Uma vez que alimentar-se é mandatório, alimentar-se com segurança pode ser uma opção? Podemos fazer escolhas mais seguras, e ter mais confiança no que comemos?
Perguntei a profissionais renomados da área de microbiologia como cuidam da própria segurança e olha só o que eles priorizam:
“O principal para mim é uma água de boa qualidade, então fico atenta à limpeza da caixa d’água a cada seis meses. Eu também não consumo carne mugindo de crua e nem super torrada, e o leite por favor, só pasteurizado!!!! Nada de comprar o leite integral vendido clandestinamente em garrafas PET por aí!” pondera Maria Isabel Medeiros, coordenadora do Grupo de Segurança de Alimentos do ITAL e pesquisadora na área de lácteos.
Já o professor Flávio Schmidt, coordenador do curso de qualidade e segurança de alimentos da FEA-Unicamp está atento ao ponto de venda. “Prefiro os supermercados que tratam bem seus produtos, de forma organizada e limpa, pois existem algumas lojas que não manuseiam de forma adequada suas cargas e as embalagens estão constantemente danificadas. Procuro as íntegras, não amassadas ou colapsadas. Para produtos congelados eu confiro se as peças estão soltas, pois a maioria é congelada individualmente e uma aglomeração indica descongelamento e recongelamento”. Neliane Ferraz pesquisadora em microbiologia no ITAL, concorda com ele que a procedência e prazo de validade, principalmente se o produto for refrigerado devem fazer parte do crivo.
O controle de temperatura é uma prioridade na opinião de Êneo Alves, da ProAlimento, e Maria Teresa Destro, da USP. Ele enfatiza que “a segurança dos alimentos prontos reside principalmente no controle da temperatura de cocção (74°C) e da exposição dos alimentos, que deve estar acima de 50°C ou abaixo de 10° e ficar até 3 horas entre estas temperaturas. A professora garante que guarda em geladeira (<7°C) os alimentos que devem ser mantidos frios e em banho maria, ou no forno (70°C), os que devem ser mantidos aquecidos; coloca as sobras de alimentos na geladeira imediatamente e os reaquece até estarem realmente quentes para consumo.
Quase todos os entrevistaram mencionaram preocupação com a higiene de vegetais consumidos crus e a importância da desinfecção com hipoclorito de sódio, mas nenhum foi tão taxativo quando o professor de microbiologia de alimentos da Unicamp, Anderson Sant´Ana. “Em restaurantes evito o consumo de folhosas. Como sempre vegetais cozidos e ou legumes/frutas”. Como ele é viajado, deixa claro que quando está nos EUA, não consome saladas cruas. Maionese e molhos também são riscados do cardápio nas refeições fora de casa, bem como carne de porco que pareça mal passada. A lista de “manias” inclui não deixar alimentos refrigerados fora da geladeira, nem mesmo quando ainda nem terminou a refeição.
E você leitor, tem algum hábito para proteger sua saúde das doenças causadas por alimentos? Compartilhe conosco!
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