Não posso deixar o ano acabar sem antes responder os questionamentos que nos foram trazidos na nossa mesa redonda do II Workshop Food Safety Brazil, realizado em Londrina, sem dar um recado sincero a alta direção.
São eles:
- Falta de comprometimento da alta direção, no cumprimento quanto a segurança de alimentos;
- Real comprometimento da alta gestão com a segurança de alimentos.
Como podem ver, são duas perguntas que trazem a inquietude de profissionais que tiveram coragem de questionar sobre o comprometimento da alta direção. Confesso a vocês, que ao analisar as perguntas e ver a realidade de muitas empresas, me sinto decepcionada com muitos dos líderes à frente das indústrias de alimentos. Sabe o por que decepcionada?
Respondo rápido:
Simplesmente porque esta pergunta ecoa em qualquer evento que se fale de sistemas de gestão de segurança de alimentos, então fico a me questionar o que preciso fazer para ajudar a mudar esta realidade de percepção e sentimento de que a alta direção não é comprometida com a segurança dos alimentos.
Será que realmente não são comprometidos ou ainda não entenderam seu papel? Será que são comprometidos, mas não sabem como demonstrar? Será que nós pensamos não serem comprometidos e no final das contas são, pelo simples fato de proverem os recursos financeiros para se obter e manter a certificação?
O que de fato me faz acreditar que os membros da alta direção são comprometidos?
Quando eles se interessam pela evolução de uma implantação, quando participam de reuniões e nos ajudam dando direcionamento na resolução de dúvidas durante o processo de implantação, quando se interessam por indicadores relacionados a contaminantes, quando não querem colocar embaixo do tapete questões que precisam ser de fato resolvidas na organização para fazer com que o sistema de gestão evolua, quando investem sistematicamente em pessoas, quando enxergam que está nas mãos deles a definição da política de segurança de alimentos, os objetivos e indicadores, quando dão exemplo e inserem no planejamento estratégico questões relacionadas aos processos e às normas. Quando se preocupam em dar o exemplo, seguindo as regras, independente da posição ocupada. Quando exercem de fato a liderança pelo exemplo.
Liderança pelo exemplo é um dos melhores caminhos que vejo para as organizações que decidem implantar uma cultura organizacional diferenciada, com foco na melhoria contínua em produto, pessoas e processos.
Pergunto-me continuamente, se a partir da nova versão da ISO 22000:2018 teremos novas posturas e um comprometimento real, perceptível, sentido pelas pessoas que estão em uma organização certificada e que tenhamos menos inquietudes.
Se você tem alguma inquietude relacionada ao comprometimento da alta direção, aproveite este post e mande um recado sincero para a alta direção, deixando seu comentário aqui.
Que tenhamos um novo ano regado de bons exemplos de quem exerce a liderança nas indústrias de alimentos. Que nossos líderes brasileiros deem muitos exemplos e transformem pessoas através do seu comprometimento.
Até 2017!
Flávio R. Rabechi
Sem comprometimento da alta direção e liderança nada evolui, é fundamental que essa cultura esteja clara nas atitudes dos lideres. A implantação de um sistema de gestão de segurança de alimentos é muito mais de que uma certificação para a empresa, ela faz parte de uma importante conquista e evolução para todos nós como consumidores, é preciso que todos os envolvidos em qualquer processo de fabricação de alimentos assumam seus papéis e responsabilidades nessa importante conquista.
Quero aproveitar para chamar a atenção também dos departamentos de Engenharia e manutenção pois todos sabem o quanto esses departamentos são importantes nos processos fabris através da gestão dos ativos, nossa gestão deve ir além dos equipamentos, é necessário que se faça gestão de todo o time de manutenção, o profissional de manutenção deve ter sua visão voltada para o atendimento das normas e cultura muito bem disseminada, não podemos tolerar que as atividades de manutenção sejam realizadas sem ATITUDES de organização, limpeza e pró atividade, a engenharia deve assumir mais um requisito na elaboração dos planos de manutenção e demais atividades. Portanto, fica muito claro o papel da liderança: dar exemplo, influenciar e cobrar!
Silvana Ap Chaves
Flávio é isso aí. Entendo seu ponto de vista e acredito estar nas mãos de quem enxerga desta maneira, ajudar no processo da evolução organizacional, independente do cargo ocupado. Normalmente realizar o trabalho de formiguinha, influenciando outras pessoas e conscientizando o maior número possível de colaboradores é um legado que podemos deixar para a organização e para nós mesmos. Só não aprende num processo de implantação de segurança de alimentos quem não quer.
Abraços e até uma próxima!
Carlos Nascimento
Excelente post!!! Sem o comprometimento da alta direção não existe nenhuma possibilidade da implantação de um sistema de gestão seja lá qual for…