Amigos leitores, nosso último encontro propôs que o adequado casamento entre multidisciplinaridade e perfis psicológicos deve ser cuidadosamente atendido na convocação da Equipe de Segurança do Alimento, a ESA. Ao reunir esta turma tão heterogênea, a capacitação não pode ser negligenciada. Admitindo que as bases do conhecimento são diferentes e que o objetivo final é comum, torna-se obrigatório raciocinar em torno de uma etapa de nivelamento, alinhando os conceitos fundamentais para a tarefa.
Sugerimos, normalmente, a abordagem dos seguintes temas para a capacitação da ESA, durante seu nivelamento:
– Sistema de Gestão da Qualidade da organização: Como está estruturado? Histórico, organogramas, responsabilidades;
– Programas de pré-requisitos, Boas Práticas de Fabricação;
– Perigos (Físicos, Químicos, Biológicos);
– Microbiologia básica (vários módulos):
– Bactérias, fungos e leveduras;
– Patogênicos e não-patogênicos;
– Coloração de Gram;
– Condições ótimas para o desenvolvimento de microrganismos;
– Aerobiose e anaerobiose;
– Mesófilos, termófilos, psicrotróficos;
– pH;
– Teoria das barreiras de Leistner;
– Princípios de APPCC*;
– Interpretação da Norma ISO 22.000*.
* Divididos em vários módulos ou aplicados em ocasiões especiais. Podem ser aplicados por pessoal externo à organização.
Os temas acima podem frequentemente ser aplicados em módulos semanais de 30 minutos, ministrados por alguém da própria ESA (em geral, o coordenador), desde que com competência definida para tal. Cabe lembrar que para os “não técnicos” que fazem parte da Equipe, este conteúdo pode ser seu primeiro contato com toda a teoria que envolve a segurança do alimento, motivo pelo qual as reuniões devem, sim, ser curtas e os temas, básicos. Os próprios membros da ESA, que dominam o assunto, podem treinar os colegas. Podem ser solicitadas atividades que envolvam pequenos grupos, de 2 ou 3 pessoas, com resultados melhores que os de grupos grandes. Isto permite o envolvimento de todos e que várias frentes de trabalho sejam abertas ao mesmo tempo. Os pequenos grupos devem ser também heterogêneos, mesclando os mais e os menos experientes.
Em um segundo momento, devem ser oferecidas à ESA oportunidades para o desenvolvimento de habilidades específicas, levando-se em consideração as habilidades de cada membro, podendo incluir, entre outros:
– Formação de Auditores Internos: Verificar quem, dentre os participantes da ESA, reúne as características de um bom auditor, de acordo com a NBR 19011;
– Auditor Líder ISO 22.000: É interessante que pelo menos o coordenador da ESA tenha esta capacitação;
– Liderança;
– Mapeamento de processos;
– Redação de não-conformidades.
Nos próximos encontros vamos continuar explorando as capacidades intelectuais e emocionais dos envolvidos no SGSA.
Irenilda Nogueira
A ESA e SGQ devem ser distintas, por se tratar de uma empresa pequena, podem estarem inclusas em uma mesma equipe?
Cristian Roque
Irenilda! Que bom que um post de 2012 ainda seja atual. De lá para cá algumas coisas mudaram, como a consolidação da FSSC e outras normas de gestão da Segurança de Alimentos. Mas a base a que você se refere ainda é a mesma: uma equipe!
Recomendo apenas que a ESA não seja um “clube” exclusivo do pessoal do SGQ. Normativamente, e na prática, ela só vai funcionar se tiver membros de várias áreas. A contribuição fica mais rica.
aline
boa tarde como faço para participar da equipe ESA, de segurança de alimentos