Um dos alimentos mais consumidos no mundo, o leite, um alimento essencial na vida das famílias, infelizmente sempre foi e vem sendo alvo de fraudes em sua qualidade. Esse foi o assunto da palestra ministrada pela Pesquisadora Cientifica Med. Vet. Maria Izabel Merino de Medeiros, no Simpósio “Fraudes e Impactos na Segurança de Alimentos”.
Quando falamos em fraude, o que pensamos? Fraude significa: Abuso de confiança, ação praticada de má-fé, contrabando, falsificação e adulteração. Isso tudo é o que vem acontecendo com o nosso leite, consumido no nosso dia a dia.
O código Penal Brasileiro especifica a definição de adulteração no capitulo III ”Dos crimes contra a saúde publica”, no artigo 272, “Corromper, adulterar, falsificar, ou alterar substancias de produtos alimentícios destinados ao consumo, tornando-o nocivo á saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo”.
Os principais propósitos das fraudes em leite apresentando pela pesquisadora são:
- Aumento de volume de leite “produzido”, com incorporação de água, soro de queijo, etc.;
- Prolongamento da vida útil do produto, com incorporação de substancias (normalmente conservantes) que irão diminuir a microbiota presente e/ou inibir o seu crescimento;
- Encobrir algum defeito ou má qualidade da matéria prima ou produto processado;
- Podem ocorrer também de forma combinada, para atender a mais de um propósito;
E vem acontecendo com:
– Adição de água;
– Adição de soro;
– Alteração da composição;
– Adição de reconstituintes;
– Adição de neutralizantes;
– Adição de conservantes;
– Adição de leite de espécies diferentes;
– Adição de gorduras não lácteas;
– Marca (Falsificação)
– Troca da data de validade.
Varias noticias de escândalos de adulteração de leite foram apresentadas, como:
- A operação Ouro Branco em 2007 – Onde os produtores de Cooperativas mineiras são acusados de adulterar leite com SODA CÁUSTICA, e para diminuir acidez, prolongar a conservação adicionava: Bicarbonatos, FORMOL, Ácido Bórico, Peróxido de Hidrogênio, Bicromato de Potássio. Onde a cada 100 mil litros de leites as cooperativas ganhavam 10 mil litros.
O Ministério da Agricultura afirma que quem bebe ou bebeu leite adulterado não passa mal na hora – os malefícios surgem a longo prazo.
A ANVISA proibiu o uso do formol em produtos de limpeza (detergentes, desinfetantes, alvejantes e demais materiais saneantes – RDC nº35, de 03 de junhode2008), por ser carcinogênico e teratogênico.
Você percebeu a gravidade dessas fraudes para a nossa saúde? No próximo post, trataremos de assuntos de como a fiscalização vem atuando para barrar essas adulterações.
Fonte:
Palestra ministrada pela Pesquisadora Cientifica Med. Vet. Maria Izabel Merino de Medeiros – APTA/SAA-SP
Simpósio Fraudes e Impactos na Segurança de Alimentos que cordialmente cedeu uma vaga para o blog Food Safety Brazil.