Algumas pessoas estão mais suscetíveis à contrair doenças transmitidas por alimentos. Além disso, devido à suas vulnerabilidades, também é maior o risco dessa doença se tornar mais grave, com necessidade de internações e até mesmo de levar à morte.
O sistema imunológico é a reação natural do corpo à uma “invasão de corpos estranhos”. Em pessoas saudáveis, um sistema imunológico funcionando adequadamente prontamente combate bactérias e outros patógenos que causam infecções.
O sistema imunológico de pessoas com certas doenças, como câncer, diabetes e AIDS, estão normalmente enfraquecidos, pelo próprio processo da doença e pelos efeitos colaterais de alguns tratamentos. Esse grupo de pessoas é mais suscestível à muitas infecções, inclusive à contaminação por alimentos.
Podemos adicionar também à esse mesmo grupo de risco, grávidas, crianças pequenas e idosos.
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mãe sofre muitas mudanças, às tornando mais expostas para contrair doenças transmitidas por alimentos. Existe também o risco de que bactérias nocivas possam atravessar a placenta e infectar o bebê, que ainda não possui o sistema imunológico completo e pode não conseguir combater a infecção. Em casos graves, as doenças transmitidas por alimentos durante a gravidez podem levar ao aborto, parto prematuro, doença ou até morte do recém nascido.
Da mesma forma, que ocorre com os bebês, as crianças pequenas também possuem um sistema imunológico em desenvolvimento e dessa forma podem apresentar maiores dificuldades em combater infecções causadas por alimentos.
Nos idosos, o sistema imunológico e o funcionamento dos órgãos tornam-se mais lentos, dessa forma, o processo para reconhecer e combater bactérias e outros patógenos que causam infecções é comprometido. A medida que as pessoas envelhecem ocorre também uma diminução do ácido presente no estômago, que possui função de reduzir o número de bactérias no trato intestinal. Além disso, durante a vida, muitos idosos são diagnosticados com algumas doenças crônicas, como diabetes, artrite ou doença cardiovascular, o que exige o acompanhamento com medicamentos. O processo da doença e os efeitos secundários dos medicamentos também podem vir a enfraquecer o sistema imunológico.
Para as pessoas do grupo de risco, recomenda-se não ingerir produtos com maiores probabilidades de contaminação, como exemplificados abaixo, porém não se limitando à eles:
- Carne ou aves cruas ou mal cozidas;
- Peixe cru e frutos do mar parcialmente cozidos, como camarão e caranguejo;
- Mariscos crus;
- Leites não pasteurizados e produtos feitos com ele, como iogurtes e queijos;
- Ovos crus ou mal cozidos;
- Legumes frescos não lavados;
- Sucos naturais não pasteurizados.
Alguns dados foram levantados nos Estados Unidos à respeito de contaminação em grupos de risco:
- Pessoas com mais de 74 anos estão cinco vezes mais propensos à morrer de doenças diarréicas infecciosas do que os do segundo maior grupo que são as crianças com menos de 4 anos.
- Infecção por Salmonella ou Campylobacter são mais comuns em pacientes com diabetes do que na população em geral.
- Pacientes com diabetes são cerca de 25 vezes mais suscetíveis à desenvolver listeriose do que a população não diabética.
- Doenças que aumentem a quantidade de ferro no corpo, como problemas no fígado, podem estimular o crescimento de patógenos como Bacillus, Clostridium, Listeria, Campylobacter e Salmonella.
Referências
- Food Safety: It’s Especially Important for At-Risk Groups
- USDA Resources for At-Risk Populations
- Immune Compromised: Booklet Series