Segundo Marion Nestle, professora emérita do Departamento de Nutrição da Universidade de Nova York, o consumo de adoçantes artificiais aumenta em simetria com as taxas crescentes de obesidade na população. Ela ironiza então, que por essa ótica, seriam eles os causadores da obesidade. Mas poderiam mesmo os próprios adoçantes artificiais causar obesidade?
Pesquisadores brasileiros sugerem que sim. Isso mesmo: brasileiros.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul fez um estudo preliminar envolvendo edulcorantes e ganho de peso em ratos. Eles relataram que, com uma ingestão calórica total semelhante, ratos alimentados com adoçantes artificiais ganharam mais peso do que os que receberam açúcar de mesa (sacarose).
O estudo
No estudo, um grupo de ratos consumiu iogurte contendo açúcar (grupo de controle) e outros dois grupos receberam iogurte contendo apenas adoçantes artificiais (um grupo com aspartame e outro com sacarina). Todos os grupos tinham quantidades ilimitadas de água e ração à disposição.
Os ratos alimentados com iogurte contendo adoçantes artificiais não gostaram muito do sabor do iogurte, pois eles comeram menos iogurte do que o grupo que recebeu iogurte contendo açúcar. No entanto, eles compensaram este consumo menor de iogurte comendo mais ração. Apesar disso, o aumento da ingestão de calorias provenientes de ração foi compensado pela diminuição em calorias de iogurte, de tal forma que houve ingestão calórica total semelhante nos 3 grupos após o período de 12 semanas da experiência.
Mesmo assim, com ingestão calórica total semelhante, os grupos que se alimentaram com adoçantes artificiais ganharam mais peso do que o grupo que recebeu iogurte com açúcar.
Causas prováveis
As explicações para o ganho de peso dos grupos alimentados com sacarina e aspartame ainda são especulativas. Os autores do estudo sugerem que os adoçantes artificiais poderiam induzir um menor dispêndio de energia ou ainda um aumento da retenção de líquidos.
Trata-se de um pequeno estudo preliminar utilizando apenas 10 ratos em cada um dos três grupos. O trabalho, porém, foi publicado pela revista científica internacional Appetite, da rede Elsevier, edição de janeiro de 2013, e já teve repercussão, merecendo um post exclusivo no blog de Marion Nestle.
Referência:
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daniel poppi
Muito legal… interessante…