Aflatoxinas em pipoca na mira da ANVISA

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Hoje saiu no Diário Oficial da União a proibição por parte da ANVISA da comercialização de uma pipoca fabricada por uma EPP (Empresa de Pequeno Porte) localizada em Lindóia.  A análise realizada por um LACEN de Minas Gerais, concluiu que o produto apresentou níveis de 62 µg/kg, enquanto que o limite estabelecido pela RDC 7/2011 é de 20 µg/kg. As aflatoxinas são genotóxicas e carcinogênicas e tem merecido ações esporádicas por parte dos órgãos fiscalizadores.

Resgatei algum histórico de mídia e consegui somente levantar ações semelhantes para o amendoim nos seguintes anos: 

2006
2010
2012

Como está sendo tratado nosso milho?

 A notificação por milho parece ser inédita, contudo não surpreende se analisarmos a supersafra de 2012, que não teve onde ser adequadamente armazenada e escoada, chegando a ser deixada a céu aberto no Mato Grosso, estado líder da produção nacional e respondendo por 24,8% do que se colhe no Brasil. Leia a notícia aqui. O problema é que o a falta de infra-estrutura para logística e armazenamento persiste em 2013.

E fora do país?

A Comunidade Européia, registrou no último relatório do RASSF 484 ocorrências. Saiba mais detalhes neste no post 525 notificações por micotoxinas na Europa.

 

 

Colaborou Ana Cláudia Frota.

4 thoughts on

Aflatoxinas em pipoca na mira da ANVISA

  • Caio Ribeiro

    Tudo bem que as micotoxinas são um problema de difícil controle, principalmente as que são produzidas no campo (caso da DON, por exemplo), mas o Brasil não se mexe em milímetro para minimizar as condições de produção, né? Realmente, para nós que trabalhamos com micotoxinas e procuramos meios de controlar a síntese, ler sobre milho a céu aberto é revoltante!

  • Marsol

    Como posso detectar se um alimento está contaminado por afloxatina b1?

  • Charles Franco - LABTEC ANALISES

    As aflatoxinas são compostos provenientes de metabólitos de algumas espécies de fungos. Essas toxinas são potencialmente carcinogênicas, sendo que a aflatoxina B1 é a mais potente entre esses compostos.

    A detecção da aflatoxina B1 é realizada através de análises adequadas, permitindo verificar se o produto é seguro para alimentação ou não. Normalmente, são utilizados métodos baseados em Kits (ELISA) ou então por meio de métodos cromatográficos, sendo estes considerados referência para análise de aflatoxinas

    Além da detecção de aflatoxinas, a RESOLUÇÃO – RDC N° 7, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2011 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exige a análise de fumonisinas (toxina proveniente de metabólitos de fungos também) em milho para pipoca.

  • Luís Longo

    Em resposta à pergunta da colega acima, digo que o consumidor deve se atentar à presença de FUNGOS nos alimentos. Só isso não vai garantir, pois por exemplo, o fubá é milho moído, o que pode fazer “sumir” na mistura os fungos, sem contar que grãos moídos tem mais superfície/volume e só isso já aumenta sua higroscopia. Por isso, pragmaticamente, sempre que você identificar uma coloração diferente do comum, desconfie, não compre, não consuma ou jogue fora e claro, denuncie no canal apropriado. As micotoxinas são bem sensíveis à radiação UV, mas ao olho nu, tudo que tiver fungo ou cor duvidosa (por exemplo, laranja verde de bolor é micotoxina). Limpe tudo. Qualquer alimento expostoexposto à umidade e altas temperaturas estará mais sujeito a ter micotoxina. Alimento bom, é alimento fresco. Reclame, denuncie.

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