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Proficiência para Auditorias de Segurança de Alimentos: o que você precisa saber

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O requisito especial 2.5.1 da FSSC 22.000 (Gerenciamento de Serviços e Materiais Comprados) sempre rendeu uma certa discussão sobre o que é um laboratório “competente”. Já foram publicadas dicas aqui no Food Safety Brazil de como escolher os laboratórios (veja aqui).

O fato é que a norma menciona alguns exemplos de como atestar essa competência dos laboratórios, citando a participação em testes de proficiência, aprovação em programas regulatórios e certificação ISO 17025. É justamente sobre os testes de proficiência que quero falar hoje, pois dos 3 exemplos é o que gera mais dúvidas.

Antes de mais nada, vamos à definição do que são ensaios de proficiência. Segundo a ISO 17025, ensaio de proficiência é a avaliação do desempenho de um participante contra critérios pré-estabelecidos por meio de comparações interlaboratoriais.

Imagine que durante uma auditoria, o auditor verifica que uma determinada atividade de verificação foi conduzida em laboratório externo (ou interno) e pede à empresa que demonstre a competência do laboratório. A empresa, por sua vez, apresenta uma declaração dizendo que o laboratório participou de rodadas de proficiência e foi aprovado para análises microbiológicas e físico-químicas. Isso seria suficiente?

O que os auditores FSSC geralmente explicam é que eles não são auditores ISO 17025 e, portanto, nem sempre possuem o pleno conhecimento do que seria aceitável ou não. Então, com o intuito de dar algumas dicas, vamos aos pontos básicos que devem ser entendidos por todos – empresas e auditores:

  • A ISO 17043 (Avaliação da conformidade – Requisitos gerais para ensaios de proficiência), no requisito 7.2.2 e no requisito 7.7, ao mencionar a validação de métodos e a garantia da validade dos resultados, respectivamente, estabelece as comparações interlaboratoriais. Essas comparações interlaboratoriais envolvem a participação do laboratório em ensaios e rodadas de proficiência;
  • Quem regulamenta os ensaios de proficiência é a ISO 17034 (Requisitos gerais para a competência de produtores de material de referência) – esses ensaios e rodadas são fornecidos por um laboratório credenciado (vamos chamar de “laboratório-provedor”) que deve cumprir os requisitos da referida norma;
  • A ISO 17043, no requisito C2.1, menciona que os laboratórios (e outros tipos de participantes) necessitam selecionar programas de ensaio de proficiência que sejam apropriados para seu escopo de ensaios ou de calibração, ou seja, devem buscar “laboratórios-provedores” que sejam capazes de atender às suas necessidades;
  • Além disso, a ISO 17043 estabelece requisitos sobre a escolha do método de análise e a avaliação e registro dos dados de análise. O que é interessante saber é que o laboratório-provedor da rodada de proficiência deve fornecedor ao laboratório em questão (participante da rodada) um relatório completo, claro e abrangente, incluindo dados relativos aos resultados de todos os participantes, junto com uma indicação dos desempenhos individuais (requisito 4.8.1);
  • Já o requisito 4.9.5 da ISO 17034 estabelece que se o provedor de ensaio de proficiência emitir declarações de participação ou desempenho, estas devem conter informações suficientes para não gerar interpretações equivocadas.

Sendo assim, voltando ao nosso caso inicial – do auditor em uma auditoria – a resposta é que não seria aceitável apenas uma declaração emitida pelo laboratório-provedor dizendo que o laboratório-participante foi aprovado nas rodadas de proficiência para análises microbiológicas e físico-químicas. Esse tipo de declaração é vago e pode gerar dúvidas.

Portanto, nesses casos, tanto auditores quanto empresas podem ir mais a fundo e solicitar maiores informações e comprovações. Os relatórios emitidos pelos laboratórios-provedores são sempre muito completos, com informações, resultados e conclusões – por ser requisito, eles cumprem com isso e cabe ao laboratório-participante apresentá-los para o seu cliente, no caso a indústria que contratou o serviço de análise.

À indústria, cabe fazer essa exigência quando o laboratório contratado não é ISO 17025 e usa as rodadas de proficiência para demonstrar a competência necessária.

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Ensaio de Proficiência e Comparação Interlaboratorial: termos semelhantes, mas um pouco diferentes…

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Ensaio de Proficiência e Comparação Interlaboratorial são termos usados como sinônimos pelos laboratórios e pela indústria, mas eles não são exatamente iguais.

