Nunca se falou tanto sobre higiene como durante essa pandemia de coronavírus. Principalmente porque estudos mostram que o causador da COVID-19 pode permanecer por horas ou até dias em várias superfícies. Milhares de vídeos sobre como lavar as mãos corretamente e mostrando como os microrganismos contaminam objetos e pessoas estão sendo muito divulgados nas redes sociais. Todavia, muitos hábitos comuns que sempre ofereceram riscos para a saúde do consumidor eram considerados aceitáveis pela maioria das pessoas, mas hoje, durante esta pandemia, não são mais. Veja neste post 15 desses hábitos.
1. O famoso pegador de pão e os cestinhos que quase nunca são higienizados em algumas padarias
Os utensílios de uso compartilhado são problemáticos, pois podem espalhar microrganismos com muita facilidade, além de contaminar alimentos que talvez estivessem seguros antes de entrar em contato com os cestinhos (muitas vezes cheios de farelos de outros pães, favorecendo a contaminação cruzada) e com os pegadores. O ideal seria higienizar os utensílios a cada uso. Uma outra solução seria o cliente servir os pães dentro da embalagem definitiva que ele levará para casa e realizar a pesagem com os alimentos embalados.
2. Manipuladores de alimentos usando uniformes do lado de fora dos serviços de alimentação
É muito comum ver manipuladores de alimentos por aí com os uniformes branquinhos sentados nas calçadas durante o horário de almoço. Essa atitude passava despercebida por muita gente, mas com a crise da pandemia, os clientes estão mais exigentes e observam cada vez mais a higiene pessoal dos colaboradores.
3. Máquina de cartão sem higienizar por meses ou até anos
Todos usam as mãos (algumas limpas, outras nem tanto!) paras manusear as máquinas de pagamento. Limpar as máquinas de cartão não era um hábito comum para muitos estabelecimentos. Mas com a chegada do coronavírus, as pessoas estão tomando consciência de que essa inofensiva maquininha pode ser um verdadeiro criadouro de microrganismos. O ideal é higienizar frequentemente esses aparelhos com multiuso ou álcool 70, utilizando um pano macio.
4. Falta de treinamento de entregadores nos serviços de delivery
Muitos entregadores não eram treinados em Boas Práticas. Com a pandemia, o reforço das orientações para o serviço de entrega está cada vez mais comum nos serviços de alimentação.
5. Falta de higiene dos boxes de delivery
Nunca se observou tanto a aparência dos boxes e bolsas de delivery como agora. Muitas pessoas têm ficado apreensivas com a falta de higiene na hora das entregas em casa, o que tem feito muitos estabelecimentos ficarem mais atentos com esse tipo de cuidado.
6. Falta de higiene das esteiras onde passam produtos nos supermercados e padarias
As esteiras podem oferecer riscos de contaminação cruzada e sempre devem ser higienizadas. Porém, elas eram esquecidas por alguns estabelecimentos antes do coronavírus. Passar aquele mesmo paninho sujo nas esteiras não garante que ela esteja limpa.
7. Falta do hábito de lavar as mãos
Até quem não tinha o hábito de lavar as mãos com frequência, principalmente ao chegar da rua, com a pandemia começou a se preocupar com isso. O álcool gel, muitas vezes considerado um exagero, virou item número 1 da lista de prioridades para a maioria das pessoas.
8. O terrível hábito de ir trabalhar doente nos setores de alimentação, mesmo com a legislação sendo clara sobre os riscos
Segundo a RDC 216/04, “os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde”. Todavia, nem sempre isso é respeitado e muitos colaboradores às vezes trabalham quando estão doentes, o que não está sendo tolerado de jeito nenhum durante a pandemia.
9. Falta de limpeza dos carrinhos de supermercados
O cuidado com os carrinhos de supermercado aumentou bastante nos últimos dias, visto que eles são itens compartilhados e possíveis vetores de secreções contaminadas com coronavírus.
10. Falta de higienização de embalagens
Apesar de ideal, antes do risco de contágio, muitas famílias não tinham a preocupação de limpar as embalagens dos alimentos que chegam dos supermercados. O mais comum sempre foi limpar as latas pelo medo de leptospirose, mas o restante dos pacotes às vezes era esquecido.
11. Falta de higiene durante o recebimento de matéria prima
Muitos estabelecimentos redobraram a atenção com a higiene durante o recebimento das matérias primas.
12. Pegadores em serviços de alimentação
Os utensílios de self-service sempre precisaram de atenção redobrada. Eles também são itens de uso compartilhado e oferecem riscos de contaminação para os alimentos. O novo risco de contaminação dos consumidores pelo coronavírus fez as pessoas evitarem usar coisas que são tocadas por muita gente.
