A crise econômica na Grécia pode afetar a segurança dos alimentos consumidos pelos gregos e visitantes daquele país. Notícia publicada hoje (16/10), no site da Revista Exame, informa que o país vai permitir a venda de alimentos vencidos por um preço inferior ao original.
Yorgos Moraitakis, assessor do Ministério de Desenvolvimento, Competitividade, Transporte e Comunicações, declarou nesta segunda-feira que: “Esta regulamentação existe há muitos anos e é algo permitido também no resto da Europa. A única coisa que fizemos foi detalhar que estes produtos devem ser vendidos a um preço baixo. Não entendo por que está causando tanto barulho.”
O Decreto Ministerial exclui a carne e os laticínios da lista de produtos perecíveis que podem ser vendidos e estabelece um limite máximo de datas nas quais pode ser continuada a comercialização.
Victor Tsiafutis, da Associação de Consumidores “Qualidade de vida”, uma das mais antigas da Grécia, interpreta essa decisão como “um ato imoral” e critica: “Em vez de tomar iniciativas para controlar os preços, permitem a venda de alimentos com data de validade superada”. Para Yannis, a venda de alimentos vencidos representa também um dilema moral, ao dividir os consumidores em dois grupos: os que podem pagar os alimentos básicos e os que, por pobreza, “se veem obrigados a recorrer a alimentos de qualidade duvidosa”.
Até onde uma crise dessas pode chegar? Sabemos que a validade de um produto é estabelecida após diversos testes de prateleira. E se essa data limite é superada, como garantir aos consumidores que o produto vencido não causará alguma doença? Espero que, com essa decisão, apareçam poucos casos de doenças veiculadas por alimentos e que a Grécia não aumente os seus gastos na área da saúde. Será?
Camila Miret
Notícia bombástica, Michel! Eu considero isso um desrespeito ao consumidor! Estão de uma certa forma jogando fora o trabalhão que as empresas têm com os testes de shelf-life para determinar a vida de prateleira dos produtos. Além disso, que garantia o consumidor tem com relação à segurança do produto? O governo grego assinou um atestado de quem é mais pobre tem menos direito a alimentos adequados e de qualidade. Está aí um novo “perigo” a ser considerado, o consumo de produtos além da data de validade. A única saída seria a consideração desse prazo “extra” pelas empresas, ou seja: se no teste de shelf-life o produto pode ter 12 meses de validade, as empresas vão informar 11 meses de validade no rótulo, uma vez que se a validade for indicada pelo mês e o ano, a venda poderá ser estendida durante um mês…
Michel Tavares Quinteiro Milcent Assis
Pois é, Camila, vejo isso como um grande descaso com a população. E isso pode prejudicar inclusive o turismo, uma das principais fontes de renda do país.
Nota-se também uma tremenda incapacidade administrativa do governo grego, especialmente no que diz respeito à saúde pública, pois sabemos que os custos com prevenção de doenças são bem menores do que os custos com tratamento. Isso se dá, principalmente, devido às complicações das doenças, medicamentos utilizados, hospitalizaçãoes e queda na produtividade. Eu sinceramente espero que o futuro da Grécia não se torne ainda mais obscuro, mas não é o que parece.