A revisão da ISO 14.001:2015 e o impacto na ISO 22.000:2005

3 min leitura

No post passado escrevi sobre o impacto da mudança da ISO 9.001:2015 na ISO 22.000:2005… maiores detalhes deste post, veja aqui.

Como no material anterior, vou separar a informação em 3 grandes pontos: prazos, estrutura da norma e mudança no conteúdo. Então… recapitulando: 

1 – Prazos:

  • Até meados do primeiro semestre de 2017 as empresas ainda podem se certificar (ou recertificar) na versão da ISO 9.001:2008;
  • O prazo limite para a migração da norma para a versão 2015 está estabelecido para o segundo semestre de 2018, e a partir do segundo semestre de 2017 não será mais possível certificar na versão 2008 da norma.

2 – Estrutura da norma:

O comitê da ISO, visando melhorar o alinhamento das normas, definiu uma grande mudança na estrutura. Isso já aconteceu para a ISO9.001, para a ISO14.001, vai ocorrer para a próxima revisão da ISO22.000 (que já foi iniciada) e também para a revisão da ISO45.001 que irá substituir a OHSAS18.001.

Na versão atual a norma terá uma estrutura subdividida em 10 requisitos.

  1. Escopo;
  2. Referência Normativa;
  3. Termos e Definições;
  4. Contexto da Organização;
  5. Liderança;
  6. Planejamento;
  7. Apoio;
  8. Operação;
  9. Avaliação de Desempenho;
  10. Melhoria;

Claro que temos que atender a todos os itens e premissas estabelecidos pela norma, mas os requisitos obrigatórios ficam mais claramente descritos a partir do requisito 4.

3 – Resumo das mudanças no conteúdo:

Preparei uma lista mais detalhada das mudanças que estão disponíveis para download no arquivo abaixo.

Contudo, não poderia deixar de destacar alguns itens que podem ter maior interação com o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos:

  • Como na ISO 9.001:2015, a norma exige que o sistema de gestão seja implementado e baseado em processos;
  • O sistema de gestão deve analisar criticamente as questões externas e internas da organização que sejam pertinentes para o seu propósito, e que afetem os resultados pretendidos;
  • A organização deve determinar os limites e aplicabilidade onde aplique sua autoridade e capacidade de exercer controle e influência;
  • A política ambiental deve incluir um comprometimento com a proteção do meio ambiente, incluindo a prevenção da poluição e outros compromissos específicos pertinentes para o contexto da organização. Aqui vale ressaltar um ponto de atenção: o termo “compromissos específicos” significa que a política de meio ambiente deve prever a relação com os principais aspectos e impactos ambientais. Extrapolando o raciocínio para uma possível revisão da ISO 22000, pode haver alguma relação com os PPROs e PCCs do escopo de certificação. Mas aqui é a minha análise inferindo no que poderá ser a revisão da ISO 22000:2016.
  • A organização também passa a ter obrigação de controlar os aspectos ambientais significativos, aqueles que ela possa influenciar, e seus impactos ambientais associados, considerando uma perspectiva de ciclo de vida. Até a versão 2004 da norma, não se considerava a obrigatoriedade de implementar ações para o ciclo de vida dos aspectos significativos;
  • Como na ISO 9001:2015, os objetivos devem possuir um plano de alcance da meta que garanta o planejamento das atividades ao longo do período em que a meta foi estabelecida;
  • Foi intensificado requisito para criação, atualização, controle e proteção contra alterações não intencionais de informação documentada (incluindo informação documentada de origem externa);
  • No que se refere à preparação e resposta a emergências, deve haver informações e treinamentos (como apropriado), incluindo as partes interessadas, inclusive para as pessoas que realizam trabalho sob o seu controle (equipe de limpeza ou segurança patrimonial, por exemplo).

Este é um breve resumo dos pontos mais relevantes que, de uma forma geral, entendo como muito positivos para o sistema de gestão. Principalmente porque passamos a perceber que a norma passa a requerer que o sistema atinja um patamar mais estratégico. Se a mudança da ISO 22000:2016 seguir a mesma linha da ISO 9001 e ISO 14001, certamente, teremos mais um salto no sistema de gestão de segurança de alimentos.

Para as organizações que são certificadas ou pretendem se certificar em FSSC 22000, os requisitos da ISO 14001 são ainda mais relevantes, principalmente nos requisitos aplicáveis a gestão de resíduos. 

Reforço que a mudança da estrutura facilitará a integração das normas para as organizações onde há um sistema de gestão integrado implementado.

E assim vemos o sistema de gestão crescendo, se aprimorando, melhorando… e lá vamos nós para o PDCA, SDCA… modelo de gestão pela excelência.

Tenham uma ótima leitura e até a próxima.

Material disponível: Revisão_ISO_14001_2015revisao_iso_14001_2015.

Leia o post anterior aqui.

Créditos de imagem: OZ Engenharia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Todos os textos são assinados e refletem a opinião de seus autores.

Food Safety Brazil Org

CNPJ: 22.335.091.0001-59

organização sem fins lucrativos

Produzido por AQMKT
© 2020, Themosaurus Theme
Compartilhar