Por que a solda TIG é a mais indicada para a indústria de alimentos?

2 min leitura

Sabemos que um dos princípios básicos de projeto para a indústria de alimentos é que a solda seja sanitária. A técnica que melhor atende este requisito é a solda TIG.

A sigla corresponde a Tungsten Inert Gas (ou em português, Tungstênio Gás Inerte). Este nome se dá pois se utiliza sempre um eletrodo de tungstênio, elemento robusto que possui o mais alto ponto de fusão entre os metais, não sendo consumido na soldagem, e um gás inerte de proteção. Além disso, esse método de soldagem é realizado a arco elétrico, que nada mais é que um curto-circuito controlado (a energia elétrica se converte em energia térmica). Um gás inerte  injetado de forma controlada no entorno do ponto a ser soldado serve para proteger a liga metálica (geralmente aço inox) e a peça do ambiente de contaminantes atmosféricos, prevenindo reações químicas indesejadas (como oxidação, por exemplo). No caso da solda TIG, é utilizado mais comumente o gás argônio, que tem características técnicas ideais e é economicamente viável.

Com a soldagem TIG, o soldador tem ótima visibilidade e segurança no trabalho. Ela deixa poucos resíduos e não requer limpeza. O acabamento é superior, bem como as propriedades mecânicas e estanqueidade.  Do ponto de vista sanitário, por ser mais regular, previne-se um foco possível de acúmulo de resíduos de alimentos e a possibilidade de formação de biofilmes, o que é essencial para a indústria de alimentos, cosmética e farmacêutica.

Existe a possibilidade de se realizar esta técnica de forma manual, e nesse caso, se requer um soldador bastante caprichoso, pois o trabalho pode ser comparado a um “bordado”, tanto que o nome da área soldada é chamada de “costura de solda” ou “cordão de solda”. Em trabalhos mais complexos, de maior escala e que demandem mecanização, se necessita a solda orbital, na qual o eletrodo, através de um equipamento programável, gira ou “orbita” em torno do material a ser soldado, como em tubulações ou superfícies tidas como difíceis. O domínio da técnica de programação dos parâmetros de trabalho é essencial, incluindo amperagem, vazão do gás, diâmetro do eletrodo e da vareta de adição, comprimento do arco e velocidade da soldagem para que a solda ao final tenha as características sanitárias. Na imagem abaixo pode ser observada a carcaça de uma válvula soldada a uma tubulação pela técnica TIG com solda orbital.

solda_orbital

O que restringe a aplicação de uma técnica tão boa é o custo alto e maior tempo de linha parada em manutenções corretivas, pois a execução é mais lenta e mais difícil. Fora isso, pode ser realizada somente em ambiente controlado (coberto), pois caso sofra influência de uma corrente de ar, a proteção do gás inerte é comprometida.

Em outro post abordaremos sobre defeitos em soldas para a indústria de alimentos e como realizar uma soldagem de boa qualidade.

Referências:

  • DOC 35 da EHEDG  Hygienic welding of stainless steel tubing in the food processing industry (2006);
  • DOC 9 da EHEDG    Welding stainless steel to meet hygienic requirements (1993).

Crédito da Imagem: De máquinas y Herramientas.

4 thoughts on

Por que a solda TIG é a mais indicada para a indústria de alimentos?

  • marco A. Tejeda

    la soldadura TIG en la industria de alimentos emite vapores u olores intensos?.
    se recomienda que se realize el trabajo en proceso de produccion? o no?
    por favor les pedire que puedan enviarme la respuesta en español ya que no soy de Brazil y no hablo portuques

    saludos cordiales

    • Reginaldo

      Se puede ultilizar el proceso Tig con algunos tipos de gases, lo más usual acaba siendo el Argonio y Helio y estos son inertes no siendo perjudicial teniendo en cuenta que el caudal es relativamente pequeño en torno a 8 litros por minuto.
      Él es más pesado que el aire y por eso no sube disipando fácilmente, pero aun siendo del área metalurgica no veo mayores problemas ultilizar en el proceso de industria de alimentos.

  • Samira

    Parabéns pelo post Juliane. Excelente!

  • Adriano Ostia

    Bom dia,
    Juliane,
    Sim, o processo orbital obtém soldas de boa qualidade , porem não é só a questão do tempo que aumenta o custo dessa operação, tem também a questões das junções fora de angulo ex: 30* grau no caso de entroncamentos este ponto não há possibilidade de obter soldas com qualidade total que requer o processo.

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