Dia 30 foi o aniversário de nossa colunista Juliana Levorato, e por isso nós a entrevistamos para que possam conhecê-la melhor:
Você trabalhou por alguns anos no segmento de alimentos gordurosos. Quais são as dificuldades do setor? Como superá-las?
Falando das indústrias de alimentos no geral, acho que uma das principais dificuldades é conciliar produtividade com qualidade, claro que o principal objetivo da empresa é produzir e ai consequentemente quando a situação aperta a qualidade que acaba sendo afetada. Superar isso não é fácil, por isso as equipes de qualidade tem que ser firmes, tem que cobrar e principalmente conscientizar. Outro fator que está contribuindo e muito para que a qualidade seja prioridade é que o consumidor esta ficando mais exigente, mais crítico e botando a boca no mundo, isso deixa as indústrias mais preocupadas, ninguém quer ver sua marca sendo divulgada de forma negativa né.
Como você enxerga hoje a aplicação do recall de alimentos no Brasil?
O fato de se ter um recall é uma situação que gera certo pânico a população, o que é inevitável, não tem como o consumidor não se assustar, sempre fica a dúvida do tamanho real do problema e da gravidade do mesmo.
No Brasil, o recall de alimentos é uma coisa nova e ainda não é bem estruturado, de acordo com o Procon de São Paulo de 2002 a 2013 foram feitas 10 campanhas de recall de alimentos(http://sistemas.procon.sp.gov.br/recall/relatoriosPHP/campanhas_recall_segmento_defeito.php), mas se perguntarmos à população no geral, no máximo um ou dois serão lembrados, até porque a divulgação não é tão grande na maioria dos casos.
Mas as coisas estão começando a mudar, na última semana a Anvisa divulgou que irá abrir uma consulta pública para elaborar regras para o recall de alimentos, veja reportagem na integra (http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2013/04/17/consulta-publica-sera-aberta-para-criar-regras-em-recall-de-alimentos). Quem sabe com estas novas regras as informações sejam mais claras e os consumidores se sintam mais seguros.
O que as empresas instaladas no Brasil, em geral, ainda precisam fazer para melhorar a segurança dos alimentos que produzem?
Acredito que as empresas e as pessoas precisam ter mais consciência do que um alimento contaminado, informações de rotulagem incorretas, uma falha no processo… podem causar na saúde de quem está consumindo, das sequelas que podem trazer como casos que já vimos aqui no blog . Muitas acham que nada vai acontecer e vão se acostumando a não fazer certo, a dar um jeitinho. Para melhorar é preciso que haja investimentos principalmente em treinamentos, em trabalhos fortes de conscientização desde os manipuladores até a alta direção. A partir do momento que for criada a “cultura” de segurança de alimentos dentro das empresas com certeza os riscos serão menores.
Por que ainda não fazem?
Ainda não fazem pela falta de cultura, por falta de fiscalização, que infelizmente é escassa no Brasil e por encararem qualidade como um custo, e não como investimento. Mas acho que esta situação esta começando a mudar, pois os consumidores estão ficando mais exigentes,mais interessados, com isso as empresas tem que garantir a qualidade para ter sucesso com suas marcas.
MARLI MONTEIRO
Parabéns Jú!
O desafio das equipes da qualidade nas indústrias de alimentos, é linkar qualidade – segurança – produtividade.
Esse é o nosso desafio!
bjs!
Luiz Carrilho
Parabéns Ju!
Muito boa a entrevista! Pleno conhecimento dos setores e assuntos abordados!
Saudades!
Abraços!