O fim do monitoramento dos Programas de Autocontrole (PACs) em papel impresso – SIF/MAPA

2 min leitura

Todo gestor da qualidade sonha ter indicadores que ajudem na investigação de problemas e tomadas de decisões mais assertivas. Alguns indicadores são gerados pela colheita dos dados diários de dentro da planta, por meio de planilhas específicas dos famosos Programas de Autocontrole (PACs) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Eu costumo dizer que “o mundo é tech” e tudo vem evoluindo numa velocidade assustadora. As empresas de alimentos atualmente têm ao seu lado inúmeras ferramentas que geram praticidade e confiabilidade em suas atividades, porém quando o assunto é trâmite documental dos PACs entre empresa e MAPA, a realidade é outra … até agora.

Num evento que estive em Belo Horizonte este ano (2018), uma Auditora Fiscal Federal Agropecuária (AFFA) do MAPA informou que um abatedouro frigorífico pleiteou o uso de software para registro dos PACs (BPF, PPHO, APPCC, por exemplo) por tablets/celulares e houve aprovação do DIPOA (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal) depois de “idas e vindas”. Uma notícia maravilhosa, que mudará o “mindset” de auditores e empresa e que trará excelentes resultados para ambos os lados.

Tive acesso ao projeto do software e desejo apresentar alguns benefícios.

Benefícios para a empresa:

  • Manter uma base de dados mais robusta de todos os seus registros dos PACs;
  • Gerar gráficos e indicadores com maior praticidade e confiabilidade;
  • O gestor da qualidade poderá ser notificado por e-mail em tempo real, toda vez que alguma não conformidade for identificada na planta;
  • Através de filtros, é possível buscar datas de produção específicas com maior praticidade;
  • Poder atuar com 5w2H, Diagrama de Ishikawa, PDCA, 5 Por quês, dentro do próprio software; entre outros.

Benefícios para o SIF/MAPA:

  • Com o papel de auditor, poder acessar no computador, através de login e senha pessoal e intransferível, o monitoramento “in time” da equipe de qualidade, referente aos monitoramentos dos PACs.
  • Os dados da empresa, registrados no software, serão armazenados em “nuvem” externa gerando maior confiabilidade dos registros;
  • O software não permite alterações no lançamento, diminuindo a probabilidade de alterações de resultados que o registro em papel permite. O programa autoriza mudança em “x” minutos após o lançamento para corrigir (a tempo) possíveis erros na digitação dos dados – é um tempo curto; entre outros.

Ainda existem os benefícios em comum:

  • Menor burocracia no trâmite documental. O Departamento de Qualidade não precisaria ficar enviando “pilhas” de documentos para o SIF, pois o mesmo pode acessar a qualquer momento os registros;
  • Menor impacto ambiental devido à drástica redução na impressão de folhas.

Já imaginou uma auditoria do MAPA com laptops, tablets e celulares abertos sobre a mesa? Parece um cenário futurista, mas que está prestes a se tornar realidade em diversas empresas, quiçá em todas.

E você, como enxerga esse novo cenário? Quais pontos negativos ou positivos você apontaria?

31 thoughts on

O fim do monitoramento dos Programas de Autocontrole (PACs) em papel impresso – SIF/MAPA

  • José Junior

    Estamos em plena rota de mudanças no mundo, estão aí exemplos como a industria 4.0, então necessitamos nos adaptar. Acredito que trará melhorias, assim como pudemos ver a evolução de tecnologias aplicadas a qualidade e segurança de alimentos, observo este cenário como “sem volta”. O futuro já começou.
    Excelente texto Humberto, parabéns por nos trazer esse tema tão atual e importante

  • Nathalie Goulart Souza Leite

    Humberto, parabéns por tocar em um tema delicado que no entanto deve ser parte da nossa rotina!

  • Natalia Fagundes

    Espero ansiosamente este momento chegar!
    Nao consigo ver pontos negativos, vejo apenas beneficios para os monitoramentos de PACs.

