No meu último post fiz um pequeno desabafo sobre a situação real dos departamentos responsáveis pela Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos no Brasil, e agora proponho a criação de um modelo para fazer da Qualidade e da Segurança de Alimentos a verdadeira missão das empresas.
Como eu disse, tudo foi baseado na minha experiência de vida. Na observação das falas de vários colegas e, pela receptividade e repercussão do texto, senti um misto de alívio e também de frustração porque vi que acertei o alvo em cheio…
Muitas empresas têm quadros com as suas “MISSÃO, VISÃO e VALORES” espalhados pelas salas das unidades, mas no dia a dia, poucos são os colaboradores que as conhecem.
Assim ocorre com o tema Qualidade e Segurança de Alimentos.
Alguns tópicos citados pelos participantes do II Workshop Food Safety Brazil, realizado em Londrina (PR), relacionam a falta de motivação, mudança de cultura e falta de comprometimento, com as dores de cabeça que os afligem diariamente.
O que fazer então?
A primeira coisa a ser feita é estabelecer uma linha próxima de comunicação junto ao representante da Direção da empresa.
Reuniões mensais são importantes, mas são pouco produtivas em termos de resultados diários.
O ideal é criar uma agenda semanal, pouco importando a quantidade de vezes ou a duração dos encontros. O que interessa de verdade é manter os assuntos sempre em status de atualização.
Geralmente os Departamentos estabelecem seus cronogramas para o ano sem se importar com os cronogramas dos demais.
Isso é real e é péssimo!!!
Então, em minha opinião, o que os departamentos que cuidam das áreas de Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos devem fazer é se apropriar dos cronogramas dos outros departamentos nos assuntos que lhes dizem respeito.
Exemplos?
- Pesquisas de satisfação, atualização de especificações geralmente são feitas pela Área Comercial;
- Atualização e monitoramento de fornecedores são feitas pela Área de Suprimentos.
Se forem áreas comprometidas com o Sistema de Gestão, possivelmente devem ter períodos estabelecidos para a realização das atividades. Mas e se não forem?
A alternativa é o estabelecimento, por parte da Área de QSA, de datas e prazos para que os requisitos sejam cumpridos. Como? Inserindo no cronograma de QSA, as atividades dos departamentos citados.
Mais exemplos?
Respostas de não conformidades.
Quem não sofre com a falta de pontualidade dos setores no envio das respostas?
E com o nível ou a qualidade (ou falta dela) das respostas?
A saída: a criação de Indicadores de gestão das respostas.
Mas o que isso tudo tem a ver com a agenda de encontros com a Direção?
Gestores (Direção) adoram Indicadores! Então o melhor caminho é adotá-los, apresentando-os de maneira sistemática e rotineira. Dessa maneira, você nem precisará pedir para apresentá-los. Na verdade, você será “cobrado” a mostrá-los… E que isso não seja interpretado como ser “dedo duro”.
A mudança de cultura pode ser alcançada de vários modos. Um deles é através da cobrança e participação da Alta Direção.
Assim, o compromisso com os programas que dão sustentação ao SGQSA será assumido por todos os elos da corrente.
Nas próximas postagens continuarei tratando da extensa lista de inquietações dos nossos leitores e colegas.
Continuem firmes e atuantes!
Créditos de imagem: Gennaro Moretti.