Contaminação no preparo de alimentos: o olhar do jeito americano versus o jeito brasileiro

2 min leitura

Um texto sobre o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, que completa cinquenta anos em 2016, chamou minha atenção e me motivou a escrever.

O texto falava sobre o alto consumo de alimentos que acontece no dia do jogo. Em termos comparativos, o dia do Super Bowl só perde para o Thanksgiving Day, o Dia de Ação de Graças dos americanos.

Só no estádio e arredores, são consumidos cerca de 1,25 bilhão de asinhas de frango…

Muitos ganham dinheiro nesta época. Os donos de Food Trucks faturam como nunca!

Por conta disso, o USDA, United States Department of Agriculture – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, publicou um texto com informações importantes sobre a preparação e o consumo de alimentos nas casas dos americanos.

No site do órgão governamental, há um texto correlacionando os valores financeiros e a evolução do jogo nos últimos cinquenta anos com a evolução nos requisitos de segurança de alimentos no mesmo período.

Em uma linguagem simples há informações sobre manipulação de alimentos crus e alimentos que passam por processos de aquecimento.

A preocupação com o uso adequado de utensílios para evitar contaminação, com a correta higiene das mãos, é algo que deveria ser comum e deveria estar na cabeça de todos. Acontece que, lá como cá, descuidos no preparo de alimentos, e com isso um número grande de pessoas fica doente, algumas gravemente, por conta da contaminação de alimentos.

Aqui no Brasil, os famosos sanduíches de pernil e os chamados “churrasquinhos de gato” são itens obrigatórios para quem frequenta estádios esportivos.

Tenho amigos que não conseguem ficar longe da tentação de saborear os famosos e tradicionais petiscos!

Particularmente, embora o cheiro seja muito bom, não me atrevo a chegar nem perto das barracas…

Fui procurar dados sobre contaminação de alimentos e doenças relacionadas e aí vi que a Juliana Lanza, neste espaço (Blog), redigiu um texto muito bom sobre o status atual no Brasil, que recomendo a todos que ainda não o leram.

Com a atual febre dos Food Trucks, cabe uma boa reflexão a respeito. Aqui, as regras para quem elabora e vende um hamburger em um estabelecimento fixo são bastante restritivas, principalmente em termos estruturais. Já para os trailers e, agora, Food Trucks, as regras são mais “liberais”.

Estranhamente, nossos órgãos de vigilância sanitária flexibilizam regras onde deveriam ser mais rígidos.

Aqui, na cidade onde moro, vejo absurdos todos os dias e imagino que a situação não seja melhor no resto do país.

No fim, o que fica é que enquanto os órgãos americanos se preocupam com o bem estar dos seus cidadãos, aqui a crença no dito popular a respeito da nacionalidade de Deus, nos deixa cada vez mais expostos aos riscos de contaminação e intoxicação.

Referências:

USDA;

Surtos Alimentares no Brasil (2015);

Fonte de imagem: LA Times.

4 thoughts on

Contaminação no preparo de alimentos: o olhar do jeito americano versus o jeito brasileiro

  • Marcelo Garcia

    Zé, importante reflexão. Acredito que tenhamos diferentes iniciativas em relação à comida de rua/food truck em nosso país, e elas não são homogêneas. Em campinas observei o uso de “pias ambulantes” acompanhando carrinhos e achei um bom começo! Juliane

    • José Luiz Bariani

      Ju,
      Toda iniciativa para eliminação de riscos de contaminação é bem vinda. Como sempre, quis mostrar como os governos e agentes regulatórios se comportam fora do país e como nossos “des”governantes olham para nós.
      Beijos!

  • Cristina Leonhardt

    Oi, Bariani!

    Esta é uma discussão muito interessante: onde apertar o cerco da fiscalização?

    A meu ver, a comida de rua é muito marginalizada no país, inclusive pelos órgãos legisladores. Ela tem características próprias, como a mobilidade, a baixa infra estrutura, o consumo rápido, que devem ser levados em consideração na análise de risco.

    Apertar demais o cerco com estes ambulantes pode simplesmente ter o evento contrário do esperado – levando a ainda mais informalidade.

    A WHO/FAO listou algumas iniciativas mundiais de sucesso neste aspecto, nos quais a autoridade sanitária fez uma aproximação através de entidades de classe com os ambulantes, com uma abordagem menos fiscalizatória e mais desenvolvedora.

    Eu contei esta história aqui: http://artywebdesigner.com.br/desafios-de-seguranca-de-alimentos-para-comida-de-rua-e-cases-em-beijing/

    • José Luiz Bariani

      Olá Cristina!
      Sou muito fã de seus textos!
      Também acredito que o caminho seja mais pela orientação. No entanto acho que a vigilância sobre a conservação, o transporte e o preparo dos alimentos deva ser mais rigorosa, pois muitos trabalham em casa preparando alguns ingredientes e já vi muito carro guardado em garagens com presença de animais domésticos de vários tipos.
      Obrigado pela visita e pela contribuição.

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