Amigos leitores, propomos a discussão, neste espaço, do impacto da atuação dos colaboradores nos resultados das Organizações. Se existe motivação e condições adequadas para o trabalho, fatalmente teremos resultados superiores. O oposto é exatamente proporcional, na medida contrária. Se fosse na matemática, estaríamos diante de um corolário, a decorrência imediata de um teorema do tipo “se e somente se”.
Uma indústria de alimentos, diante de uma perspectiva crua, só existe pelo único motivo de produzir alimentos, que devem ser, no mínimo, seguros para o consumo. Produzir alimentos seguros é, portanto, uma dependência da atuação de seus colaboradores, que devem seguir rotinas estabelecidas para garantir o adequado padrão de qualidade. Aqui cabe o reforço de que não há qualidade se o alimento não for seguro para o consumo.
As rotinas estabelecidas na produção de alimentos podem ser divididas em dois grandes grupos: 1 – atividades que geram valor, normalmente associadas ao processo produtivo de forma direta e 2 – processos de apoio.
Um Sistema de Gestão para a produção de alimentos seguros deve garantir que tais rotinas (desde que adequadas) sejam cumpridas de forma repetida e, mais que isto, deve assegurar que possíveis desvios sejam identificados e corrigidos. Particularmente, como Consultor e Auditor, sempre acreditei mais nos sistemas que falham e evoluem do que naqueles cuja falha não é percebida (ou apontada). Desconfie destes últimos.
Para o estabelecimento de um Sistema de Gestão de Segurança do Alimento, de agora em diante SGSA, a Organização deve preparar-se pela base. Sugiro, sempre, que se identifique o estágio inicial de seus processos de apoio para propor adequações. Recursos Humanos, Suprimentos, Manutenção, Ferramentaria, entre outros, devem estar alinhados com as novas diretrizes e trabalhando no sentido de assegurar um ambiente seguro para a produção de alimentos.
A outra face deste plano é cuidar para que, do lado de dentro da fábrica, existam condições que permitam levar adiante esta estratégia. A infra-estrutura do ambiente produtivo deve ser suficientemente adequada para garantir condições higiênico-sanitárias satisfatórias à produção de alimentos. O processo deve estar modelado para atender a todos os requisitos do monitoramento operacional, cuja saída resulta no produto conforme.
Pessoal capacitado deve compreender toda a sorte de regras que existam para a promoção do conjunto de objetivos. Desde as Boas Práticas de Fabricação até atividades mais complexas, que exijam medição, análise e interpretação do processo produtivo, e a tomada de correções e ações corretivas para tratar possíveis desvios. Gestores deste Sistema devem ser os líderes capazes de transpirar conhecimento e motivação, transformando seus pares através do exemplo. Nos próximos encontros ainda vamos falar bastante de liderança, com foco nos Sistemas de Gestão.
Até lá!