De acordo com a ISO / IEC 17043: 2010 o Ensaio de Proficiência (EP) é a avaliação do desempenho do participante contra critérios pré-estabelecidos por meio de comparações interlaboratoriais. É um exercício formal gerenciado por um órgão de coordenação que inclui um laboratório de referência ou padrão. Os resultados são emitidos em um relatório formal que fornece claramente a pontuação.

E as Comparações Interlaboratoriais (CI) foram definidas como a organização, realização e avaliação de medições ou ensaios nos mesmos ou em itens similares, no mesmo laboratório, de acordo com as condições pré-determinadas. É um exercício realizado por acordo entre dois ou mais laboratórios participantes, cujos resultados também são emitidos em um relatório formal.

Em outras palavras, um ensaio de proficiência é uma ferramenta usada para demonstrar competência e validar o processo de medição de um laboratório, comparando seus resultados com os resultados de um laboratório de referência e de outros laboratórios participantes, sendo um mecanismo indispensável para avaliar a competência técnica do laboratório e aumentar a credibilidade dos resultados de suas medições.

Portanto, a diferença é que um teste de proficiência é uma comparação interlaboratorial organizada e gerenciada por um terceiro independente. Além disso, um teste de proficiência inclui a participação de um laboratório de referência e usa seus resultados para determinar o desempenho do participante.

Uma comparação interlaboratorial não requer o uso de um laboratório de referência ou de um organismo de coordenação. Neste caso, os laboratórios participantes estão apenas comparando o desempenho entre o grupo de membros participantes.

Como você pode ver, eles são semelhantes, mas diferentes.

Fonte: INMETRO.

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10 razões para participar de ensaios de proficiência

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Imagine que seu laboratório está adicionando uma nova capacidade de medição ou ensaio. Você comprou o equipamento, calibrou, escreveu métodos, treinou pessoal, estimou a incerteza e realizou vários estudos de verificação interna. Mesmo com todo esse trabalho, tempo e dinheiro investidos em seu novo processo, você tem certeza de que seus resultados são adequados e comparáveis a outros laboratórios?

O teste de proficiência é importante por vários motivos. Primeiramente, ele permite que seu laboratório demonstre competência para executar um determinado ensaio ou medição e em um contexto geral propicia aos participantes:

1) avaliação do desempenho e monitoração contínua;

2) evidência de obtenção de resultados confiáveis;

3) identificação de problemas relacionados com a sistemática de ensaios (ex.: procedimentos inadequados, eficácia de treinamento de pessoal e problemas com a calibração de equipamentos);

4) possibilidade de tomada de ações corretivas e/ou preventivas;

5) avaliação da eficiência de controles internos;

6) determinação das características de desempenho;

7) comparabilidade dos métodos de ensaio ou medição / validação de métodos;

8) validação dos pedidos de incerteza de medição;

9) tecnologias e reconhecimento de resultados de ensaios, em nível nacional e internacional;

10) gerar confiança aos clientes do laboratório.

Ao participar de testes de proficiência, seu laboratório pode validar externamente seu novo processo de medição ou ensaio. E este é o motivo pelo qual organismos de acreditação da ABNT ISO/IEC 17025 exigem que se conclua com êxito um ensaio de proficiência (sempre que os mesmos estiverem disponíveis), antes de adicioná-lo ao seu escopo de acreditação e também após a sua concessão.

Neste contexto, a Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do INMETRO estabelece no documento NIT-Dicla-026 requisitos de participação em atividades de ensaio de proficiência, sendo estes aplicáveis aos laboratórios que realizam ensaio, calibração, exame e/ou amostragem associada com ensaio ou calibração subsequente, acreditados e postulantes à acreditação ou extensão da acreditação pela Cgcre, bem como aplicam-se aos avaliadores e especialistas que atuam nos processos de acreditação destes organismos de avaliação da conformidade.

Informações sobre provedores de ensaios de proficiência brasileiros estão disponíveis no site do INMETRO e também no banco de dados internacional EPTIS, onde também podem ser encontradas informações sobre provedores de ensaios de proficiência de outros países das Américas e da Europa. 

Como orientação aos laboratórios na seleção, qualificação e utilização de programas de ensaio de proficiência, recomenda-se que estes sejam organizados de acordo com as disposições contidas em ABNT ISO/IEC Guia 43.

A necessidade de confiança no desempenho dos laboratórios não é apenas essencial para os laboratórios e seus clientes, e apesar de ser voluntária para os laboratórios que não são acreditados, percebe-se uma crescente demanda pelas atividades de ensaios de proficiência devido aos seus muitos benefícios.

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