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Surtos Alimentares no Brasil – Dados atualizados em maio de 2017

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As doenças transmitidas por alimentos, mais comumente conhecidas como DTA, são causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções causadas por bactérias, vírus e parasitas.

Vale a pena relembrar que surto alimentar por DTA é definido como um incidente em que duas ou mais pessoas apresentam uma enfermidade semelhante após a ingestão de um mesmo alimento ou água, e as análises epidemiológicas apontam a mesma origem da enfermidade. Esta síndrome geralmente é constituída de anorexia, náuseas, vômitos e ou diarreia, acompanhada ou não de febre. Os sintomas digestivos não são as únicas manifestações, podendo ocorrer afecções extraintestinais em diferentes órgãos, como rins, fígado, sistema nervoso central, dentre outros.

A probabilidade de um surto ser reconhecido e notificado pelas autoridades de saúde depende, entre outros fatores, da comunicação dos consumidores, do relato dos médicos e das atividades de vigilância sanitária das secretarias municipais e estaduais de saúde. 

A ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos vem aumentando de modo significativo em nível mundial. Vários são os fatores que contribuem para a emergência dessas doenças, entre os quais destacam-se o crescente aumento das populações, a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de alimentos em grande escala. Contribui, ainda, o deficiente controle dos órgãos públicos e privados no tocante à qualidade dos alimentos ofertados às populações e acrescentam-se a maior exposição das populações a alimentos destinados ao pronto consumo coletivo – fast foods, o consumo de alimentos em vias públicas, o aumento no uso de aditivos e as mudanças de hábitos alimentares, sem deixar de considerar mudanças ambientais, globalização e as facilidades atuais de deslocamento da população, inclusive em nível internacional. 

A multiplicidade de agentes causais e as suas associações a alguns dos fatores citados resultam em um número significativo de possibilidades para a ocorrência das DTA, que podem se apresentar de forma crônica ou aguda, com características de surto ou de casos isolados, com distribuição localizada ou disseminada e com formas clínicas diversas.

Vários países da América Latina estão implantando sistemas nacionais de vigilância epidemiológica das DTA, em face dos limitados estudos que se tem dos agentes etiológicos, da forma como esses contaminam os alimentos e as quantidades necessárias a serem ingeridas na alimentação para que possa se tornar um risco.

Seguem abaixo as informações sobre surtos de DTA no Brasil, de acordo com os dados atualizados da Vigilância Epidemiológica até maio de 2017.

Em 2016 foram identificados apenas 543 surtos epidemiológicos, o que representa redução de 19,3% em relação a 2015 (673 surtos). Já em 2017, os resultados representam os valores somente até Maio (133 surtos e 2014 doentes).

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De 2007 a 2017, das 99.826 mil pessoas expostas, a faixa etária com maior número de exposição é a de 20 a 49 anos e representa 55,22% dos doentes, totalizando 55.131 pessoas. O sexo masculino é 15% maior do que o feminino nesta faixa etária.

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A região Sudeste lidera o histórico com mais notificações de casos de DTA até maio de 2017, e na sequência vem a região Nordeste.

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Os sinais e sintomas mais evidentes são: diarreia (30%), dor abdominal (19%), vômito (17%) e náuseas (16%).

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Os sintomas e sinais estão coerentes com os principais agentes etiológicos associados aos surtos, representando 90,5% dos casos que são as bactérias E. coli, Salmonella e S. aureus, respectivamente.

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Um dado que chama atenção: de 2007 a 2017, em 66,4% dos registros foi ignorado ou inconclusivo o alimento incriminado no surto. Os alimentos mistos continuam à frente como os mais envolvidos nos surtos com 8,6%, seguidos por água (6,2%), ovos e produtos à base de ovos (3,7%). A dificuldade de se identificar o agente causador é um fato que se repete historicamente.

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Fonte: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/29/Apresentacao-Surtos-DTA-2017.pdf

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Detalhes sobre o grupo de risco para doenças transmitidas por alimentos

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Algumas pessoas estão mais suscetíveis à contrair doenças transmitidas por alimentos. Além disso, devido à suas vulnerabilidades, também é maior o risco dessa doença se tornar mais grave, com necessidade de internações e até mesmo de levar à morte.

O sistema imunológico é a reação natural do corpo à uma “invasão de corpos estranhos”. Em pessoas saudáveis, um sistema imunológico funcionando adequadamente prontamente combate bactérias e outros patógenos que causam infecções.

 O sistema imunológico de pessoas com certas doenças, como câncer, diabetes e AIDS, estão normalmente enfraquecidos, pelo próprio processo da doença e pelos efeitos colaterais de alguns tratamentos. Esse grupo de pessoas é mais suscestível à muitas infecções, inclusive à contaminação por alimentos.

Podemos adicionar também à esse mesmo grupo de risco, grávidas, crianças pequenas e idosos.

 Durante a gravidez, o sistema imunológico da mãe sofre muitas mudanças, às tornando mais expostas para contrair doenças transmitidas por alimentos. Existe também o risco de que bactérias nocivas possam atravessar a placenta e infectar o bebê, que ainda não possui o sistema imunológico completo e pode não conseguir combater a infecção. Em casos graves, as doenças transmitidas por alimentos durante a gravidez podem levar ao aborto, parto prematuro, doença ou até morte do recém nascido.

