não ser golpeados com a armadilha, escapando por sua parte traseira, conforme ilustração a seguir:

Outro ponto a ser considerado é a exposição do animal ao ambiente. Mesmo que não ocorra risco biológico por sangue com a armadilha, existe o risco biológico do corpo do animal. No entanto, esse mesmo problema também é apresentado pela melhor solução atual: cola adesiva. Para amenizar tal problema pode ser colocada a armadilha “T-rex” dentro de um envoltório/caixa, semelhante ao usado com a cola adesiva. A armadilha não apresenta riscos biológicos devido a cortes. Entretanto a sua incapacidade de abater o roedor evidencia os dois mesmos problemas de uma armadilha tipo gaiola, escape e acidente.

Não aprovada para uso interno, segundo meu teste. Caso aprovada, o teste para avaliar se causa cortes em tecido ou decepação deveria ser feito, preferencialmente, em roedores menores devido ao fato de seus membros serem mais frágeis.

Possíveis Soluções: Utilizar colas adesivas e aumentar a frequência de troca ou criar uma barreira física para o pó não atingir as armadilhas, conforme ilustração a seguir:

2 CONTROLE EXTERNO

Na parte externa é praticamente incontrolável a existência de pragas e outros animais. É possível alterar estruturas, encanamentos, ralos e até mesmo decorações para amenizar o problema, mas não eliminar, visto que normalmente é uma área aberta.

A armadilha testada não se aplica para utilização na área externa, pois pode atrair outros animais com um roedor abatido, urubus, raposas e outros. Esse mesmo problema ocorrerá caso utilize colas adesivas na parte externa.

O que utilizar então ?

Considerando que o acesso para a área interna está bem implementado, podemos utilizar veneno na área externa sem o risco de contaminar o produto.

Mas que veneno utilizar ?

Normalmente temos a crença errônea de que o veneno que mata mais rápido é o melhor. Se você estiver com apenas um animal, isso até é válido, mas se seu objetivo é eliminar o grupo inteiro de roedores você deve optar por um veneno que abata o animal em um longo período de tempo.

Isso é devido ao fato que roedores tem NEOFOBIA, medo do que é “novo”. Roedores urbanos têm menos neofobia, conforme citado também aqui pelo FSB, mas ainda assim apresentam resistência a novidades. Esse fato pode ser evidenciado em sites comuns e até mesmo em fichas técnicas.

Nesse artigo é afirmado que raticida que mata em mais dias inibe a neofobia dos roedores, pois não vão morrer de imediato.

Então, o seu veneno que mata imediatamente vai abater apenas um dos animais do grupo e todos os outros roedores do grupo não vão consumi-lo por medo. Vale lembrar também que roedores tem um excelente olfato e que caso a situação descrita ocorra, o restante do grupo “batizará” o cheiro desse veneno e não vão consumi-lo nunca mais.

Existem diversas armadilhas e venenos no mercado. A empresa que presta serviço de controle para a sua terá uma gama de opções para oferecer. Cabe ao profissional responsável por esta área avaliar se determinado controle se encaixa em seu processo produtivo. É recomendado levantar pontos positivos, negativos, objetivo e eficácia de cada um que escolher utilizar.

Nota: O roedor testado já estava condenado ao abatimento, pois foi capturado por uma cola adesiva. Fato que reforça a eficácia de colas adesivas até mesmo com roedores na fase adulta.

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