Dia 20 de janeiro foi o dia do farmacêutico, e como homenagem a estes profissionais, principalmente aos que atuam na indústria de alimentos , entrevistamos Clementino Da Cruz Feitosa Junior, graduado em farmácia há 16 anos e sendo 12 dedicados à Segurança de Alimentos.
Ao escolher o curso de Farmácia, já se imaginava ou se interessava em atuar na indústria de alimentos?
Na verdade não, tudo aconteceu meio que por acidente. Pela própria essência da minha profissão, segui a tendência normal depois de formado fui trabalhar como farmacêutico em uma grande rede de farmácias em Santa Catarina. Certo dia recebi a visita de um colega que havia terminado a especialização em Alimentos e estava fazendo estágio em um frigorifico. Entusiasmado com as oportunidades relatadas por ele, para profissionais farmacêuticos, decidi cursar também a especialização.
Como iniciou a carreira na indústria de alimentos?
Após cursar a especialização em alimentos iniciei como estagiário no departamento de Garantia de Qualidade de um grande frigorifica de aves e suínos. Assim que terminei o estágio fui contratado pela Empresa e lá permaneci por 8 anos. Hoje trabalho em uma multinacional como gestor da área de gestão de fornecedores.
Fez mais algum curso para relacionado a área de alimentos?
Além da especialização em alimentos, fiz pós em Tecnologia e Garantia de Qualidade de Alimentos.
O que fez falta na formação acadêmica em Farmácia para atuar em Alimentos? E o que ajudou?
O que fez falta foi a ausência de incentivo, por parte da universidade, para se iniciar o estágio mais cedo e não somente no estágio curricular, de apenas 5 meses de duração. O que ajudou, sem dúvida, foi a forte formação em bioquímica, microbiologia e disciplinas como tecnologia de carnes, operações unitárias e controle de qualidade.
O que recomenda para os farmacêuticos que querem atuar na indústria de alimentos?
Que foquem principalmente em áreas onde estes profissionais são mais valorizados, como as áreas de Qualidade e Pesquisa & Desenvolvimento. Tive a oportunidade de conhecer grande profissionais com imenso conhecimento e muito bem remunerados pelos seus serviços prestados à Industria. Eles foram minhas referencias em toda minha carreira.
Comente um pouco sobre a sua experiência na indústria.
Falando como profissional farmacêutico, trabalhar na indústria foi o grande divisor de águas da minha vida, uma vez que antes disso, me via como um farmacêutico de vocação, ou seja, aquele que adora atuar em farmácias lidando com o publico. Agora nem consigo imaginar trabalhar em outro local que não seja a indústria de alimentos ou algo ligado a ela.
Como vê a segurança de alimentos no Brasil?
Acredito que este tema tem evoluído bastante no Brasil mas ainda temos, sem dúvida, muito caminho a avançar. Além da questão cultural – onde se esconde os problemas para não se ter que acionar a mídia em um recall – falta ao nosso país uma fiscalização mais atuante e comprometida com a saúde da população. É inaceitável que ainda tenhamos tantas diferenças nas atuações dos órgãos competentes de norte a sul do Brasil, onde o mesmo órgão que interdita grande redes por vender produtos estocados a menos de 1°C fora dos padrões, permite que se venda carne fora da refrigeração em feiras livres.
João Adriano Alves
Tive a grata experiência de trabalhar com o Clemente e posso testemunhar o seu empenho, dedicação e, acima de tudo, amor ao seu trabalho. Com certeza ele honra a profissão escolhida e representa, antes de buscar atender as legislações e normas vigentes, a real preocupação com a segurança alimentar nos processos onde atua.
Cíntia Malagutti
Excelente profissional que fez toda a diferença nas aulas de Especialista em Segurança de Alimentos da SGS onde tive o prazer de tê-lo como aluno. Parabéns!