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Abordaremos agora as questões comuns em auditorias sobre fraude alimentar, dando continuidade à série de posts dedicados ao novo documento publicado no site do esquema FSSC 22.000 v.4.1 em 10/04/18. Devido ao risco significativo do tema, os auditores devem perceber que não são investigadores de crimes e sim espera-se por confirmar que um programa antifraude é capaz de “prevenir fraudes”. Os auditores devem auditar apenas quão bem a empresa se protegeu e verificou se todos os elementos exigidos pela FSSC 22000 estão em vigor. Essa abordagem está muito de acordo com a verificação de um plano HACCP durante a auditoria de segurança de alimentos.
Espera-se que a introdução da mitigação de fraude alimentar nos FSMS da organização se torne mais robusta ao longo do tempo. No primeiro estágio, é mais realista focar o sistema / estratégia que seja adequado ao propósito, em vez de se concentrar na eficácia das medidas de mitigação.
Como auditor, as seguintes perguntas são recomendadas para serem feitas:
- existe uma equipe com as competências / conhecimentos corretos?
- uma avaliação de vulnerabilidade foi realizada e documentada?
- todos os tipos de vulnerabilidades cobertas (substituição, aprimoramentos não aprovados, impressão errada, falsificação, bens roubados ou outros)?
- há profundidade da avaliação de vulnerabilidade (dados históricos, motivações econômicas, detectabilidade, etc.)?
- qual a amplitude da avaliação de vulnerabilidade (todos os materiais cobertos)?
- existe uma metodologia para determinar o significado das vulnerabilidades?
- quando vulnerabilidades significativas são identificadas, existe um plano de mitigação por escrito?
- existe um sistema de verificação em conformidade com o parágrafo 8.4 da ISO 22000 (Segurança de Alimentos)? Há verificação do Sistema de Gestão?
- a análise é revista regularmente e a frequência é adequada?
- a equipe de resposta à emergências está preparada (ISO 22000, parágrafo 5.7)?
- todos os itens acima são efetivamente incluídos e implementados por meio do FSMS da organização (por exemplo, registros, conscientização das pessoas, segurança do site, auditorias internas, revisões de gerenciamento)?
Assim, pense como um auditor e veja se sua empresa está preparada para esse novo requisito adicional. Bom trabalho e sucesso na auditoria! Continuaremos nos próximos posts.
Marco T Bertolino
Estou adorando esta série de artigos sobre a questão da fraude em produção de alimentos e bebidas, pois é uma novidade e muito pouco se sabe ou se tem como consenso de como serão as auditorias, qual o foco exato, como proceder. É um tema em construção e os debates vão enriquecer muito.
cintia malagutti
De fato Marco Túlio poucos profissionais ainda implementaram o novíssimo tema Food Fraud de acordo com os SGSA reconhecidos pelo GFSI e cobrados nas auditorias. Obrigada por deixar sua importante opinião. Abraços.
Carlos Fregati
Sempre disse nos treinamentos que a ética passaria a quebrar empresas ao invés de erros de produção, armazenamento, distribuição, etc.
Erros os clientes/consumidores perdoam, falta de ética não…
cintia malagutti
Perfeita sua abordagem Carlos!