Toda segunda-feira há moscas dentro da fábrica. O que está acontecendo?

2 min leitura

Se você já fez a pergunta: “Toda segunda-feira há moscas dentro da fábrica, o que está acontecendo?”, esse post é para você. Essa indagação também já foi feita por mim, mesmo atendendo corretamente o Programa de Autocontrole (PAC) ou Boas Práticas de Fabricação (BPF) – Controle Integrado de Pragas (CIP). Por fim, descobri o que estava acontecendo e agora resolvi escrever para lhe ajudar.

É sabido que o Controle Integrado de Pragas evita o acesso de insetos para dentro da fábrica, a fim de assegurar que este perigo biológico e físico não entre em contato com o alimento. Para isso existem diversas medidas de controle e uma delas são as instalações de barreiras físicas tais como: presença de portas devidamente fechadas e vedadas, janelas teladas, cortinas de ar com fluxo adequado, cortinas plásticas íntegras e bem distribuídas, entre outros. Então, se elas existem numa indústria de alimentos e as demais medidas de controle também são funcionais, por que toda segunda-feira encontrava moscas dentro da fábrica?

A resposta: MANUTENÇÃO! 

Não é o Programa de Manutenção que era o problema e sim a EQUIPE DE MANUTENÇÃO. Por quê?  Todo domingo, a empresa, sem atividade de produção, realizava as manutenção preventivas e estes colaboradores, por sua vez, entravam pelas saídas de emergência. Não obstante, deixavam todas essas portas abertas.

Com isso, não havia barreira física instalada na empresa que serviria para conter a entrada dessas pragas e portanto, elas adentravam a fábrica livremente. Quando a equipe de higienização vinha ao final do dia para realizar a limpeza e sanitização, era tarde demais, as moscas já estavam dentro da fábrica e agora somente na bendita segunda-feira iriam ser identificadas (infelizmente) e capturadas, por isso o título do post.

Esse problema foi resolvido com treinamento (e conscientização) das lideranças responsáveis. Por mais contraditório que pareça “entrar’ por uma “saída” (de emergência), o ser humano busca sempre o caminho mais cômodo e prático para suas atividades, mesmo que isso possa ir contra as normas. Por isso, como guardiões da segurança de alimentos, temos que estar sempre em alerta, identificar rapidamente os problemas e agir na causa raiz!

Espero que com essa publicação, eu tenha conseguido dar um “toque” nos leitores para pensar nessa questão e conduzi-los a agir corretamente para resolver essa não conformidade.

6 thoughts on

Toda segunda-feira há moscas dentro da fábrica. O que está acontecendo?

  • Mário Filipi

    Excelente observação! O uso racional de armadilhas com atrativo biológico ao redor da planta também é uma boa ferramenta complementar, diminuindo a quantidade de moscas nas proximidades. Mas a ação adotada junto à equipe de manutenção foi muito acertada!

  • Elaine do Carmo Correa mondek

    Muito bom! é preciso se atentar a todos os detalhes e fazer a diferença ! obrigada por dividir seu conhecimento !

  • Robinson Vander

    E porque será que sua sala de bandejas concentrava as moscas?

    • Humberto Cunha

      Olá Robinson, esse setor era onde costumavam deixar muito a porta de saída de emergência aberta aos finais de semana.

  • Genivaldo Santos

    Muito boa a observação.
    Eu sempre bati nesse mesma tecla com os encarregados de higienização que também deixam as portas todas abertas no final de cada turno para realização da higienização dos setores. Permanecendo aberto até o final. Quando no outro dia estava cheio de moscas nas armadilhas luminosas,algumas nos setores (luminárias) e algumas nas telas de proteção.
    Fizemos uma reunião e orientamos as todos os envolvidos no processo sobre a importância de deixar todas fechas inclusive com a cortina de ar sempre ligadas.
    Abraços

  • Juliana

    Muito interessante a postagem! Em cursos de Boas Práticas que frequentei acompanhando grupos produtivos da agricultura familiar, sempre era explicado para o grupo que todos aqueles que entravam em contato com o alimento eram considerados “manipuladores de alimentos”, não apenas os cozinheiros, e por isso deveriam participar das capacitações. Fato. Mas nunca foram incluídas as pessoas que tinham acesso ao espaço de produção e que não são integrantes do grupo produtivo, como no seu exemplo! Obrigada por este novo olhar!

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