Estava aqui eu pensando em quanto dos nossos planos de HACCP é baseado em garantias. O fornecedor garante ausência de Salmonella. O gerente de produção garante que segue à risca o procedimento de higienização. O fornecedor garante que passa todos os lotes por um detector de metais. A manutenção garante que está usando lubrificantes de grau alimentício. O fornecedor garante que tem um programa de controle de agrotóxicos.
Indo a fundo, muitas vezes encontramos detectores de metal ou peneiras colocadas em etapas bem iniciais do processo. Ou programas de agrotóxicos que apenas cobrem alguns dos itens fabricados, não todos. Equipamentos que são normalmente limpos, mas não naquele dia de pico de produção em que o pessoal saiu às 23h da fábrica.
Não estaríamos, devido ao excesso de carga de trabalho e complexidade das tarefas, confiando demais nas informações que nos chegam? E, mesmo realizando verificações e validações, podemos mesmo confiar na boa-fé dos nossos parceiros em nos fornecer informações confiáveis e constantes?
Deixo para você, estimado leitor, esta reflexão. Onde fica o limite entre o plausível e o excesso de garantias?
Humberto
Bem comentado, Cristina. Certamente há excesso de “garantias”. Muitas vezes, quando se vai a fundo, não há evidências que as comprovem. Dizem que controlam agrotoxicos, mas nao tem laudos, nao tem nem procedimento, curioso é que tenham vários Certificados para exibir… Mas e aí, sem estas garantias, como controlar toda a cadeia?
Juliane
Pois é Cristina. Não é de hoje que muitas empresas afirmam trabalhar com “qualidade assegurada”, sendo esta uma fachada para justificar a não realização de comprovações da conformidade. A garantia vem de um profundo relacionamento e conhecimento de seu fornecedor, o que requer auditorias, troca de documentos, certificados e uma gestão próxima com informações sobre quaisquer atualizações.
Cristina Leonhardt
Sabem o que eu percebo? A nossa equipe HACCP tem tanto membros técnico em alimentos quanto técnicos em outros campos (logística, manutenção, suprimentos).
Esse excesso de garantias, quando aceito facilmente pelos membros da área de alimentos, acaba tornando os demais membros descrédulos. E com razão! Estamos aceitando muito mesmo, e tenho certeza de que não somos os únicos!
Outra coisa: aceitar garantias pressupõe que do lado de lá exista um profissional ético. Somos todos?