 Da mesma forma, que ocorre com os bebês, as crianças pequenas também possuem um sistema imunológico em desenvolvimento e dessa forma podem apresentar maiores dificuldades em combater infecções causadas por alimentos.

 Nos idosos, o sistema imunológico e o funcionamento dos órgãos tornam-se mais lentos, dessa forma, o processo para reconhecer e combater bactérias e outros patógenos que causam infecções é comprometido. A medida que as pessoas envelhecem ocorre também uma diminução do ácido presente no estômago, que possui função de reduzir o número de bactérias no trato intestinal. Além disso, durante a vida, muitos idosos são diagnosticados com algumas doenças crônicas, como diabetes, artrite ou doença cardiovascular, o que exige o acompanhamento com medicamentos. O processo da doença e os efeitos secundários dos medicamentos também podem vir a enfraquecer o sistema imunológico.

 Para as pessoas do grupo de risco, recomenda-se não ingerir produtos com maiores probabilidades de contaminação, como exemplificados abaixo, porém não se limitando à eles:

  • Carne ou aves cruas ou mal cozidas;
  • Peixe cru e frutos do mar parcialmente cozidos, como camarão e caranguejo;
  • Mariscos crus;
  • Leites não pasteurizados e produtos feitos com ele, como iogurtes e queijos;
  • Ovos crus ou mal cozidos;
  • Legumes frescos não lavados;
  • Sucos naturais não pasteurizados.

 Alguns dados foram levantados nos Estados Unidos à respeito de contaminação em grupos de risco:

  • Pessoas com mais de 74 anos estão cinco vezes mais propensos à morrer de doenças diarréicas infecciosas do que os do segundo maior grupo que são as crianças com menos de 4 anos.
  • Infecção por Salmonella ou Campylobacter são mais comuns em pacientes com diabetes do que na população em geral.
  • Pacientes com diabetes são cerca de 25 vezes mais suscetíveis à desenvolver listeriose do que a população não diabética.
  • Doenças que aumentem a quantidade de ferro no corpo, como problemas no fígado, podem estimular o crescimento de patógenos como Bacillus, Clostridium, Listeria, Campylobacter e Salmonella.

 Referências

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Os 10 fatos sobre segurança dos alimentos (OMS) parte 1

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INTRODUÇÃO:

A segurança de alimentos é prioridade para a saúde pública. Todos os anos, milhões de pessoas adoecem e muitas morrem em decorrência do consumo de alimentos inseguros. Surtos muito sérios de doenças transmitidas por alimentos (DTA) têm sido documentados em todos os continentes na última década, e em muitos países, o número de DTAs está crescendo expressivamente.

 Os principais pontos de preocupação mundial, em relação à segurança de alimentos, são:

 Perigos microbiológicos estão se espalhando (incluindo bactérias como Salmonella e Escherichia coli);

  • Contaminantes químicos nos alimentos;
  • Avaliação das novas tecnologias em alimentos (tais como organismos geneticamente modificados) e
  • Necessidade de sistemas de segurança de alimentos sólidos e fortes na maioria dos países, para garantir a cadeia mundial de alimentos segura.

A Organização Mundial da Saúde está trabalhando para minimizar os riscos para a saúde do consumidor, do campo à mesa, para prevenir surtos e para promover os 5 elementos-chave em segurança de alimentos.

  Fato nº 1: Mais de 200 doenças são transmitidas através dos alimentos

 Todos os anos, milhões de pessoas adoecem, e muitas morrem em decorrência do consumo de alimentos inseguros. Estima-se que doenças diarreicas por si só matam cerca de 1,5 milhão de crianças anualmente, e a maioria destas doenças está atribuída a alimentos ou água contaminados. Uma preparação adequada dos alimentos pode prevenir a maioria das doenças transmitidas por alimentos.

  Fato nº 2: As doenças transmitidas por alimentos (DTA) estão crescendo mundialmente

Atualmente, os organismos causadores de doenças em alimentos são transmitidos largamente e mundialmente, através da globalização da cadeia de alimentos, elevando a frequência das DTAs e o número de localidades onde elas acontecem. A rápida urbanização em várias partes do mundo aumenta os riscos, uma vez que os moradores das cidades consomem cada vez mais alimentos preparados fora de casa, que podem não ter sido manipulados ou preparados de forma segura – incluindo alimentos frescos, peixes, carnes e aves.

  Fato nº 3: A segurança de alimentos é uma preocupação global

 A globalização da produção e do comércio de alimentos aumenta a probabilidade de incidentes internacionais envolvendo alimentos contaminados. Produtos e ingredientes alimentícios importados são comuns na maioria dos países. Sistemas de segurança de alimentos mais fortes nos países exportadores podem reforçar tanto a proteção da saúde pública localmente, quanto nas fronteiras com os demais países.

Fonte: http://www.who.int/features/factfiles/food_safety/en/index.html)

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