  • Telmo

    Entendi! Na verdade é um projeto de software que uma fiscal achou bacana e ainda não está rodando. Isso já vem sendo falado desde 2014, porém não temos nada real.

    • Humberto Cunha

      Olá Telmo. De acordo com o escrito no terceiro parágrafo, o programa já foi aceito pelo DIPOA e há empresas utilizando.

      • Gian

        Bom dia, Humberto!!! Voce saberia informar qual o fornecedor do programa? O DIPOA irá aceitar somente este fornecedor para usar os PAC´s?

  • Jardel Lopes

    Realmente é um sonho. O RT passa a ter todas as informações arquivadas nos seus arquivos. E ajuda no controle real de qualidade, como também ajudará a ficar livre da papelada a ser produzida diariamente. A entrada em funcionamento agora é uma questão de bom senso, caso a caso.

  • Adelino Damazio

    Dr. .Huberto e uma revolução industrial e tecnológica onde o Brasil tera um avanço em todos os sentidos e dando uma segurança alimentar para todos os países importadores e também facilita o gerenciamento das plantas. E a tecnologia chegando .

  • Renata

    Meu sonho!!!!!!!!

  • Andre Oliveira

    Para este tipo de ferramenta funcionar é fundamental que exista a rastreabilidade e a fidelidade dos dados, como a tecnologia blockchain.

    Com isto colocado, é possível viabilizar o uso destas ferramentas, caso em contrário a fraude digital é mais fácil de ser feita do que a documentação convencional.

    No exterior este tipo de ferramenta já pode ser utilizada, pois existem regras de como se escrever o software de controle.

    São avanços e precisamos trabalhar para isto de uma forma consciente e que engrandeça a profissão e o papel do técnico que trabalha para a manutenção e melhoria da qualidade.

  • Marcilene Borges

    Que tudo!!!!

  • Carlos Alberto Rego

    Os empresários brasileiros não são confiáveis, principalmente no ramo de frigorífico. Cada vez mais eles inventam meios para burlar a fiscalização e comercializar produtos fraudados de todas as maneiras, principalmente nos estabelecimentos de inspeção periódica. Ruim com o SIF permanente, pior sem ele.. A fiscalização não pode se basear em papéis ou, que seja por qualquer software e sim, numa fiscalização in loco. Escrever coisas bonitas e corretas é fácil, o problema é cumprir. Não concordo com o rumo que a inspeção tomou ao longo dos anos e que vem piorando a cada dia. O que as empresas realmente querem é nos manter o mais longe possível de suas dependências..

  • RICARDO ANTONIO FREITAS

    Só uma correção: os programas de autocontrole não são do MAPA e sim das empresas.

    • HUMBERTO CUNHA

      Olá Ricardo. Com certeza são da empresa, visto o nome PROGRAMA DE AUTOCONTROLE (auto = próprio). O escrito SIF/MAPA foi para dar ênfase que esse sistema foi aprovado no âmbito federal (DIPOA), caso os colegas que atuam sob inspeção municipal e Estadual questionasse a aplicabilidade.

  • Thaísa Georg

    Nossa sensacional, esse é o futuro!
    Vai otimizar mtooo o trabalho.

  • Igor Ribeiro

    Quem sabe com novos auditores no MAPA pode até virar realidade. É um grande passo na responsabilidade com o meio ambiente, só pela quantidade de papeis que deixarão de serem impressas!

  • Eloir Oliveira

    Precisamos evoluir neste
    Quesito.
    Infelizmente no Mapa não temos Veterinários com experiência em abate e principalmente em processamento, tampouco em projetos e fluxos. São totalmente despreparados e quem paga com isso são as empresas e quem investe nas mesmas!
    O que realmente precisa é o Mapa ter consciência que veterinários teriam que se limitar até o recebimento dos animais para abate e quando mto em bem estar animais.
    A partir deste ponto teriam que ser de
    Responsabilidade de engenheiros e tecnologia em alimentos e ainda com treinamentos específicos em cada área .