13. Uso incorreto de bisnagas de uso coletivo de molhos, maionese e ketchup nas lanchonetes e carrinhos de cachorro quente
As bisnagas também são itens de uso coletivo que provocaram mudanças de comportamento no consumidor quando ele passou a evitá-las por medo do novo vírus. Os tubinhos coloridos de molhos, maionese e ketchup muitas vezes são reabastecidos sem higienização, ainda com um restinho dentro, o que contamina o novo produto que está sendo inserido no recipiente. Além disso, muitas vezes, esses produtos não eram armazenados na temperatura adequada, o que também oferece riscos para a saúde do consumidor.
14. Falta de atenção com o fornecimento de produtos de higiene pessoal nos banheiros para os clientes
Antes da epidemia, era comum não oferecer álcool em gel para uso dos clientes. Muitas vezes, era comum, até mesmo, a falta de atenção com o abastecimento dos banheiros com sabonete e papel toalha. Depois do aparecimento do novo vírus, nota-se uma maior preocupação no fornecimento desses itens para os clientes, principalmente de álcool em gel, nos estabelecimentos.
15. Pouca atenção aos botões e torneiras dos bebedouros
A manutenção e limpeza de bebedouros e torneiras sempre foi essencial para garantir a segurança da água consumida nesses dispositivos. Assim, a higiene desses itens também começou a ser uma prioridade maior nos serviços de alimentação e em outros estabelecimentos devido aos riscos de contágio por gotículas contaminadas com coronavírus.
A COVID-19 trouxe muitas preocupações para o mundo todo e as exigências do mercado se tornaram maiores durante essa fase. Mas será que os hábitos de higiene observados no nosso dia-a-dia mudarão depois que a pandemia passar? O que você pensa sobre isso? Você acredita que os princípios de Boas Práticas de higiene no preparo de alimentos se tornarão mais intuitivos para a maioria das pessoas depois dessa crise?
Imagem: FDA
Mariana
Amei! Sempre tive essas preocupações, o bom é que agora todos vão preocupar com isso
Veronica Gomes
Sem dúvidas um novo olhar sobre asseio pessoal e higienização ocorrerá e se na terá como disciplina diária doméstica e profissional.
Acho até que deveria ser uma da matérias a serem seguidas desde a infância.
ALLINE ALVES E SILVA
Super relevante, parabéns!
Aline
Eu tenho fé e esperanca que esses hábitos essenciais se mantenham que as pessoas se conscientizem.
IZABEL FRANCILENE GONZAGA DE SOUZA
Acredito que servirá como.ensinamento
Ronaldo cunha
São alertas importantes que se tornarão rotina em nossas vidas.
ROBERTO TAHAN
Excelente matéria. Os que sempre chamaram minha atenção são os carrinhos de supermercado e maquininhas de cartão de crédito. Seguramente são dois hábitos que serão mudados para sempre.
Vanessa C. Viscuso
Parabéns pelo artigo Luiza, realmente são pontos importantes que antes eram considerados aceitáveis ou não eram tão destacados como agora (Covid-19).
Espero que continuem os cuidados das pessoas após a pandemia.
Acrescentando mais um item, até mesmo a higienização de ar condicionado passou a ser matéria em canais de comunicação, mais um bom sinal.
Abraço.
Tatiana
Muy buen articulo! lo voy a compartir con mi red
Gracias – Obrigada 🙂
IVONE MARIA DE MELO CARNEIRO
É, na verdade nunca foram aceitáveis, o que havia era uma negligência às normas sanitárias, e a pandemia mostrou a necessidade de medidas mais duras nesse sentido. Evidenciou a.importância de inspeção sanitária bem feita, de um conhecimento que não se limita a piso, parede e teto, mas a um olhar amplo, uma possibilidade de valorização e importância de “detalhes” que fazem toda a diferença na produção de um alimento seguro ao consumo! Há ainda de pensar que o setor regulado deve se responsabilizar, e ser responsabilizado, pela falta da cultura de segurança na produção de alimentos, como a fiscalização deve ser cobrada por qualquer tipo de negligência às normas que aplica, considerando ainda que muitos vão iniciar o funcionamento com licenciamento automático, considerando liberdade econômica e classificação de risco da atividade econômica. Pensemos nisso. Abraços a todos do blog, especial a Cíntia Malaguti, que admiro e tive oportunidade de conviver durante um curso de auditoria.
Rayssa
Ótimo texto pois lista exatamente não conformidades encontradas antes da COVID19 nos estabelecimentos alimentícios e que muita das vezes são despercebidas pelo manipulador e nutricionista.
Roseane Fernandes Improta
Ações que nós, profissionais de segurança alimentar, sempre cobramos e que agora tem destaque.
Lembro-me de quando indicava a substituição das bisnagas de catchup e mostarda pelos sachês, por exemplo, os comerciantes sempre colocavam mil e um empecilhos para essa troca. De repente, ficou viável!
Minha esperança é de que esses bons hábitos permaneçam após a pandemia passar.
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