Quem trabalha em indústria de alimentos, e tem entre seus clientes o Mercado Europeu, já sabe o que é o RASFF.
RASFF é a sigla para Rapid Alert System for Food and Feed.
Ele já foi tema de algumas postagens por aqui, é a ferramenta de controle e comunicação que a União Europeia usa para garantir a segurança dos alimentos que são importados para consumo da população dos países membros.
No portal, existem, disponíveis, várias informações sobre legislação e histórico da ferramenta.
Mas o foco do post neste mês é o draft do relatório anual que está disponível para consulta. Nele constam informações relativas aos dados coletados nos últimos anos e distribuídos por tipos de perigo, países de origem e categorias de produtos.
Nos anexos que suportam a análise crítica do relatório, o Brasil ocupa o décimo lugar entre os 143 países monitorados.
Embora isso possa, à primeira vista, parecer preocupante, uma análise mais crítica mostra que existem exportadores de alimentos cujos controles apresentam muito mais falhas do que as nossas.
É importante salientar que os números são absolutos e não estão correlacionados com volumes exportados.
O Brasil teve 91 notificações enquanto que os três primeiros colocados no ranking (China, Turquia e Índia) tiveram respectivamente 388, 282 e 276 notificações.
Na nossa frente estão países de primeiro escalão como Espanha (159), França (120), seguidos de Alemanha e Itália (117 cada).
Na verdade o número que merece ser considerado é o que relaciona as rejeições ocorridas entre 2013 e 2015. Olhando para o período é possível verificar que baixamos de 187 para 109 e agora para 91, uma redução de 51% absolutos. Se considerarmos o aumento dos volumes exportados ocorrido neste mesmo período, veremos que a redução é ainda maior.
Isto significa que nossos controles internos estão cada vez melhores, mas que temos um longo caminho para percorrer se considerarmos que a Argentina, por exemplo, teve apenas 22 rejeições em 2015.
Como se trata de uma versão preliminar, algumas alterações ainda podem ocorrer.
Para consultar o relatório é só acessar clicar aqui.
Em um próximo texto vamos dissecar um pouco mais o tema, tratando dos tipos de perigos que causaram as rejeições, além dos produtos que foram mais afetados e que necessitam de um olhar mais atento dos fabricantes e exportadores.
Até lá!
Ingrid Mengue Klaus
Nossa Juliane, realmente se compararmos o nosso volume de exportação realmente não estamos numa situação tão ruim hehehe, muito bacana essas informações obrigada!!!!