O que você conhece sobre expurgo em alimentos?

2 min leitura

Da dúvida de um leitor, surgiu a ideia deste post sobre expurgo em farinha de trigo e em outros produtos acabados. Sei que, na prática, as empresas fazem e que isso não tem regulamentos específicos. Conhecia apenas em grãos, mas existem alguns produtos químicos, como fosfina, com registro para farinhas sim! Então surgem as questões: como demonstrar a segurança desse procedimento para o alimento? A taxa de absorção não será maior na farinha ou no farelo, que tem maior área de contato do que em grãos, assim a dosagem não deveria ser validada? Para produto acabado, não se configura como fraude por alteração? Se o produto acabado foi devolvido e está contaminado, é considerado impróprio, pode ser expurgado e vendido novamente?

O raciocínio da dosagem é o mesmo usado para outros pesticidas (pensando em perigos químicos). O produto tem registro para a finalidade, mas para tratamento de farinha, antes do uso, na formulação da massa, calculado por volume de farinha nos big bags ou silos. Transforma-se de sólido diretamente para gás e não deixa resíduos, desde que obedeça ao prazo total do tratamento, podendo-se analisar em diferentes tempos de aeração, justamente para acompanhar esta queda.

É habitual e recomendado em bulas, para aplicações em grãos, nos moinhos, atendendo os 5 a 7 dias (128 h) de tratamento. A questão dos 5 dias, o menor período, é muito relativa. Para conseguir o tratamento deverá ser em uma temperatura média de 25ºC. Mas no inverno, em determinadas regiões do país, a temperatura é inferior e isso deve ser considerado no tempo de carência, que aumenta, devendo ficar mais tempo nesta situação mais fria.

Na prática, vejo fazerem o expurgo em 3 dias e garantem eliminação de insetos pela medida adicional que é o plansichter (plansifter) e que param, após o expurgo, uns 4 dias, limpam, deixam dissipar o gás e montam as tubulações novamente nos moinhos de farinha. Fazem recirculação posterior nos silos para garantir a volatização, pois mesmo após os 5 dias, fica um odor, mas que depois que vai para o mercado, através de sensorial percebe-se que não tem mais. Uma fábrica em que já fui fez apenas uma vez a análise seguindo a monografia da Anvisa e com resultado satisfatório e depois não fez mais, considerando como validado.

Outro aspecto importante é que quando ocorre devolução de mercado, os moinhos destinam para indústria de cola e não alimentícia, assim não há porque a preocupação com o atendimento à RDC 14 no produto final.

Compartilhe conosco a sua experiência e referências sobre este tema!

4 thoughts on

O que você conhece sobre expurgo em alimentos?

  • Luciano Cavalcante

    Tenho uma loja de insumos para cervejeiros caseiros e nosso maior inimigo é o caruncho que infesta as sacas de malte e cereais flocados, muitas vezes de forma implacável, a ponto de ter de jogar a saca fora e amargar o prejuízo. Quando a infestação é branda peneiramos o malte e eliminamos o inseto, mas acontece, apesar de não ser frequente, de chegar um malte carunchado na casa do cliente e gerar reclamação. Me indicaram tratar isso com Fosfeto de Alumínio, mas qual seria o procedimento correto?
    Obrigado.
    LUCIANO

  • Cíntia Malagutti

    Olá Caro Luciano, obrigada pelo contato. A bula do fabricante lhe indicará corretamente a aplicação.

  • Ivana MACEDO

    Nos supermercados quando temos infestação de carunchos fazemos o expurgo nas massas importadas, durante 7 dias alguém mais tem experiência neste tipo de produtos?

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