Zero Salmonella em criação de frangos paranaense

2 min leitura

A revista científica SEMINA, publicação especializada em ciências agrárias da Universidade Estadual de Londrina (PR), apresenta em sua edição de novembro/dezembro de 2012, um estudo sobre a pesquisa de Salmonella em frangos de corte criados na região oeste do Paraná.

A Salmonella spp é uma bactéria que habita o trato intestinal do homem e dos animais, sendo as aves importantes reservatórios desta bactéria, podendo disseminá-la para o meio ambiente e para os alimentos. Para o estudo, realizado de abril a outubro de 2011, foram coletados swabs de cloaca, swabs de arrasto e também se fez pesquisa de Salmonella em fragmentos de órgãos das aves.

A boa notícia é que, das mais de 1000 aves amostradas, nenhuma apresentou positividade para Salmonella por nenhum dos métodos utilizados. Ainda que a amostragem seja limitada, por se tratar de um único criador, o aspecto a ser destacado é que a empresa fornecedora das aves realiza monitoramento de seu plantel segundo o Plano Nacional de Sanidade Avicola (PNSA) e também utiliza sistemas de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) em todo seu complexo avícola, o que evidencia a eficácia de tais programas quando bem aplicados. O Paraná é o estado com maior produção de carne de frango do país. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e ocupa a sétima posição no ranking mundial da produção de ovos.

Sobre o trabalho, a pesquisadora Tereza Cristina de Oliveira, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual de Londrina, esclarece que não foi encontrada Salmonella em material avícola de uma única empresa. “Não se pode confundir material avícola não contaminado com Salmonella e carne de frango isenta de Salmonella, ou seja, não se pode extrapolar a informação e achar que a carne de frango produzida no Paraná não está contaminada com Salmonella.” Ainda segundo ela, “a contaminação da carne de frango ocorre com muita frequência no abate (contaminação cruzada) mesmo que o APPCC tenha sido implantado no frigorífico. É certo que para se evitar a contaminação da carne é preciso trabalhar com afinco na eliminação da Salmonella das aves vivas e os resultados deste trabalho são uma boa notícia”.  
Dra Tereza Cristina informa também que a percentagem de contaminação de carne de frango com Salmonella diminuiu muito a partir de 2009, porém ainda está longe de ser zero.

O artigo em referência pode ser acessado na íntegra aqui.

3 thoughts on

Zero Salmonella em criação de frangos paranaense

  • Marcelo Garcia

    A pesquisadora Tereza Cristina Rocha Moreira de Oliveira, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Estadual de Londrina, complementa nosso texto com o seguinte esclarecimento:

    É preciso ficar claro que não foi encontrada Salmonella em material avícola de uma única empresa. Não se pode confundir material avícola não contaminado com Salmonella e carne de frango isenta de Salmonella, ou seja, a pessoa que estiver lendo não pode extrapolar a informação e achar que a carne de frango produzida no Paraná não está contaminada com Salmonella.
    A contaminação da carne de frango ocorre com muita frequência no abate (contaminação cruzada) mesmo que o APPCC tenha sido implantado no frigorífico. É certo que para se evitar a contaminação da carne é preciso trabalhar com afinco na eliminação da Salmonella das aves vivas e os resultados deste trabalho são uma boa notícia.
    A percentagem de contaminação de carne de frango com Salmonella diminuiu muito a partir de 2009, porém ainda está longe de ser zero.

    O blog agradece a participação da professora.

  • Clóvis Gonçalves

    Além do oportuno esclarecimento da pesquisadora Tereza Cristina Rocha Moreira de Oliveira, acima, que chama a atenção para as limitações da amostragem, bem como da possibilidade de conclusão equivocada, pode-se considerar o seguinte:

    1. Ausência algo é impossível de ser provada, e isso para qualquer coisa no universo. Mesmo quando se expressa como ausência numa porção do alimento (ex. aus/25g), deve-se considerar as limitações do método.

    2. Ausência em 1000 amostras representa uma incidência realmente baixa, mas não ausência. Para um nível de confiança de 99%, ausência em 1000 unidades permite afirmar que “não mais que 0,5% das unidades estão contaminadas”.

    Mas o mais importante mesmo é não confundir material avícula sem Salmonella com carne de frango sem Salmonella.

    Clóvis

    • Humberto

      Clóvis,
      Suas observações são interessantes e ficam registradas como mais um complemento ao nosso post.
      Obrigado.

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