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O mito do maestro: por que a Cultura de Qualidade é a sintonia da orquestra, e não um solo do líder

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Vamos ser sinceros: quando se fala em “cultura de qualidade”, muita gente pensa em pilhas de documentos, auditorias complexas e processos que parecem mais atrapalhar do que ajudar. Mas e se a gente mudasse esse olhar? E se, em vez de um peso, a cultura de qualidade fosse a melodia que faz a empresa funcionar em perfeita harmonia?

Pense numa orquestra. A música que ouvimos não é resultado de um único músico, mas da sintonia entre todos os instrumentos. A cultura de qualidade funciona da mesma forma.

Ela não está em um documento assinado pela diretoria, nem é responsabilidade exclusiva de uma área. É uma intenção compartilhada, presente em cada pessoa, do chão de fábrica ao escritório, que busca fazer o melhor possível.

Não é preciso temer a cultura de qualidade. Ela não atrasa, não trava. Pelo contrário, é a partitura que permite à orquestra tocar com precisão, velocidade e sem erros. É o alicerce que transforma esforço em eficiência e produtividade.

Sinergia em ação: uma nova forma de pensar

O primeiro passo é mudar o foco. Em vez de centralizar tudo no “maestro” (seja ele o líder ou a área de qualidade), é preciso reconhecer o papel de cada músico. A liderança tem a missão de garantir que todos os instrumentos estejam afinados, mas a melodia só acontece quando todos participam.

Isso significa valorizar o processo, os detalhes e a colaboração entre áreas. A equipe de manutenção cuida da afinação, o operador executa com precisão, o engenheiro revisa a partitura. A excelência nasce da soma desses esforços, e não de uma atuação isolada.

Qualidade que impulsiona: produtividade com ritmo

Ainda há quem veja a qualidade como um custo ou uma perda de tempo. Mas a verdade é que fazer certo desde o início é sempre mais eficiente do que corrigir depois. A cultura de qualidade, com seu foco na prevenção, elimina os ruídos que atrapalham o desempenho — erros, retrabalhos, atrasos.

Quando todos estão alinhados, tocando a mesma música, o ritmo da produção torna-se mais fluido. A orquestra avança com segurança e agilidade, sem precisar parar para corrigir falhas.

A intenção que une: o grande concerto

A qualidade verdadeira aparece quando cada pessoa entende seu papel e a importância dele para o todo. É a engenheira de alimentos que não apenas segue normas, mas compreende seu propósito e se sente responsável pela segurança de quem vai consumir o produto. É o operador que trabalha com dedicação, sabendo que sua precisão impacta diretamente o resultado final.

Mais do que seguir procedimentos, a cultura de qualidade é sobre a intenção de fazer o melhor. Quando essa intenção é compartilhada, a empresa transforma-se em uma orquestra capaz de executar uma verdadeira obra-prima.

Em outras palavras…

Na indústria de alimentos, a excelência não se mede pelo número de auditorias aprovadas, mas pela harmonia de uma equipe que atua em sincronia. Produtividade e alta qualidade não são opostos. São forças complementares, impulsionadas por uma cultura onde todos se sentem parte da orquestra e querem tocar a melhor música.

E na sua empresa, quem está tocando os instrumentos? A música que vocês fazem já soa como uma obra-prima?

Por Thiago Pontes

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Food Safety X Doenças de Origem Alimentar

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Hoje, em minha conversa com você, que tal refletirmos sobre a importância do food safety na prevenção de doenças de origem alimentar?

Hipócrates disse há mais de 2400 anos: “Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio”. Uma alimentação adequada associada a hábitos de vida saudáveis, como atividade física, pode proporcionar uma vida mais longínqua e com maior qualidade, inclusive na terceira idade. Os alimentos também são importantes quando se fala em prevenção de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, problemas do coração e até casos de obesidade.  Mas isso não é possível quando um alimento está contaminado, mal processado, mal acondicionado…

Dito isso, vamos relembrar alguns conceitos:

“Food safety: A expressão “Segurança de Alimentos” vem do inglês “Food Safety”, que significa a prática de medidas que permitem o controle de qualquer agente que, em contato com o alimento, promova risco à saúde do consumidor ou coloque em risco a sua integridade física, ou seja, é a garantia de segurança do produto desde o campo até a mesa do consumidor.”

Doenças de origem alimentar: Mais conhecidas como Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo, sendo que a maioria delas são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e outros parasitas.

