O termo competência pode ter inúmeros significados, mas do ponto de vista de um sistema de gestão, pode ser definido como uma combinação de educação e treinamentos aplicáveis e apropriados com a experiência e habilidades requeridas para uma função ou atividade específica. Outra definição mais simples é “a habilidade de executar um trabalho adequadamente”. Quando pensamos sobre essa última definição, é possível agregar outras dimensões à competência como comportamentos, conscientização e comprometimento. E mais recentemente, tem-se falado muito sobre cultura de segurança de alimentos, que pode não ser uma grande uma grande revolução de conceitos, mas certamente representa uma evolução nos aspectos de competência a ser incorporada à gestão da segurança de alimentos de uma organização.
Na segunda definição, trocando o termo “executar um trabalho” por “produzir alimentos seguros” temos uma um conceito simples sobre competência em segurança de alimentos: “a habilidade de produzir alimentos seguros”. Refletindo sobre esse conceito, o sentimento é de que é uma definição que se aplica muito mais à organização como um todo do que a indivíduos, o que nos leva a concluir que deveríamos ter na verdade uma organização competente, através das competências individuais de seus colaboradores (todos aqueles que mencionamos na questão 1 – “Quem são as pessoas em uma organização que afetam a segurança de alimentos?
Portanto a organização deveria ser altamente competente em temas ligados a cada um dos elementos-chave mencionados anteriormente. Isso inclui, mas não se limita a:
PPR: Engenharia higiênica, controle de matérias-primas e fornecedores, higienização (CIP, COP, ambiente), zoneamento, higiene pessoal e controle de saúde, controle de pragas, gestão de retrabalho, gestão de materiais estranhos, defesa de alimentos.
Princípios do HACCP: Conhecimento técnico consistente sobre perigos químicos, biológicos, físicos, alergênicos, nutricionais, radiológicos), avaliação e gestão de risco, validação de medidas de controle.
Comunicação interativa: externa e interna, incluindo a identificação clara de responsáveis por comunicação externa, conhecimento extensivo da cadeia produtiva de alimentos (upstream e downstream) e gerenciamento de mudanças (fundamental para a manutenção da integridade e da pertinência do sistema após antes e após as mudanças)
Gestão de sistemas: liderança, objetivos de segurança de alimentos, abordagem de processos, visão sistêmica, tomada de decisões baseada em fatos e dados, gestão de pessoas, cultura de segurança de alimentos, gestão de crises, auditoria e verificação.
A complexidade de gerenciar a competência em temas tão diversos leva à terceira pergunta:
Como atender aos requisitos de competência?
Lívia Pechutti
Bom dia,
Estou montando a Descrição de Cargos da empresa em que trabalho e gostaria de saber se devem ser incluídas algumas das responsabilidades da segurança alimentar a descrição de todos os colaboradores e quais seriam ?
Fernando
Olá Lívia
Sim, eu recomendo que fique bastante claro nas ferramentas utilizadas para definição de resposabilidades e autoridades (e a descrição de cargos é uma delas)aquelas que dizem respeito à segurança de alimentos.
Para definir quais são exatamente essas responsabilidades deve-se olhar para cada uma dessas funções e avaliar o seu impacto e a sua atuação com relação à segurança de alimentos. Isso pode estar alinhado aos elamentos-chave de um FSMS. Dê uma olhadinha no post anterior sobre como as pessoas em uma organização afetam a segurança de alimentos, acredito que possa ajudar.