    • VALMIR TUNALA

      Os engenheiros e tecnologistas de alimentos podem ser responsáveis pela inspeção post-mortem e julgamento e destinos no DIF? Tenha a santa paciência.

      • Renata

        DR Tunala concordo total com o Sr.
        Abraços

  • paulo tilelli de almeida

    GENTE…PAREMOS DE SONHAR, OS REGISTROS PODEM SER DE QUALQUER MANEIRA, DESDE QUEBA EMPRESA CONSIGA ALTERA-LOS A DE ACORDO COM SUA NECESSIDADE….KKKKKK

  • Solange

    Menos burocracia e mais eficiência. Chega de tanta papelada.

  • MARCIA KELY SONALIO

    Um sonho mesmo!!

  • Fernanda Spinassi Facca

    E uma evolução muito mais do que merecida com tamanha velocidade que a tecnologia evolui atualmente.
    O que nós da Qualidade / Segurança de Alimentos precisamos e passar a olhar os controles de TI (backup, controle de acesso, limites de alçada, etc.) como ferramentas que devem estar sob nosso plano de interesses quando pensamos em evoluir junto com a tecnologia…. se fizermos isso… é muito possível e super bem vindo!!!

  • Cleverson Ribeiro dos Santos

    Não há a obrigação do MAPA autorizar a”forma” com que as empresas se autocontrolam. A Fiscalização Federal tem seus meios de verificar a eficiência dos PACs independentemente da forma que é feito o controle de qualidade.
    Já existe essa ferramenta há tempos, só falta interesse, importância ao CQ, e comprometimento com a sua marca que muitos diretores ainda não tiveram.

  • Humberto Lyra

    Excelente iniciativa!!!!

  • Tunin

    Não entendi a classificação do amigo blogueiro. Supervisor do SIF junto a big frango? Era do MAPA? Não é mais? Que cargo é esse?
    No mais, o tema é interessante e discutível. A ideia pode ser amadurecida. Até porque empresas mal intencionadas que desejam fraudar documentos podem fazer em via impressa ou eletrônica.

  • ALEX ROCHA DA SILVA

    Boa Tarde!

    Humberto moro em Rondônia e trabalhei na Inspeção Federal SIF 3250 por sete anos. Isto faz cinco anos atrás e na época já tinha feito um projeto desse. Tenho ele até hoje comigo. Mas o projeto vai muito além do monitoramento somente dentro da fábrica. Ele acompanha o produto até o mediador.

  • Joel de Amorim

    Excelente a iniciativa , tudo evolui no mundo de hoje . Nós temos é que fazer frente , e acompanhar essa renovação. Não vejo volta . A fraude sem existiu , não vai ser agora que vai desaparecer , devemos buscar meios , tambem modernos para enfrenta-la .

  • Sérgio Reale

    Esses PAC’s se transformaram num modo fascista de fiscalização,os estabelecimentos são totalmente controlados pelo estamento burocrático do estado.A quantidade de planilhas ,a quantidade de legislações estão sufocando a atividade econômica,além de fazer de tudo para criminalizá la .Já é tempo de rever esse modo de fiscalização.Ao “digitalizar” o processo ocorre um grande avanço operacional,contudo,as empresas ainda permanecem como concessionárias de serviços do estado. Tal qual no regime fascista.

  • ALFREDO TAVARES FERNANDEZ

    Cabe aos presentes observar que os PAC podem ser eletrônicos, sim! Palestra recente do Fagundes AFFA relata que pode ser feito. Mas também sou cético quanto ao PAC em si já que sabe-se muito bem que o lucro vem na frente da qualidade

  • jose perez

    Boa tarde!
    Alguem sabe onde podemos encontrar esse softwaere?

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