Como profissionais de alimentos, muitas vezes somos questionados sobre assuntos cujos estudos ainda são recentes e incompletos. Por exemplo:
1) O consumo de insetos como fontes de proteínas é seguro?
2) Podemos ingerir qualquer tipo de inseto, até mesmo a repulsiva mosca doméstica?
Para quem se interessa em conhecer o estado da arte de assuntos desta natureza, uma boa dica é a revista “Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety”, publicação do IFT – Institute of Food Technologists, disponível na web. A revista publicou, em seu último número, um artigo de revisão abrangente e esclarecedor sobre este tema, contendo dados de pesquisas recentes.
Com relação à primeira pergunta, seguem algumas considerações sobre o uso de insetos como fontes de proteínas:
a) A longa história do consumo de insetos pelo homem em países não-europeus sugere, com pouca evidência em sentido contrário, que os insetos coletados para alimentação humana não causam nenhum dano significativo à saúde.
b) O Codex Alimentarius considera que a segurança dos insetos comestíveis ainda não foi extensivamente estudada, provavelmente porque são tratados em geral como alimentos de populações indígenas e raramente reconhecidos como itens comerciais. O Codex lembra, no entanto, que os insetos são ricos em nutrientes, provendo um bom meio de cultura para o desenvolvimento de microrganismos desconhecidos, especialmente para o caso de insetos ingeridos crus. Além disso, algumas pessoas têm ou podem desenvolver alergias contra certas espécies de insetos.
Com relação à segunda pergunta, existem sete espécies de insetos consideradas para consumo direto ou para uso em alimentos (na Europa), incluindo sim a mosca doméstica! Mas é bom saber de que forma ela pode ser consumida e como deve ser criada para isso.
Saiba mais sobre isso acessando diretamente o artigo aqui. O acesso é gratuito ao texto integral. Aproveite.