Você já ficou confuso em relação a uma diluição citada em rótulo de algum produto químico? Se sim, esse post é especialmente para você!
As diluições nas fichas técnicas ou rótulos de produtos podem estar indicadas de diversas formas, causando confusões.
Abaixo, temos exemplos das principais formas de diluição usadas no mercado:
1 – 200 mL/L
2 – 20%
3 – 1/5
4 – 1:5
5 – 1 para 5
Todas referem-se à mesma diluição, certo? Não!
Considerando que o volume de solução final desejada seja 1L, vamos ver como seria na prática:
1 – 200 mL/L – Uso 200 mL de produto para 800 mL de solvente;
2 – 20% – Uso 200 mL de produto para 800 mL de solvente;
3 – 1/5 – Uso 200 mL de produto para 800 mL de solvente;
4 – 1:5 – Uso 200 mL de produto para 800 mL de solvente;
5 – 1 para 5 – Uso 167* mL de produto para 833 mL de solvente.
*Nota: Valor correto seria 166,666667, arredondado para 167.
Confuso, né? Imagine para o colaborador que é orientado a “seguir o rótulo”.
Vamos imaginar uma confusão desse tipo na prática:
“Determinado colaborador responsável pela diluição, ciente de que todo produto tem uma validade após diluição, deixa fracionado 1L de produto em recipientes de 5L. Dessa forma, a diluição ocorrerá apenas quando o galão for completado com água antes do uso.”
Se a ficha técnica indica a diluição 200 mL/L, 20%, 1/5 ou 1:5, tudo está correto. Mas se a indicação for diluição “1 para 5”, quem for completar o galão com água não conseguirá preencher o mesmo com 6L e fará uma proporção incorreta, utilizando a mais 165 mL por galão.
Exatamente por esse motivo é indicada uma “Orientação de Diluição” disponível para consulta, indicando como será a diluição de X produto.
Essa informação também se faz necessária pois geralmente os produtos apresentam nos rótulos e fichas técnicas mais de uma opção de diluição e o colaborador precisa saber qual deve seguir.
Não se esqueça de incluir na sua orientação quanto e qual produto deve ser utilizado em máquinas de limpeza. Não é indicado abastecer tais máquinas com produtos incompatíveis, causando corrosão e danos aos compartimentos do equipamento.
Outro ponto a ser observado é o abastecimento do equipamento: produto concentrado ou diluído? Lembre-se que se adicionado produto diluído no compartimento do equipamento estarei fazendo uma dupla diluição, visto que o tanque de solução do equipamento tem um volume X de água.
É indicado conhecer o volume do compartimento de solução através do manual técnico do equipamento utilizado para realizar corretamente o cálculo de qual volume de produto concentrado devo adicionar no compartimento.
A validade após diluição é outra grande preocupação no universo de produtos para limpeza, pois após o contato com seu solvente, muitos iniciam sua reação e tem vida útil de apenas 24h, reduzindo ou eliminando sua eficácia para micro-organismos ou sujidades.
A utilização de equipamentos de diluição automática reduz a ocorrência de vencimento, pois o colaborador realiza a diluição apenas da quantidade específica que irá utilizar. O uso deste equipamento também reduz a probabilidade de erros de diluição. Porém, estes necessitam de atenção em relação à pressão da água utilizada e principalmente em relação ao diâmetro da peça reguladora, como já mencionado nesta outra publicação.
Espero ter contribuído para sua diluição.
Everton Santos é operador de processos pela escola SENAI e tecnólogo em alimentos pela Universidade de Marília. Técnico em Química, ex-colunista do blog Food Safety Brazil e fundador da Tonaid Consultoria. Tem experiência de 07 anos na indústria de gomas, amendoins e confeitos. Desde 2018 atua em companhia de envase, armazenamento e distribuição de bebidas.
Imagem: foto de Dids no Pexels