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Você já pensou sobre a segurança do alimento do seu pet?

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Nos últimos anos, a relação entre humanos e animais de estimação tem se estreitado cada vez mais, aumentando a importância da qualidade e segurança dos alimentos oferecidos a esses membros especiais de nossas famílias. Esta convivência não só contribui para o bem-estar emocional das pessoas, mas também levanta questões sérias sobre a saúde e segurança de ambos os lados da relação.

A proximidade entre tutores e seus animais de estimação gera inúmeros benefícios, incluindo a redução do estresse, a melhoria do humor e até mesmo a diminuição da pressão arterial. Além disso, a presença de animais de estimação tem sido associada a uma maior atividade física, promovendo um estilo de vida mais saudável. Essa conexão emocional também pode desempenhar um papel fundamental no apoio emocional e na redução da solidão, especialmente em momentos desafiadores.

Contudo, a intimidade com animais de estimação também apresenta desafios, particularmente no que se refere à saúde e segurança dos alimentos. A qualidade e segurança inadequada dos alimentos destinados aos animais de estimação podem levar a uma série de problemas de saúde. Intoxicação alimentar, alergias e deficiências nutricionais são apenas algumas das consequências possíveis. Além disso, a contaminação por patógenos como Salmonela e E. coli representa um risco significativo de doenças aos pets e que podem ser transmitidas dos animais para os humanos.

Eventos negativos de destaque relacionados ao segmento de pet food nos últimos anos ressaltaram a importância de estar atento à segurança dos alimentos destinados aos animais de companhia.

Em setembro de 2022, um recall massivo foi iniciado devido à presença de etilenoglicol (não alimentício) em petiscos para cães, deixando o alimento com alto potencial de toxicidade e levando mais de 40 animais a óbito. Esse evento envolveu cerca de 5 fabricantes no Brasil. Outra situação crítica veio à tona na semana do dia 01/12/2023, quando auditores agropecuários realizaram a apreensão de 29 toneladas de ração para pets impróprias ao consumo, devido às más condições do ambiente de fabricação e uso de ingredientes impróprios para alimentos, além da falta de controles de produção.

Infelizmente no Brasil ainda não temos dados estatísticos históricos para demonstrar a representatividade e o crescimento desses casos. Porém, esses acontecimentos servem como alerta sobre os riscos de alimentos inadequadamente controlados, não apenas para os animais, mas também para os tutores que compartilham suas vidas de modo tão próximo.

A regulamentação da indústria de alimentação animal é recente e, culturalmente, muitos fabricantes ainda não estão conscientes sobre os riscos associados às falhas de programas básicos, como as Boas Práticas de Fabricação e os Planos de APPCC na fabricação desses alimentos e/ou petiscos. Por isso, os profissionais da área de segurança dos alimentos desempenham um papel fundamental na promoção da conscientização sobre a cultura de segurança de alimentos, adoção de práticas de produção seguras, minimização da contaminação cruzada, monitoramento rigoroso da cadeia de suprimentos, entre outros, para poder reduzir substancialmente os riscos associados a estes alimentos.

É sabido que a proximidade entre humanos e animais de estimação oferece inúmeros benefícios, no entanto cada dia mais a conscientização sobre os riscos associados é essencial. O cuidado com a qualidade e segurança dos alimentos oferecidos aos animais de estimação é uma responsabilidade compartilhada entre produtores, profissionais da segurança dos alimentos e proprietários de animais.

Dessa forma, uma abordagem proativa de todas as partes é urgente para minimizar essas ocorrências. Entre tantas outras ações, podemos citar:

  • medidas regulatórias mais rigorosas;
  • adoção de certificações de segurança de alimentos;
  •  inclusão de profissionais qualificados em segurança de alimentos nas indústrias de pet food
  • conscientização dos tutores quanto a sua responsabilidade na escolha dos alimentos disponíveis no mercado e na correta manipulação posterior em seus lares.

Essas ações apoiadas pela educação contínua e a fiscalização são fatores determinantes para manter os alimentos livres de contaminação e a convivência entre humanos e seus animais de estimação segura e saudável.

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Segurança de alimentos para nossos pets urgente!

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Queridos leitores, não sei se vocês são como eu, mas sou uma grande fã dos animais: cães, gatos, peixes, pássaros, tartaruga, coelho, cavalo, etc. E por isso, sempre estou preocupada com o bem-estar dos meus amiguinhos de estimação.

