Caros leitores, é com imenso prazer que escrevo para este blog para partilhar um pouco deste assunto que me ganha um pouco mais a cada dia: Segurança de Alimentos! No artigo de hoje, gostaria de trazer a experiência que tenho com a implantação de uma Sala Limpa na indústria de embalagens para alimentos.
Primeiramente, vamos à definição do termo Sala Limpa/ classificada: é uma sala com controle ambiental definido em termos de contaminação por partículas viáveis e não viáveis, com controle de umidade, temperatura e pressão projetada e utilizada de forma a reduzir a introdução, a geração e a retenção de contaminantes em seu interior.
Hoje, nenhuma das normas de Segurança de Alimentos (BRC, IFS, FSSC 22000) exige uma Sala Limpa classificada. Porém, por diversos momentos, nos deparamos com controles exigidos por tais normas que nos levam a um critério bem próximo ao de Salas Limpas.
Para iniciar a construção e implantação dos controles de uma Sala Limpa, podemos considerar a ABNT NBR ISO 14644-4 (Salas limpas e ambientes controlados associados), mas é importante também levar em consideração: os requisitos do projeto dos clientes que serão atendidos nesse ambiente, os regulamentos sanitários locais exigidos para emissão da licença de funcionamento e também as estratégias comerciais, com foco no perfil e exigências de clientes que estão na mira para serem prospectados.
Há diversas classificações de Sala Limpa, sendo que a sala poderá ser avaliada por meio de análises específicas de contagem de partículas e assim classificada de acordo com o resultado em classes de 1 a 9. Na classe 1 pode haver até 10 partículas de 0,1µm e até 2 partículas de 0,2µm e na classe 9 pode haver até 35.200.000 partículas de 0,5µm e 293.000 partículas de 5µm, conforme demonstra a tabela abaixo.
Tabela 1 – Classificação de Sala Limpa através da contagem e medição de partículas – Fonte: ABNT ISO 14644:2019
O que influencia diretamente esses resultados é o tipo e a capacidade dos filtros utilizados para o ar ambiente e também para o ar utilizado no processo produtivo, o tipo de equipamento e a configuração dos equipamentos dentro da sala limpa, a existência de pressão positiva e quantidade de pressão utilizada, a quantidade de pessoas que ficarão no interior da sala, as vestimentas utilizadas (modelo, tecido, etc), uso de EPIs , materiais permitidos e proibidos (por exemplo: o papelão e a madeira são grandes vilões quando falamos de sala limpa, pois podem gerar muitas partículas).
A produção de embalagens para alimentos em Sala Limpa traz muitos benefícios quando abordamos a questão Segurança de Alimentos, uma vez que os controles são maiores e mais criteriosos nesse ambiente do que em ambiente comum. A implantação e manutenção do SGSA tem um caminho mais fácil, pois a cultura já está enraizada no cotidiano daqueles colaboradores.
Para avaliar a viabilidade da produção de embalagens para alimentos em Sala Limpa, é necessário levar em consideração o uso intencional, ou seja: como o produto deverá ser utilizado. A embalagem passará por alguma etapa de sanitização antes do envase/empacotamento? Qual o produto que será envasado/ embalado? Como citado acima, é importante considerar também os requisitos de fabricação exigidos pelo cliente.
Gostariam de outro post falando sobre os controles que podemos implantar em Sala Limpa ou outro assunto relacionado? Comentem que vamos preparar para vocês.
Priscila
Imagino uma sala Limpa na produção de pães!
Heloisa Ciconato
Priscila, a Sala Limpa é um mundo ideal que traz muita segurança para a empresa, por conta de toda sua estrutura. Porém é necessário avaliar o custo benefício. Estruturas de Sala Limpa tem um custo alto para implantação e manutenção. É preciso avaliar a estratégia de negócios do nicho mencionado.
🙂
valdo
boa tarde
gostaria de saber ou ter uma ideia de material usado tanto na chao como no teto, uma sala limpa para uma fabrica de massas alimenticias _