De acordo com informações da Food Safety Magazine coletadas a partir de dados do FDA, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA), 53% dos recalls ocorridos na América do Norte estão relacionados a alergênicos não declarados. O leite foi o alergênico mais recorrente (18 casos de recall), seguido de soja (9 casos), trigo (8 casos), ovos (6 casos).
Esta notícia aponta que não houve grande melhora em relação ao que foi divulgado em março deste ano sobre recalls resultantes de alergênicos não declarados: metade dos recalls dos EUA do último trimestre de 2014 se referiram a alérgenos não declarados.
Apesar de os alergênicos não declarados ainda figurarem como destaque dentre os casos de recall, vale registrar que, segundo informa a Food Safety Magazine, houve uma redução da quantidade de recalls relacionados à omissão de informação quanto à presença de amendoim. No primeiro trimestre de 2015, os recalls relacionados ao amendoim representavam cerca de 1/3 dos casos, mas, a partir do segundo trimestre, passou a representar apenas 4% dos casos de recolhimento.
E o que poderia estar por trás deste dado? As alergias ao amendoim são muito prevalentes e graves na América do Norte, o que deve ter resultado em maior investimento em relação a medidas preventivas por meio do uso de soluções de controle da presença de alergênicos disponíveis no mercado.
A Food Safety Magazine também aponta como possível causa da redução de relatos relacionados ao amendoim o escândalo relacionado à distribuição de manteiga de amendoim contendo salmonela, que resultou na condenação e prisão de uma série de executivos, gerando maior atenção em relação a este ingrediente.
Isabel Rocha
Dra Cecilia, como vai?
Este tema é muito importante, mas estou escrevendo para falar de um outro!
Venho acompanhando este Blog há um pouco mais de 2 anos, ele tem sido uma ferramenta inestimável tanto pessoal como profissionalmente, trabalho numa indústria de alimentos, e sempre que posso compartilho este Blog com os consumidores, e para os que ligam em busca de informações sobre alergenos entre outras questões , o Blog tem sido de imensa utilidade.Obrigada!
Porém sinto bastante falta de uma abordagem mais consistente sobre OGM.
Como a sra é advogada, abordagens legais são importantes e bem vindas, que tal um guia que ajude o consumidor a ” se achar” em meio a falta de suporte adequado que infelizmente tem sido a tônica quando se trata deste assunto? Sabemos que há um aumento de quadros alérgicos associados ao consumo e manipulação de alimentos e plantas OGM, ao menos,li diversos
” artigos” (não li estudos), que apontam neste sentido.
Tecnologias bem desenvolvidas e COMPROVADAMENTE seguras são bem vindas e benéficas, mas o negócio que representa OGM e o mercado que dele se utiliza tem muita pressa, os dados obtidos muito escassos, e nós, consumidores, expostos a um nível sem precedentes de químicas e venenos
Aproveito para expressar minha admiração por seu trabalho, e claro, por este Blog que realmente acho o máximo!
Um abraço,
Isabel.
Cecilia Cury
Olá, Isabel.
A questão dos OGM remete, em grande parte, ao mesmo ponto que move a campanha Põe no Rótulo, na medida em que também se relaciona com o direito de informação que permita a efetiva e consciente escolha em relação ao que se irá consumir ou oferecer à família.
No caso da rotulagem de alergênicos, o tema fica mais crítico e urgente na medida em que não se trata de debate científico sobre fazer ou não bem, mas de concreta indicação médica de exclusão da proteína alérgena da dieta.
No mais, estamos diante dos mesmos temas, especialmente o direito à informação, com o correspondente dever de informar, e direito à saúde.