Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

2 min leitura

No dia 2 de setembro último, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos liberou a produção das chamadas batatas “Innate” ou inatas. Estas batatas foram desenvolvidas pela empresa Simplot com a promessa de não escurecerem e ainda produzirem níveis mais baixos de acrilamida quando submetidas a altas temperaturas. Em março de 2015, o FDA concluiu que esta batata geneticamente modificada era segura para o consumo.

O não escurecimento destas batatas foi obtido pela redução dos níveis das enzimas envolvidas nas reações de escurecimento. Já a redução da produção de acrilamida se deve à diminuição dos teores do aminoácido asparagina e dos açúcares redutores. A acrilamida é um composto formado em certos alimentos pela combinação de proteínas, açúcares redutores e altas temperaturas (maiores que 120°C, como frituras, por exemplo) e é considerado carcinogênico para roedores (mais detalhes aqui).

A Simplot alega que a batata Innate, quando submetida a altas temperaturas, produz entre 50% e 75% menos acrilamida que as convencionais. A denominação Innate é porque os genes introduzidos na batata são fragmentos de DNA da própria espécie capazes de silenciar outros genes. Não foram introduzidos genes de outras espécies de plantas ou de microrganismos.

Um dado interessante é que a Simplot é uma das principais fornecedoras de batata para a rede McDonald’s e a pergunta imediata que se faz é: a rede McDonald’s vai usar batatas geneticamente modificadas?

Além disso, nos EUA, ativistas pela causa da segurança de alimentos lutam há anos pela criação de leis que obriguem os produtores a informar nas embalagens se os alimentos são transgênicos ou se contêm substâncias transgênicas. O FDA não julga que seja necessário rotular os transgênicos. Provavelmente, a nova batata vai reacender esta polêmica.

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5 thoughts on

Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

  • SANDILA

    Muito bom!
    Acredito que sua pergunta tenha uma resposta um tanto obvia: SIIIIIIIIIIIIIIIM! E nunca saberemos de verdade pois o danado do ‘T’ não irá aparecer nas embalagens.

    • Humberto Soares

      Sandila,
      A Simplot pode rotular voluntariamente suas batatas, se desejar. Nos anos 90, uma empresa chamada Calgene, que produzia tomates transgênicos,já fez isso nos EUA. Como essa batata propõe benefícios e recebeu alguns pareceres favoráveis, inclusive de grupos tradicionalmente contrários aos transgênicos (como o CSPI), pode ser que a Simplot rotule. E aí, como ficaria o McDonalds? E se esta batata mudar a visão negativa que se criou sobre os transgênicos em geral? Os desfechos podem ser vários e por isso este assunto é interessante.
      Obrigado por comentar.

  • Priscila Brengle

    Humberto, muito bom seu post. Eu trabalho para Simplot e estamos muito orgulhosos da Batata Innate. Eu até comi um produto de batata chips dessas batatas e não há diferença nenhuma. Infelizmente o consumidor Americano está ainda muito mal informado sobre GMO’s e espero mesmo que isso mude a visão negativa criada sobre os transgênicos.

    • Humberto

      Priscila, agradeço por participar. Já que você trabalha para a empresa, existe alguma previsão para esta batata chegar ao Brasil?

      • Priscila Brengle

        Humberto, eu acredito que eles vão, provavelmente, tentar ingresar no mercado Brasileiro e de outros países, só não sei quando. Eu te enviei um pedido pelo LinkedIn e posso, na verdade, te conectar com a pessoa certa aqui. Eu trabalho em T.I. então essas informações geralmente não chegam até meu conhecimento, a não ser que sejam pública.

        Obrigada pelo interesse!

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