De acordo com a Embrapa, o agronegócio brasileiro é responsável por alimentar 10% da população mundial. O Brasil é o maior exportador de alimentos industrializados do mundo, levando seus alimentos para 190 países. E segundo a ABIA, a indústria brasileira de alimentos e bebidas é a maior do país: representa 10,7% do PIB brasileiro e gera 2,0 milhão de empregos formais e diretos, através de 38 mil empresas. Somos uma potência em alimentação, é um fato. Mas qual será a posição do Brasil em relação às certificações em segurança de alimentos comparado com outros países da América Latina?
Realizei uma pequena amostragem considerando os países da região que têm tradição como exportadores de alimentos.
De acordo com o post Distribuição geográfica das certificações em segurança de alimentos no Brasil (GFSI), temos 1071 empresas certificadas em nosso país. Isso não nos coloca em posição de liderança, comparado com os vizinhos.
Estamos atrás do México, detentor de 1780 certificados, que é o primeiro colocado na amostragem realizada. Ou seja, já não ocupamos a primeira posição em número total de certificados, mesmo sendo o Brasil significativamente maior do que o México:
População
- Brasil: Aproximadamente 216 milhões de habitantes.
- México: Aproximadamente 128 milhões de habitantes.
PIB (Produto Interno Bruto) em 2023
Fiquei surpresa por termos sido “ultrapassados” por este país e pedi para o Co-Pilot compartilhar um pouco mais de informação (as fontes dos dados são acessadas pelos hiperlinks, é só passar o mouse e clicar).
O México é um grande exportador de diversos produtos agrícolas e alimentícios. Entre os principais alimentos exportados pelo México estão:
- Abacate: O México é o maior exportador mundial de abacate, com os Estados Unidos sendo o principal destino
- Cerveja: O país é o segundo maior exportador de cerveja do mundo, com grandes volumes enviados para os Estados Unidos, Canadá e países da União Europeia
- Tomate: Outro produto importante, com os Estados Unidos sendo o maior importador
- Pimentão: Exportado principalmente para os Estados Unidos
- Manga: Exportada para os Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa
Além desses, o México também exporta grandes quantidades de café, açúcar e limão.
Dados relativos? Não temos
Fiquei bastante curiosa para entender a relação entre números de certificações em segurança de alimentos x número de indústrias de alimentos, para entender o grau de profissionalização de cada país. Contudo, foi difícil balizar os dados, pois parece que cada entidade responsável utiliza critérios diferentes para definir indústria de alimentos e pequenos negócios. Se consideramos a ABIA e as nossas 38 mil empresas de alimentos, temos apenas 2,8% de nossas empresas certificadas. Já se compararmos com o Chile, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em 2023 havia cerca de 5.000 empresas registradas no setor de alimentos e bebidas. Isso significa que proporcionalmente estamos falando de 12,2% de empresas certificadas e novamente não estamos na primeira posição.
Saiba mais sobre o Chile e seus produtos de exportação:
- Frutas frescas: Uvas, cerejas, mirtilos (blueberries) e maçãs são algumas das frutas frescas mais exportadas.
- Produtos do mar: Salmão, truta, caranguejos e óleos de pescados são importantes produtos de exportação.
- Vinhos: O Chile é conhecido mundialmente pela qualidade de seus vinhos, sendo um dos maiores exportadores desse produto.
- Frutos secos e desidratados: Nozes, amêndoas e ameixas secas são bastante exportadas.
- Pisco: Uma bebida destilada tradicional do Chile, feita a partir de uvas.
A indústria de alimentos no Chile representa aproximadamente 18% do PIB do país
As normas mais queridinhas variam?
Sim. No México, Brasil e Argentina, a FSSC 22000 é a norma predominante. Muitas foram introduzidas por empresas globais, que definiram este este esquema como prioritário para seus fornecedores. Proporcionalmente, a Argentina conta com mais presença do BRCGS, o que faz sentido, uma vez que é um grande produtor de carne bovina e este esquema tem sido exigido pelos mercados receptores destas proteínas.
O Chile com salmão e Peru com aspargos para o mercado europeu têm a BRCGS como norma de maior predominância. Já o México, que foca a terra do Tio Sam como principal cliente, detém em disparada o maior número de certificados SQF, norma preferida pelos Estados Unidos.
Como curiosidade, o Peru é um grande exportador de diversos produtos agrícolas e alimentícios na América Latina. Entre os principais alimentos exportados pelo Peru estão:
- Uvas: O Peru é um dos maiores exportadores de uvas do mundo, com os Estados Unidos, China e Países Baixos sendo os principais destinos.
- Abacate: O país é o terceiro maior exportador mundial de abacates, com grandes volumes enviados para os Estados Unidos, Europa e China.
- Manga: Exportada principalmente para os Estados Unidos, Canadá e Europa.
- Café: Um dos produtos mais amplamente vendidos pelo Peru, exportado para os Estados Unidos, Alemanha e Bélgica.
- Aspargos: O Peru é o segundo maior exportador mundial de aspargos frescos, com os Estados Unidos e a Europa sendo os principais mercados.
- Quinoa: Exportada para os Estados Unidos, Canadá e Europa.
Você imaginava que estávamos posicionados desta maneira na América Latina?
Daniel
Pertenecer al Mercosul, un mercado cerrado, que no permite la libre competencia de cada miembro en otros mercados o bloques, limita las posibilidades de comercio de Brasil y sus socios. Abrir las posibilidades comerciales del Mercosul , también abre otras posibilidades.
México y Chile tienen un tratado de libre comercio con USA.
Otros países tienen tratados bilaterales que les permiten mejorar su comercio, pero el Mercosul es un problema sin resolver. En mi modesta opinión, hay un problema comercial de gran importancia. Esto también afecta las certificaciones.