Muita gente não sabe, mas os princípios básicos de segurança de alimentos aplicam-se também aos alimentos dados aos animais de estimação. Rações ou snacks contaminados com Salmonella podem causar infecções em cães e gatos. E alimentos para animais que não sejam adequadamente manipulados nas nossas casas podem causar sérias doenças em pessoas também, em especial nas crianças. Eu já coloquei biscoito de cachorro na boca quando era criança, e você? (risos)

Se você também tem animais em casa, uma das coisas mais importantes que você pode fazer pela segurança dos seus bichinhos, pela sua família e pela sua própria segurança, para mantê-los todos livres de doenças transmitidas por alimentos, é lavar as mãos:

– Antes e depois de manusear os alimentos e snacks dados aos animais. Lave as suas mãos por 20 segundos com água quente corrente e sabonete. Dica: Cante “parabéns pra você” duas vezes para ajudar a calcular o tempo.

– Após tocar, acariciar, segurar ou alimentar o seu animal, e especialmente após contato com urina e fezes, lave as suas mãos por 20 segundos.

– Lave as mãos sempre antes de preparar a sua própria comida ou antes de comer.

Como os bebês e as crianças são particularmente suscetíveis a doenças transmitidas por alimentos, mantenha-os afastados das áreas onde os seus animais de estimação se alimentam. Não permita que as crianças toquem ou comam a comida dos animais.

Além de microrganismos, fico também preocupada com outros contaminantes nos alimentos dos animais, como por exemplo, micotoxinas (lembrando que a maioria desses alimentos é fabricada a partir de milho, soja, trigo, arroz e outros grãos, muito suscetíveis à contaminação por micotoxinas, normalmente sendo subprodutos ou rejeitos de moinhos, fábricas de óleo, de amido, etc. e que nem sempre são adequadamente tratados e armazenados). Além disso, é muito comum haver uso de produtos transgênicos (indicados pelo triângulo amarelo com um T nas embalagens). Será que os fabricantes de alimentos para animais têm um mínimo de cuidado na seleção das matérias-primas e no manuseio dos produtos? Quais as consequências para os nossos amiguinhos?

Nos Estados Unidos são registrados anualmente vários recolhimentos de alimentos para animais. Em 2007, algumas rações fabricadas com proteína vegetal importada da China, contaminada com melamina, foram descobertas como sendo a causa da enfermidade de cães e gatos. A proteína foi utilizada também em alimentos para peixes e outros animais que foram destinados ao fornecimento de carne para a alimentação humana, no entanto as autoridades concluíram que o risco para a saúde humana era muito baixo. Muito recentemente, dia 21 de novembro de 2012, um fabricante americano anunciou um recall prioritário de um de seus snacks para cães em que numa amostra houve resultado positivo para a presença de Salmonella. Olhei a lista mais atual publicada no FDA, a grande maioria dos recalls é devido à Salmonella, mas também encontrei recalls por possível excesso de vitamina D ou falta de tiamina (nos alimentos declarados como fortificados), por erros de rotulagem, por presença de material estranho (sim, partículas de plástico duro no alimento, com potencial de causar engasgamento nos cães e gatos), por contaminantes químicos como por exemplo: 1) Contaminação por propilenoglicol em snacks para gatos, com potencial de causar anemia; 2) Contaminação cruzada de alimentos para cavalos com monensina sódica,  substância usada para melhorar o desempenho e o metabolismo dos bovinos, e fatais para os cavalos – sim, isto está escrito nas advertências dos fabricantes de monensina sódica, inclusive houve registro de mortes de cavalos pela ingestão deste alimento contaminado.

Por isso, se os fabricantes ainda não se adequaram, está mais do que na hora. Em casa nós também devemos armazenar corretamente os alimentos para os animais, observar a data de validade, manusear com higiene, lavar os pratinhos, etc. Tanto nossos bichinhos como nós podemos adoecer. Ah, e uma curiosidade: você sabia que a FSSC 22000 (com os PPRs da ISO/TS22002-1, antigo PAS 220) também é aplicável para fabricantes de alimentos para animais de estimação (pet food)? No site da Foundation existe o registro de 14 empresas certificadas no mundo, mas infelizmente nenhuma no Brasil…

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