É necessário controlar a rastreabilidade de lubrificantes utilizados nas indústrias de alimentos?
A resposta é: SIM!
A utilização de lubrificantes para uso na indústria de alimentos requer uma série de controles relacionados às informações de rastreabilidade, como o tipo de lubrificante, ponto de aplicação, utensílios requeridos e os demais itens sobre os quais falaremos abaixo!
Recentemente, em uma auditoria, deparei-me com um ótimo controle de lubrificação dos equipamentos!
A organização construiu uma planilha com uma rota de lubrificação. A planilha continha a indicação de cada um dos pontos que exigiam a lubrificação, qual a quantidade necessária de aplicação, qual o tipo de lubrificante, se era requerido o uso de lubrificante de grau alimentício ou não no ponto específico, o uso de food grade (quando não há contato direto ou incidental), qual a periodicidade de aplicação, quais os materiais requeridos para a atividade (graxeiras, bombas, espátulas), tudo muito claro e objetivo!
A comprovação de que o lubrificante é food grade já foi alvo de post aqui no blog, confira em Registro NSF é suficiente evidência de que um lubrificante foi produzido seguindo as boas práticas? O blog já postou um artigo completo sobre as certificações dos lubrificantes: Como as certificações dos lubrificantes food grade garantem maior segurança para a indústria de alimentos.
Aí vamos para a prática!
Conversei com os responsáveis pelas atividades incluídas nas rotas de lubrificação, que souberam explicar como realizavam a atividade e como era feito o registro, mas desconheciam a tal planilha de rota de lubrificação.
Os manutentores conheciam os lubrificantes que eram utilizados em cada equipamento pela sua experiência, pelo tempo que já faziam a atividade, mas em nenhum lugar estava escrito que o lubrificante A era para o equipamento B ou o lubrificante C para o equipamento D.
Amostrei a ordem de serviço da manutenção que continha a atividade de lubrificação dos equipamentos, e esta não citava qual o tipo de lubrificante para cada ponto lubrificado ou fazia referência à planilha de lubrificação. Assim, não havia registro de qual o tipo de lubrificante que foi utilizado na atividade de manutenção e todos os demais itens descritos na planilha de lubrificação, ficando impossível assegurar que o lubrificante requerido (com grau alimentício ou não) foi utilizado.
Este tipo de informação é fundamental para assegurar que a aplicação foi realizada conforme os perigos à segurança dos alimentos e com a rastreabilidade de informações necessárias para demonstrar que o plano de lubrificação, adequadamente descrito, é efetivo na prática!
Este conceito é aplicável para a lubrificação de compressores de ar também. Leia mais no artigo Segurança de alimentos, lucros e redução de custos com a aplicação de lubrificantes atóxicos em compressores de ar.
E na sua organização, estas informações estão disponíveis?
Vamos colocar em prática!
Gisele Mutti Capiotto é auditora, instrutora e consultora em Segurança de Alimentos. Este é seu primeiro post generosamente escrito ao Food Safety Brazil em celebração ao aniversário de 10 anos.
Fabio Carias
Que bacana ver a Gisele Mutti escrevendo por aqui. Ela é nossa consultora há 10 anos, e seu conhecimento, atendimento e dedicação são incríveis.
Colaboração muito rica com o site, parabéns!
Gisele Mutti capiotto
Muito obrigada Fábio! Sou grata a toda oportunidade que me concedeu e segue concedendo ao longo desses anos!
Yamê
Muito bacana o post!
Já vi auditor solicitar rastreabilidade do lote e validade dos lubrificantes. Realmente é necessário ter esse controle também?