Um dos passos fundamentais associados ao planejamento de um sistema de gestão da segurança de alimentos, é a definição de uma política. Antes de defini-la deve-se sempre olhar para as normas de referência do sistema de gestão (quais são os tópicos mínimos a se contar na política de acordo com essas normas?), mas principalmente para dentro da própria organização (qual é o papel da minha organização na cadeia produtiva de alimentos e em que a política contribui de forma efetiva com o seu aprimoramento?)
Ao se estabelecer e revisar a política é importante destacar que ela não é somente um slogan ou uma frase de efeito a ser decorada por todos, mas sim a documentação das intenções e diretrizes gerais da organização relativas à qualidade e segurança de alimentos, formalmente expressas pela alta direção. A política determina a própria filosofia que a empresa pretende adotar perante a segurança do consumidor que está no final da cadeia produtiva. Ou seja, ela é muito importante, a razão de ser de todo o sistema e deve ser vista por todos como tal.
A política deve, antes de tudo, ser apoiada ao papel da organização e também:
– declarar a intenção da organização em cumprir com sua obrigação de produzir produtos seguros e legais, e sua responsabilidade com seus consumidores;
– incluir um comprometimento com o atendimento aos requisitos, incluindo requisitos estatutários e regulamentares e requisitos de clientes mutuamente acordados, e estar em conformidade com estes requisitos;
– ser comunicada, implementada e mantida em todos os níveis da organização,
– ser analisada criticamente quanto a sua contínua adequação e incluir o compromisso com a melhoria contínua;
– considerar adequadamente a comunicação;
– ser apoiada por objetivos mensuráveis e prover uma estrutura para o estabelecimento e análise crítica desses objetivos;
Os objetivos da segurança de alimentos são as diretrizes estabelecidas pela alta direção, que visam fornecer suporte à política e à melhoria dos processos da organização que tem impacto com a segurança dos seus produtos e serviços. Objetivos devem ser documentados.
Alguns exemplos de objetivos mensuráveis de segurança de alimentos:
– melhorar a confiabilidade dos fornecedores
– reduzir não conformidades de produtos ou incidência de produtos potencialmente inseguros
– reduzir o número de reclamações de clientes e consumidores (aqui convém estratificar as relacionadas à segurança de alimentos, como por exemplo materiais estranhos, contaminações e/ou queixas de saúde)
– reduzir o número de recolhimentos
– melhorar o grau de atendimento aos requisitos de boas práticas de fabricação, etc;
Mas lembre-se: esses são somente exemplos. Os objetivos devem ser alinhados à cada organização e a seu papel. Uma organização bastante orientada ao fornecimento de matérias-primas à industria ou produtos para marca própria ao varejo pode, por exemplo, incluir objetivos relacionados à melhoria do desempenho em auditorias de segunda parte. Para a correta definição destes objetivos, deve-se sempre:
– Alinhá-los à política da segurança de alimentos;
– Abranger os principais processos que tragam algum impacto na segurança de alimentos e no atendimento aos seus requisitos.
– Estabelecer indicadores e metas que permitam mensurar e avaliar o atendimento ou não desses objetivos. Metas devem ser realistas, mas ao mesmo tempo desafiadores, de maneira que se consiga realmente buscar a melhoria contínua dentro do sistema;
– Definir um claro planejamento para o atendimento desses objetivos; planejamento envolve a definição de ações coordenadas, prazos e responsáveis;
– Assegurar a disponibilidade dos recursos necessários para o atendimento a esses objetivos;
– Assegurar a revisão constante dos objetivos e metas de maneira a se promover a melhoria contínua.
Até a próxima!
Ana Claudia Frota
Objetivos são as diretrizes que visam fornecer suporte à política e à melhoria dos processos…Concordo!!!
Pena que tem tanto “Objetivo” por ai que é manter um determinado cenário…no mínimo há perda de oportunidade em estimular o crescimento e a melhoria.