Para se ter uma ideia, segundo a OPAS Brasil,  nas Américas estima-se que 77 milhões de pessoas sofram um episódio de doenças transmitidas por alimentos a cada ano, metade delas crianças com menos de 5 anos de idade. Os dados disponíveis indicam que as doenças transmitidas por alimentos geram de US$ 700 mil a US$ 19 milhões em custos anuais de saúde nos países do Caribe e mais de US$ 77 milhões nos Estados Unidos.

Alimentos não seguros também dificultam o desenvolvimento em muitas economias de baixa e média renda, que perdem cerca de US$ 95 bilhões em produtividade associada à doença, incapacidade e morte prematura sofrida pelas(os) trabalhadoras(es).

Às vezes, a preocupação fica em torno apenas das verduras, legumes e frutas, vítimas dos defensivos utilizados de forma indiscriminada, mas você já pensou que uma especiaria pode estar com problemas ou ainda a água?

A carne tão presente em nossas mesas já foi alvo de discussão acerca da sua segurança quanto à presença de drogas e contaminantes diversos. Também preocupam as zoonoses, bactérias e adulterantes. Quem não se lembra, por exemplo da “operação carne fraca“?

Este blog já relatou que muitos surtos de DTA, principalmente de Salmonela, estão diretamente ligados ao consumo de especiarias. As especiarias parecem inofensivas, pois temos a falsa sensação de que alimentos tão secos não são perigosos e não apresentam microrganismos prejudiciais (veja nossos artigos sobre isso aqui e aqui), o que é um grande engano!

As fraudes em alimentos infelizmente ainda ocorrem com frequência, como as relatadas pelos colunistas do blog, aqui e aqui.

Em outro post levantou-se a possibilidade de contaminação de produtos pela  água usada no processo diário de higiene dos utensílios e equipamentos, e também pelas mãos dos manipuladores e consumidores.

Até mesmo a água mineral de galões pode apresentar problemas. Segundo esta notícia de fevereiro de 2020, a Vigilância Sanitária identificou bactérias em galões de 20 litros e suspendeu a venda de água mineral no RJ. Sabemos que em uma busca rápida na internet acharemos mais ocorrências como esta.

A seguir, trago alguns dados relevantes sobre o que estamos refletindo aqui:

  • Estima-se que 600 milhões de pessoas – quase um a cada dez indivíduos no mundo – adoecem após a ingestão de alimentos contaminados e 420 mil morrem a cada ano.
  • Crianças menores de 5 anos carregam 40% da carga de doenças transmitidas por alimentos, com 125 mil mortes por ano.
  • Doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas que entram no corpo através de alimentos ou água contaminados.
  • As doenças transmitidas por alimentos impedem o desenvolvimento socioeconômico, sobrecarregando os sistemas de saúde e prejudicando as economias nacionais, o turismo e o comércio.
  • O valor do comércio de alimentos é de US$ 1,6 trilhão, o que representa aproximadamente 10% do total do comércio anual no mundo.
  • Melhorar as práticas de higiene nos setores alimentar e agrícola ajuda a reduzir o surgimento e disseminação da resistência antimicrobiana ao longo da cadeia alimentar e no meio ambiente.

As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são uma importante causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas, têm emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. Numerosos surtos de DTA atraem atenção da mídia e aumentam o interesse dos consumidores. Há previsões de que o problema aumente no século 21, especialmente com as várias mudanças globais, incluindo crescimento da população, pobreza, exportação de alimentos e rações animais, que influenciam a segurança alimentar internacional, segundo dados do Ministério da Saúde Brasileiro.

A partir desta reflexão, chamo a atenção para a importância dos profissionais responsáveis pela qualidade dos alimentos em toda a cadeia produtiva e para que todos nós enxerguemos o FOOD SAFETY com outros olhos, com mais atenção, dando importância real às políticas de saneamento, às questões de controle de qualidade, seja nas indústrias ou restaurantes, e à necessidade de conhecer bem seus fornecedores, quais as garantias oferecidas por eles para que você possa produzir e sobretudo consumir alimentos e água de forma segura para a sua saúde e a de seus familiares.

Fontes:

https://super.abril.com.br/saude/10-alimentos-que-ajudam-a-prevenir-doencas-cronicas/

https://foodsafetybrazil.org

http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-transmitidas-por-alimentos

https://www.paho.org/bra/

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